sábado, 28 de setembro de 2013

Creio na mesquinhez da minha alma; creio na morte diária que me sorri

"Quero crer em Deus Pai, que me ama como filho, e em Jesus, o Senhor, que infundiu o seu Espírito na minha vida, para me fazer sorrir e levar-me assim para o Reino Eterno da vida.
(...)
Creio na mesquinhez da minha alma, que procura engolir sem dar...sem dar.
(...)
Creio na morte diária, ardente, de que fujo, mas que me sorri convidando-me a aceitá-la.
(...)
Creio em Maria, minha mãe, que me ama e nunca me deixará só"

Profissão de fé escrita por Jorge Bergoglio pouco antes de ser ordenado.

Papa Francisco- Conversas com Jorge Bergoglio. Paulinas. Pág. 131

Sermos nós a afogar-nos

"Há pessoas que se julgam justas, que de algum modo aceitam a catequese, a fé cristã, mas não têm a experiência de terem sido salvas.
Uma coisa é contarem-nos que um rapaz estava a afogar-se no rio e uma pessoa atirou-se para o salvar.
Outra coisa é vermos isso e outra ainda é sermos nós a afogar-nos e vir outro atirar-se para nos salvar.
(...)
Penso que só nós, os grandes pecadores, temos essa graça."

Papa Francisco- Conversas com Jorge Bergoglio. Paulinas. Pág. 102

sábado, 21 de setembro de 2013

A santidade como constância


 "Associo frequentemente a santidade à paciência: não só a santidade como hypomoné, o encarregar-se dos acontecimentos e circunstâncias da vida, mas também como constância no seguir em frente dia após dia".


Papa Francisco 20-IX-2013 Entrevistado pelo Padre Antonio Spadaro, SJ | Brotéria

Valorizar as coisas pequenas no interior de grandes horizontes


 "Esta virtude do grande e do pequeno é a magnanimidade, que da posição em que estamos nos faz olhar sempre o horizonte.
É fazer as coisas pequenas de cada dia com o coração grande e aberto a Deus e aos outros.
É valorizar as coisas pequenas no interior de grandes horizontes, os do Reino de Deus».



Papa Francisco 20-IX-2013 Entrevistado pelo Padre Antonio Spadaro, SJ | Brotéria

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Quotidie Morior


81. Em segundo lugar, para nos despojar de nós mesmos, é

preciso morrer todos os dias. Isto quer dizer que é preciso

renunciar às operações das potências da nossa alma e dos sentidos

do nosso corpo, ou seja: temos de ver como se não víssemos,

de ouvir como se não ouvíssemos, de nos servir das

coisas deste mundo como se delas não nos servíssemos (1
 

Cor 7, 29-31). É a isto que São Paulo chama de morrer todos

os dias Quotidie Morior (1 Cor 15, 31). “Se o grão de trigo cai à Terra e não

morre, permanece só e não produz fruto” (Jo 12, 24). Se não
 
 
morrermos para nós mesmos, e se as nossas devoções mais

santas não nos levam a esta morte necessária e fecunda, não

daremos fruto que valha. Porque então as nossas devoções

tornar-se-ão inúteis, todas as nossas boas obras serão manchadas

pelo amor próprio e pela nossa vontade própria, o que

fará com que Deus abomine os maiores sacrifícios e as melhores

ações que possamos fazer. E, nesse caso, encontrarnos-

emos com as mãos vazias de virtudes e méritos na hora da

nossa morte, e não teremos sequer uma centelha de Puro Amor,

pois este só é dado às almas mortas para si mesmas e cuja vida

está oculta com Jesus Cristo em Deus (Cl 3, 3).
Ponto 81
Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria , Luis Maria Grignion de Monfort

Os germes de novos mundos

"(Nós os católicos) Ignoramos a tensa expetativa com que o Céu está pendente das nossa opções mais incipientes.
Não sabemos que aqui, nas pequenas oportunidades de cada dia, se escondem os germes de novos mundos que podem nascer para Deus ou ser esmagados em embrião pela nossa incúria.
(....)
Se ao menos estivéssemos olhos para ver, compreenderíamos que Jesus está ao nosso lado, com os sinais da agonia no rosto, esperando por alguém que o console, mas sem achar ninguém (Salmo 68, 21). Está ao nosso lado e nós tagarelamos distraídos, enquanto subimos o caminho que leva ao lugar onde se consuma a tragédia, lá onde Ele pende suspenso entre o céu e a terra, vindo de um e rejeitado pela outra"

A Amizade com Cristo. Robert Hugh Benson. Quadrante. SPaulo. 1996. Págs. 89 e 90

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Entrevista do Papa

A fórmula de aceitação da eleição como Santo Padre, podia ser a fórmula que qualquer cristão poderia dizer ao Senhor, ao levantar-se de manhã.

