Somente
Cristo crucificado nos salvará dos demônios que nos fazem “deslizar lentamente
para a mundanidade”, salvando-nos até mesmo da “insensatez” da qual fala São
Paulo aos Gálatas – e “da sedução”.
(…)
O
Senhor – explica o Papa – “pede para sermos vigilantes”, para não cairmos em
tentação.
Por isto, o cristão está sempre “em vigilância, vigia, está atento”,
como “um sentinela”.
“(…)
porque os demónios entram “na surdina”:
“Começam
a fazer parte da vida. Também com as suas ideias e as suas inspirações, ajudam
aquele homem a viver melhor... e entram na vida do homem, entram em seu coração
e por dentro começam a mudar este homem, mas tranquilamente, sem fazer barulho.
(…)
A
mundanidade, por outro lado, é “um passo adiante na ‘possessão’ do demônio”,
acrescenta Francisco.
É
um “encantamento”, é a “sedução”. Porque é o “pai da sedução”.
E
quando o demônio entra “tão suavemente, educadamente e toma posse de nossas
atitudes”, explica o Papa, os nossos valores “vão do serviço a Deus à
mundanidade”.
Assim
nos tornamos “cristãos mornos, cristãos mundanos” com uma “mistura” - que o
Papa chama de “salada de frutas” - entre “o espírito do mundo e o espírito de
Deus”.
(…)
“Vigiar
significa entender o que acontece no meu coração, significa parar um pouco e
examinar a minha vida.
Sou
cristão?
(…)
Minha
vida é cristã ou é mundana? E como posso entender isso?
A
mesma receita de Paulo: olhar para Cristo crucificado.
A
mundanidade só vê onde está e se destrói diante da cruz do Senhor.
E
este é o propósito do Crucifixo em nossa frente: não é um ornamento;
É
exatamente o que nos salva desses encantamentos, dessas seduções que nos levam
à mundanidade”.
O
Pontífice exorta a nos perguntarmos se olhamos para o “Cristo crucificado”, se
fazemos “a Via Sacra para ver o preço da salvação”, não só dos pecados, mas
também da mundanidade”:
“Então,
como eu disse, o exame de consciência, para ver o que ocorre. Mas sempre diante
do Cristo crucificado. A oração.
E
depois, fará bem fazer-se uma fratura, não nos ossos: uma fratura nas atitudes
confortáveis: as obras de caridade. Estou confortável, mas vou fazer isso, que
me custa. Visitar uma pessoa doente, ajudar alguém que precisa... não sei, uma
obra de caridade. E isso rompe a harmonia que procura fazer esse demônio, esses
sete demônios com o chefe, para fazer a mundanidade espiritual”. (Papa
Francisco. Homilia na Casa de Santa Marta 13/10/2017)