quinta-feira, 29 de julho de 2010

Fazer do trabalho oração e apostolado

Convencei-vos de que não se torna difícil converter o trabalho num diálogo de oração.
Basta oferecê-lo a Deus e meter mãos à obra, pois Ele já nos está a ouvir e a alentar.
Assim, nós, no meio do trabalho quotidiano, conquistamos o modo de ser das almas contemplativas, porque nos invade a certeza de que Deus nos olha, sempre que nos pede uma nova e pequena vitória: um pequeno sacrifício, um sorriso à pessoa importuna, começar pela tarefa menos agradável e mais urgente, ter cuidado com os pormenores de ordem, ser perseverante no dever quando era tão fácil abandoná-lo, não deixar para amanhã o que temos de terminar hoje... E tudo isto para dar gosto ao Nosso Pai Deus!
Entretanto, talvez sobre a tua mesa ou num lugar discreto que não chame a atenção, para te servir de despertador do espírito contemplativo, pões o crucifixo, que já se tornou para a tua alma e para a tua mente o manual onde aprendes as lições de serviço.
Se te decidires – sem fazer coisas esquisitas, sem abandonar o mundo, no meio das tuas ocupações habituais – a entrar por estes caminhos de contemplação, sentir-te-ás imediatamente amigo do Mestre e com o encargo divino de abrir os caminhos divinos da terra a toda a humanidade.
Sim, com esse teu trabalho contribuirás para que se estenda o reinado de Cristo em todos os continentes e seguir-se-ão, uma atrás da outra, as horas de trabalho oferecidas pelas longínquas nações que nascem para a fé, pelos povos do leste barbaramente impedidos de professar com liberdade as suas crenças, pelos países de antiga tradição cristã onde parece que se obscureceu a luz do Evangelho e as almas se debatem nas sombras da ignorância...
Que valor adquire então essa hora de trabalho, esse continuar com o mesmo empenho durante um pouco mais de tempo, alguns minutos mais, até rematar a tarefa.
Convertes assim, de um modo prático e simples, a contemplação em apostolado, como necessidade imperiosa do coração, que pulsa em uníssono com o dulcíssimo e misericordioso Coração de Jesus, Nosso Senhor.

S.José Maria Escrivá de Balaguer
(Amigos de Deus, 67)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O sentido da liturgia

"A verdadeira educação litúrgica (...) (consiste) na introdução do actio essencial (...), isto é, na introdução do poder transformador de Deus que, através do acontecimento litúrgico pretende transformar-nos a nós e ao mundo".
Cardeal Ratzinger
Discurso sobre a fé. Págs. 130 e 131.

A liturgia e a eucarístia

"Através da liturgia (...), a linguagem da mãe (Igreja) torna-se a nossa linguagem; aprendemos a falar sobre ela e com ela, de forma que as suas palavras assomam lentamente aos nossos lábios como as nossas palavras"
In Joseph Ratzinger "A Festa da Fé. A Teologia litúrgica. Jaca Book. 1984. Pág.30.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Para um rosto missionário da Igreja em Portugal


CARTA PASTORAL DOS BISPOS DE PORTUGAL
«COMO EU VOS FIZ, FAZEI VÓS TAMBÉM»
Texto integral aqui

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Santos com disponibilidade

"Para obter uma aplicação eficaz do Concílio e do serviço da Igreja no mundo, a solução não era procurada na reestruturação da burocracia eclesiástica (...).
A questão crucial era ver se existem santos dispostos a fazer algo de novo e de vivo".
In Testemunho da Esperança. Encontro de George Weigel com o Cardeal Ratzinger.

Fazer tudo por amor

"(...) o fato de que a pessoa humana certamente tem de trabalhar, empenhar-se nas ocupações domésticas e profissionais, mas tem necessidade antes de tudo de Deus, que é luz interior de Amor e de Verdade. Sem amor, inclusive as atividades mais importantes perdem seu valor, e não dão alegria.
Sem um significado profundo, todo nosso atuar reduz-se a ativismo estéril e desordenado.
Quem nos dá o Amor e a Verdade, a não ser Jesus Cristo?
Aprendamos, portanto, irmãos e irmãs, a nos ajudar uns aos outros, a colaborar, mas antes inclusive a escolher juntos a melhor parte, que é e será sempre nosso bem maior".

Angelus, 18 de julho de 2010
Papa Bento XVI

sábado, 10 de julho de 2010

Desagravar Maria

Há que desagravar o Imaculado Coração de Maria pelos muitos e diários ataques ao seu filho e indirectamente a si própria, ao ver que o seu filho, ao fim de 2 mil anos, continua diariamente a ser maltratado, cuspido, ofendido e crucificado pelos meus pecados e de todo o mundo

Exame de consciência sobre devoção mariana

Recorro a Nossa Senhora muitas vezes ao dia, invocando o seu coração maternal ?

Cumpro, com delicadeza, as normas e costumes marianos do meu dia a dia ?