Aí está presente a Misericórdia e a Paciência de Deus, a nossa condição de pecadores e a necessidade de um espírito permanente de penitência.

: Peccator sum, sed super misericordia et infinita patientia Domini nostri Jesu Christi, confusus et in spiritu penitentiae, accepto». (Sou pecador, mas confiado na misericórdia e paciência infinita de Nosso Senhor Jesus Cristo, confundido e em espírito de penitência, aceito).

Entrevista ao Papa Francisco 20-IX-2013

Como é que o Papa reza

«Rezo o Ofício todas as manhãs. Gosto de rezar com os Salmos. Depois, a seguir, celebro a Missa. Rezo o Rosário. O que verdadeiramente prefiro é a Adoração vespertina, mesmo quando me distraio e penso noutra coisa ou mesmo quando adormeço rezando. Assim, à tarde, entre as sete e as oito, estou diante do Santíssimo durante uma hora, em adoração. Mas também rezo mentalmente quando espero no dentista ou noutros momentos do dia».


«E a oração é para mim uma oração “memoriosa”, cheia de memória, de recordações, também memória da minha história ou daquilo que o Senhor fez na sua Igreja ou numa paróquia particular.
Para mim é a memória de que Santo Inácio fala na Primeira Semana dos Exercícios, no encontro misericordioso com Cristo Crucificado.
E pergunto-me:
“Que fiz por Cristo?
 Que faço por Cristo?
Que farei por Cristo?”
É a memória de que fala Inácio também na Contemplatio ad amorem, quando pede para trazer à memória os benefícios recebidos.

 


 20-IX-2013 
Papa Francisco

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A virtude da paciência

 Esta capacidade de suportar tem por fundamento o Evangelho e o exemplo de Cristo, e torna-se possível pela fé.
Francisco, com efeito, prossegue o discurso dirigido a frei Leão, afirmando que constitui uma graça do Espírito Santo poder «vencer-se a si próprio e suportar de boa vontade, por amor de Cristo, penas, injúrias, opróbrios e incomodidades», sem se gabar disso, mas pondo a própria glória apenas na Cruz de Cristo: «Na cruz da tribulação e da aflição podemos gloriar-nos, mas, como diz o Apóstolo:Não me quero gloriar a não ser na Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo (Gl 6,14)».
A referência a Cristo e à sua Cruz é uma referência ao vértice da história de Deus com a humanidade, que também é a história da paciência de Deus para com o homem, e da sua capacidade de suportar o povo de «cerviz dura» (Dt 9,6.13; 2 Cr 30,8; Ne 9,29, Jr 17,23; Br 2,30; Ez 3,7). É a história da perseverante fidelidade de Deus para com um povo infiel.
Com efeito, a paciência de Deus não é impassibilidade nem passividade, mas a longa respiração da sua paixão, paixão de amor que aceita sofrer esperando os tempos do homem e a sua conversão: «Não é que o Senhor tarde em cumprir a sua promessa, como alguns pensam, mas simplesmente usa de paciência (makrothymeî) para convosco, pois não quer que ninguém pereça, mas que todos se convertam» (2 Pe 3,9). Por isso, o tempo concedido ao homem deve ser considerado como revelação da «longanimidade» de Deus, da suamakrothymía, e, portanto, apreendido como «salvação» (2 Pe 3,15).
(...)
A paciência divina não é ausência de cólera, mas capacidade de elaborá-la, de domá-la, de interpor uma espera entre a sua insipiência e a sua manifestação:
«Muitas vezes conteve a sua ira,
e não deixou que o seu furor de avivasse.
Lembrou-se de que eles eram humanos,
um sopro que passa e não volta mais (Sl 78,38-39).
A paciência é o olhar generoso de Deus fixo no homem, olhar que não se detém nos detalhes, no acidente de percurso, que não considera o pecado definitivo, mas que o coloca no contexto de todo o caminho existencial que o homem é chamado a percorrer. Portanto, ela expõe Deus ao risco de não ser tomado a sério, de ser «usado» pelo homem. Paulo dirige ao judeu esta pergunta retórica: «Não estarás tu a desprezar... a paciência de Deus?» (cf. Rm 2,4).
Em Cristo e, de modo particular, na sua paixão e morte, a paciência de Deus alcança o seu ápice enquanto assunção radical da incapacidade e debilidade do homem, do seu pecado. Em Cristo, Deus aceita «carregar o fardo», «suportar» a insuficiência e incapacidade humanas, assumindo a responsabilidade pelo homem na sua falibilidade. A «paciência de Cristo (2 Ts 3,5) exprime assim o amor de Deus, do qual é sacramento. «O amor paciente (makrothymeí)» (1 Cor 13,4); «o amor tudo suporta (hypoméneí)» (1 Cor 13,7).
Além disso, para o cristão, a paciência é fruto do Espírito (cf. Gl 5,22) e declina-se como perseverança e constância nas tribulações e nas provas, como capacidade de suportar e de tolerar quem causa aborrecimentos e suscita conflitos, como olhar longânime frente às incapacidades alheias. A paciência é a arte de viver a insuficiência. E a insuficiência, encontramo-la nos outros, mas também em nós, na realidade e em Deus. O suportar paciente do outro, que é sentido como aborrecido ou hostil, caminha a par e passo com a paciência para consigo mesmo e para com as suas incongruências, frente aos acontecimentos que se opõem aos nossos desejos e à nossa vontade, frente a Deus, cujo desígnio de salvação continua incompleto.
(....)
Não é por acaso que o Novo Testamento exorta com frequência a ter paciência e a suportar os outros no contexto de difíceis relações comunitárias: «Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, se alguém tiver razão de queixa contra outro» (Cl 3,13). O suportar-se mutuamente é manifestação de caridade destinada a conservar a unidade e a paz na comunidade: «Procedei... com toda a humildade e mansidão, com paciência: suportando-vos uns aos outros no amor» (Ef 4,1-2). Na comunidade cristã, [os irmãos] experimentam que são um peso uns para os outros, mas tal experiência pode tornar-se ocasião de caridade e de seguimento de Cristo: «Carregai as cargas uns dos outros e assim cumprireis plenamente a lei de Cristo» (Gl 6,2).
Na tradição cristã, a paciência é considerada uma virtude, ou até «a maior virtude (summa virtus)». Para Cipriano, ela é essencial para a vida teologal: «O facto de sermos cristãos pertence à fé e à esperança. Contudo, é necessária a paciência para que a esperança e a fé possam chegar a dar fruto». Gregório Magno associa a perfeição cristã à paciência:
(...).
A paciência é uma arte que não tem nada a ver com o suportar passivamente o sofrimento. Pelo contrário, quem não tem paciência sofre com muito maior frequência. A atitude paciente - mas livre e amorosa - de suportar quem é incómodo, antipático, aborrecido, lento, carenciado, equipara-se ao amor ao inimigo (cf. Mt 5,38-48; Lc 6,27-35). E requer que trabalhemos sobre nós mesmos para aprendermos a conhecer e a amar o inimigo que existe em nós, aquilo que em nós é incómodo, aquilo que nos é insuportável e que Deus, em Cristo, suportou pacientemente, amando-nos de modo incondicional.
 
Luciano Manicardi
In A caridade dá que fazer, ed. Paulinas

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Na confissão Jesus ressuscita o jovem de Naim

Assim como Jesus disse ao jovem em Naim para que se levantasse do seu leito de morte, disse o Papa, muitas vezes Jesus pede que façamos o mesmo “quando morremos pelo pecado e pedimos perdão”. Quando Ele nos perdoa, Ele nos restitui à nossa mãe:
A nossa reconciliação com o Senhor não acaba no diálogo com o padre, mas acaba quando Ele nos restitui à nossa mãe. Porque não existe caminho de vida, não existe perdão nem reconciliação fora da mãe Igreja.

Papa Francisco
17-IX-2013

Quando se ama, deseja-se bem ao ser amado

«Quando se ama,
deseja-se bem
ao ser amado.»

Beata Isabel da Trindade | †1906
Carta 335

Senhor:
Quem não desejará saber deveras amar
A cada minuto, a cada palpitação do coração…
Ser em tudo a Ti semelhante
Amando até ao extremo,
Dando a vida pelo irmão?

Quem não desejará
Tornar-se pequeno, como criança
Viver na palma da Tua mão
Tudo receber como preciosa dádiva
Repartindo com grandeza de alma
Tudo o que lhe é dado,
O amor que tem no seu coração?