Em particular, no Oferecimento de Obras, na oração do Angelus, no rezo do Terço, nas jaculatórias de senha e contra senha existem pormenores demonstrativos de uma relação intíma que só eu e Ela é que conhecemos e mais ninguém?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Santificar o trabalho e o dia, integrando-o na oração

Assim como o corpo precisa do ar para respirar e da circulação do sangue para se manter vivo, também a alma precisa de permanecer em contacto com Deus ao longo das vinte e quatro horas do dia. Por isso, a autêntica piedade leva a referir tudo ao Senhor: o trabalho e o descanso, as alegrias e as dores, os êxitos e os fracassos, o sono e a vigília. Como D. Álvaro escrevia em 1984, «entre as ocupações temporais e a vida espiritual, entre o trabalho e a oração, não pode haver só um “armistício” mais ou menos conseguido. Deve existir uma união plena, uma fusão que não deixa resíduos. O trabalho alimenta a oração e a oração enche o trabalho» [9].
Para alcançar esta meta, além do auxílio da graça, requer-se um esforço pessoal constante, que muitas vezes se concretiza em pequenos detalhes: dizer uma jaculatória ou uma breve oração vocal aproveitando uma deslocação ou uma pausa na tarefa, dirigir um carinhoso olhar à imagem do crucifixo ou da Santíssima Virgem, que discretamente colocámos no nosso lugar de trabalho, etc. Tudo isto serve para manter viva na alma uma orientação de fundo para o Senhor, a qual procuramos fomentar quotidianamente na Missa e nos tempos dedicados expressamente à meditação. E assim, mesmo que em muitas ocasiões estejamos concentrados nas várias ocupações, porque a mente se dedica completamente às diversas tarefas, a alma continua presa ao Senhor, e mantém com Ele um diálogo que não é de palavras, nem sequer de pensamentos conscientes, mas de afectos do coração, do desejo de fazer tudo, até o mais trivial, por Amor, com o oferecimento daquilo que nos ocupa.Quando actuamos com este interesse, o trabalho profissional converte-se numa palestra onde se exercitam as mais variadas virtudes humanas e sobrenaturais: a laboriosidade, a ordem, o aproveitamento do tempo, a fortaleza para rematar a tarefa, o cuidado das coisas pequenas… e tantos detalhes de atenção aos outros que são manifestações de uma caridade sincera e delicada.Convencei-vos de que não é difícil converter o trabalho num diálogo de oração. Assim que o oferecemos e metemos mãos à obra, já Deus nos está a ouvir e a alentar. Assim, nós, no meio do trabalho quotidiano, conquistamos a maneira de ser das almas contemplativas, porque nos conquista a certeza de que Deus nos olha, sempre que nos pede uma nova e pequena vitória: um pequeno sacrifício, um sorriso à pessoa importuna, começar pela tarefa menos agradável e mais urgente, ter cuidado com os pormenores de ordem, ser perseverante no dever quando era tão fácil abandoná-lo, não deixar para amanhã o que temos de acabar hoje... E tudo isto para dar gosto ao Nosso Pai Deus! Entretanto, talvez sobre a tua mesa ou num lugar discreto que não chame a atenção, para te servir de despertador do espírito contemplativo, pões o crucifixo, que já se tornou para a tua alma e para a tua mente o manual onde aprendes as lições de serviço [10].
Com a mesma força com que impulsionava a converter o trabalho em oração, o nosso Padre insistia na necessidade de não abandonar os tempos dedicados exclusivamente ao Senhor: a Missa e a Comunhão frequentes, os tempos de oração mental, o Terço e outras práticas de piedade amplamente experimentadas na Igreja. Com tanto mais cuidado e atenção quanto maiores forem as dificuldades, por causa de um horário de trabalho apertado, da fadiga ou dos momentos áridos que, mais tarde ou mais cedo, não faltam na vida de ninguém. «Tais exercícios – recordava D. Álvaro – não se hão-de conceber como interrupções do tempo dedicado ao trabalho, não são como parêntesis no decorrer do dia.
Quando rezamos, não abandonamos as actividades “profanas” para nos metermos nas actividades “sagradas”. Pelo contrário, a oração é o momento mais intenso de uma atitude que acompanha o cristão em toda a sua actividade e que cria o laço mais forte, porque é o mais íntimo, entre o trabalho realizado antes e o que se voltará a realizar imediatamente a seguir. E, de forma paralela, precisamente do trabalho saberá o cristão obter matéria com que alimentar o fogo da oração mental e vocal, impulsos sempre novos para a adoração, a gratidão, o confiado abandono em Deus» [11].
[9] D. Álvaro del Portillo, Il lavoro si transformi in orazione, artigo publicado na revista “Il Sabato”, 7-XII-1984 (“Rendere amabile la verità”, Livraria Editrice Vaticana, Roma 1995, p. 649).
[10] S. Josemaria, Amigos de Deus, n. 67.
[11] D. Álvaro del Portillo, cit., pp. 650-651.[12] S. Josemaria, Sulco, n. 514.
D.Javier Echevarria
Carta Pastoral de Julho de 2010

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