Eu desejo-o, Senhor.
Concede-me a graça
para que:
assim como o desejo,
assim o faça!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A confissão segundo Sebastião da Gama

"Somos de barro. Iguais aos mais.
Ó alegria de sabê-lo !
(Correi, felizes lágrimas,
por sobre o seu cabelo!)

Depois de mais aquela confissão,
impuros nos achamos;
nos descobrimos
frutos do mesmo chão

Pecado, Amor ? Pecado fora apenas
não fazer do pecado
a força que nos ligue e nos obrigue
a lutar lado a lado

(...)

O nosso Amor, que história sem beleza,
se não fora ascensão e queda e teimosia,
conquista... (E novamente queda e novamente luta, ascensão...) Ó meu Amort, tão fria,

se nascêramos puros, nossa história!"

Sebastião da Gama
É pelo sonho que vamos, pág.s 41-44.


"Que Deus me perdoe - mas até queria ter um grande pecado, para lho dizer e ouvir-lhe perdoar-mo e para que fizesse dos meus actos seguintes um corpo de resgate.
Mas não no vi - o tal pecado, talvez porque tão caído sou que não vejo os argueiros dos meus próprios olhos- os lameiros da minha porta.
Mas senti-me (...) com a força que me deu Jesus, de recalcar todas as pequeninas maldades que faço dia a dia (...)
Jesus deu-me hoje o amparo, a bengala a que me arrimarei no meu Caminho; vamos ver se sou capaz"

Sebastião da Gama. Cartas I, Ática. Lisboa. 1994, Págs. 91-92.

Que a alma demos ao que é do dia-a-dia

"Basta que a alma demos,
com a mesma alegria
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia"

Sebastião da Gama
É pelo Sonho que vamos, pág.65

domingo, 15 de setembro de 2013

A poesia está na vida


“A poesia está na vida.

Nas artérias imensas cheias de gente em todos os sentidos,

Nos ascensores constantes,

Na bicha de automóveis rápidos, de todos os feitios e de todas as cores

Nas máquinas da fábrica

E nos operários da fábrica

E no fumo da fábrica.

A poesia está no grito do rapaz apregoando jornais,

No vai-vem de milhões de pessoas ou falando ou papagueando ou rindo.

(…)

A poesia está em tudo quanto vive, em todo o movimento,

Nas rodas dos comboios a caminho, a caminho, a caminho

De terras sempre mais longe,

Nas mãos sem luvas que se entendem para seios sem véus

Na angústia da vida.

A poesia está na luta dos homens,

Está nos olhos rasgados abertos para amanhã”

 

Mário Dionísio. Poemas. Coimbra. Atlântida. 1941. Pág. 51

O que é a conversão ?

"A conversão é abrir a minha casa a alguém que vai mandar nela, é partilhar a minha existência com alguém que pode parecer que, de algum modo, limita a minha liberdade"

Gonçalo Portocarrero de Almada. Auto-de-Fé. A Igreja na inquisição da Opinião Pública. Pág. 255

A graça vem por Maria


S.Bernardo (De Aquaeductu, nº6) “Esta é a vontade de Deus que tudo recebamos por Maria: se temos qualquer esperança, se recebemos alguma graça, algum dom salutar, tenhamos a certeza que tudo nos vem pelas mãos de Maria
 

Ponto 142 Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria , Luis Maria Grignion de Monfort Deus, vendo que somos indignos de receber as Suas gralas diretamente da Sua mã, diz S.Bernardo, dá-as a Maria, para que recebamos por ela tudo o que nos quer dar: e sente prazer e glória em receber por intermédio de Maria o reconhecimento, o respeito e o amor que Lhe devemos pelos Seus benefício. É justo, portanto, que imitemos, este procedimento de Deus, “para que” diz o mesmos santo, “A graça volte ao Seu autor pelo mesmo caminho porque desceu” Cfr. S.Bernardo (De Aquaeductu, nº18)
 

S.Bernardo (Sermo III in vig. Nativ. Nº10) “Somos indignos de receber as graças divinas: por isso, elas nos são dadas por Maria, para que tenhamos, por seu intermédio, tudo o que recebermos.

sábado, 14 de setembro de 2013

Obedecer a Maria


No ponto 18 do Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria, de S.Luis Maria Grignion de Monfort, diz-se que, assim como Jesus Cristo foi obediente à sua mãe, Maria, durante os 30 anos da sua vida oculta e incluindo no início da vida pública (no 1º milagre das bodas de Caná), também nós deveremos fazer o mesmo.
 
"Oh ! Quanto glorificamos a Deus, quanto nos submetemos, para lhe agradar, a Maria, seguindo o exemplo de Jesus, nosso único modelo"

A cruz sinal do Amor de Deus

No mistério da Cruz - disse o Papa em sua homilia – encontramos a história do homem e a história de Deus, sintetizadas pelos Pais da Igreja, na comparação entre a árvore do conhecimento do bem e do mal, no Paraíso, e a árvore da Cruz:
“Aquela árvore tinha feito tanto mal, e esta árvore nos leva à salvação, à saúde. Perdoa aquele mal. Este é o caminho da história humana: um caminho para encontrar Jesus Cristo Redentor, que dá a sua vida por amor. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.
Esta árvore da Cruz nos salva, todos nós, das consequências daquela outra árvore, onde teve início a auto-suficiência, o orgulho, a soberba de querer conhecer, - nós -, tudo, de acordo com a nossa mentalidade, de acordo com os nossos critérios, também segundo a presunção de ser e de se tornar os únicos juízes do mundo. Esta é a história do homem: de uma árvore a outra árvore"

Papa Francisco 14-IX-2013
Festa da Exaltação da Santa Cruz

Comentário:
Na história dos vinhateiros homicidas, a proposta racional que é dada no final, passa pela entregue daqueles aos soldados a fim de serem mortos pelo mal que fizeram.
Mas na economia da salvação, Deus aproveita o assassinato do seu próprio Filho para salvar os vinhateiros homicidas quando eles ainda eram homicidas e quando eles ainda se orgulhavam do mal que fizeram.
Esta é a dimensão clamorosa e escandalosa do Amor que Deus tem por nós !

A murmuração equivale a matar um irmão

“Por que reparas no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?”: Francisco iniciou sua homilia com a pergunta feita por Jesus que mexe com a consciência de todos os homens, de todos os tempos. O Papa observou que Cristo, após falar da humildade, nos fala do seu oposto, ou seja, “daquela atitude odiosa para com o próximo, de ser juiz do irmão”. Para estes casos, Jesus usa uma palavra dura: hipócrita:
“Aqueles que vivem julgando o próximo, falando mal do outro, são hipócritas, porque não têm a força, a coragem de olhar para os próprios defeitos. O Senhor afirma que quem tem no coração ódio do seu irmão, é um homicida... Também o Apóstolo João, na sua primeira Carta, é claro: quem odeia e julga o seu irmão caminha nas trevas.”
Para o Papa, todas as vezes que julgamos os nossos irmãos no nosso coração e, pior, falamos disso com outras pessoas, somos “cristãos homicidas”:
“Um cristão homicida … Não sou eu quem digo, eh?, é o Senhor. E sobre este ponto, não há meio termo. Quem fala mal do irmão, o mata. E nós, todas as vezes que o fazemos, imitamos aquele gesto de Caim, o primeiro homicida da história”.
Francisco acrescenta que neste período em que se fala de guerras e se pede tanto a paz, “é necessário um nosso gesto de conversão”. “As fofocas – advertiu – fazem parte desta dimensão da criminalidade. Não existe fofoca inocente”. A língua, disse ainda citando São Tiago, é para louvar o Senhor, “mas quando a usamos para falar mal do irmão ou da irmã, nós a usamos para matar Deus”, “a imagem de Deus no irmão”. Não vale a argumentação de que alguém mereça intrigas.
“Reze por essa pessoa! Faça penitência por ela! E depois, se necessário, fale com alguém que possa remediar o problema. Sem espalhar a notícia!’. Paulo foi um grande pecador, e disse de si mesmo: ‘Antes eu blasfemava, perseguia e era violento. Mas tiveram misericórdia’. Talvez nenhum de nós blasfeme – talvez. Mas se alguém faz intriga, certamente é um perseguidor e um violento. Peçamos para nós, para toda a Igreja, a graça de nos converter da criminalidade das intrigas ao amor, à humildade, à mansidão, à magnanimidade do amor para com o próximo”.
 
Papa Francisco
13-IX-2013
 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A dor leva à fecundidade

"Não são só as mulheres que sofrem ao trazer um filho ao mundo, mas todos nós, em todas as coisas que realmente valem a pena e permitem crescer, temos de passar por momentos dolorosos.
A dor é algo que está ligado à fecundidade."


Papa Francisco- Conversas com Jorge Bergoglio  Pág. 74

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