terça-feira, 27 de outubro de 2015

Avançar um passo a cada dia, sem retroceder

"(...) a nossa fraqueza, o pecado original e o diabo sempre nos levam para trás”. 

O autor da Carta aos Hebreus, acrescentou, “nos adverte contra esta tentação de retroceder”, de “regredir, de ceder”

É preciso “ir avante – exortou – sempre: um pouco a cada dia” mesmo “quando existe uma grande dificuldade”:

“Alguns meses atrás, encontrei uma mulher. Jovem, mãe de família – uma bela família – que tinha um câncer. Um câncer feio. Mas ela vivia com felicidade, agia como se estivesse saudável. E falando desta atitude, me disse: ‘Padre, faço de tudo para vencer o câncer!’. 
Assim deve ser o cristão. Nós que recebemos este dom em Jesus Cristo e passamos do pecado, da vida de injustiça à vida do dom em Cristo, no Espirito Santo, devemos fazer o mesmo. 
Um passo a cada dia. Um passo a cada dia”.

(...)

O Papa indicou algumas tentações, como a “vontade de falar mal” de alguém
E naquele caso, disse, é preciso se esforçar para calar. 
Ou quando ficamos com preguiça de rezar, mas depois acabamos rezando um pouco. Partir das pequenas coisas, reiterou Francisco:

“Nos ajudam a não ceder, a não retroceder, a não voltar para a injustiça, mas a ir avante rumo a este dom, esta promessa de Jesus Cristo, que será propriamente o encontro com Ele. 
Peçamos ao Senhor esta graça: de sermos bons, de sermos bons neste treinamento da vida rumo ao encontro, porque recebemos o dom da justificação, o dom da graça, o dom do Espírito em  Cristo Jesus”. 


Homilia do Papa Francisco na Casa de Sta Marta, 22 de Outubro de 2015

domingo, 18 de outubro de 2015

Daí-nos um coração Misericordioso

Lucas 6, 37-46



"Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam;
Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam.
Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses;
E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir.
E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também.
E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam.
E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo.
E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto.
Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus.
Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão.
Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.
E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova?
O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre.
E por que atentas tu no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?
Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão".
(..)
O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.
E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?
Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante:
É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha.
Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa"
Lucas 6:35-49

Vigilância e discernimento

Num caminho de fé “as tentações voltam sempre, o espírito ruim não se cansa nunca”. Quando é expulso “tem paciência, espera para voltar” e quando entra, cai em uma situação pior.
De fato, antes, sabia-se que era “um demônio que atormentava”.
Depois, “o Maligno se esconde, vem com seus amigos muito educados, bate à porta, pede licença, entra, convive com o homem na sua vida cotidiana e pouco a pouco, dá as instruções”. Com “esta modalidade educada” o diabo convence a “fazer as coisas com relativismo”, tranquilizando a consciência:
“Tranquilizar a consciência, anestesiar a consciência, é um grande mal. Quando o espírito ruim consegue anestesiar a consciência, pode-se falar de uma verdadeira vitória: se transforma no dono daquela consciência. ‘Mas isto acontece em todo lugar! Sim, mas todos, todos temos problemas, todos somos pecadores, todos...’ E em todos, inclui-se o ‘ninguém’. Ou seja, ‘todos menos eu’. E assim se vive a mundanidade, que é filha do espírito ruim”.
O Papa reitera as duas palavras: vigilância e discernimento:
Vigilância: a Igreja nos aconselha sempre o exercício do exame de consciência:
o que aconteceu hoje no meu coração?
Veio a mim o demônio bem educado com seus amigos?
Discernimento: de onde vêm os comentários, as palavras, os ensinamentos... quem diz isto?
Discernir e vigilar, para não deixar entrar aquilo que engana, que seduz e fascina.
Peçamos ao Senhor a graça do discernimento e a graça da vigilância”. 
 
Homilia do Papa Francisco na Casa de Santa Marta, 9 de Outubro de 2015

Rezemos muito para não cair na hipocrisia de vida

Diante de todos estes medos que nos colocam aqui e ali, e que nos coloca o vírus, o fermento da hipocrisia farisaica, Jesus nos diz: “Há um Pai. Há um pai que ama você. Há um Pai que cuida de você'”.
E há uma só maneira de evitar o contágio, diz Papa Francisco.
É o caminho indicado por Jesus: rezar. A única solução, concluiu, para evitar cair naquela “atitude hipócrita que não é nem luz, nem escuridão”, mas é “a metade” de um caminho que “nunca vai chegar à luz de Deus”:
Rezemos. Rezemos muito

Homilia do Papa Francisco na Casa de Santa Marta, 16 de Outubro de 2015

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Ser em tudo muito agradecidos.

«Graças a Deus» é a frase que lhe escutava mais vezes.
Saí dos seus lábios com naturalidade, sem enjôos: ao acabar a Missa ou depois da oração, ao terminar um trabalho, depois de um passeio ou de um tempo de exercício ou quando ouvia relatos que mostravam a fecundidade espiritual (...)

«Sede agradecidos, meus filhos, e sereis fiéis; e recordai que servir é uma das melhores manifestações das acções de graça».

Beato Álvaro del Portillo.


Salvador Bernal. Recordações de Álvaro del Portillo, prelado do Opus Dei. Rialp. 3ª Edição. Página 275

Focar a nossa vida sub specie aeternitatis

"Na última época que vivi junto de Don Álvaro foi no verão de 1993, quando o operaram às cataratas dos seus olhos.
Resumi as minhas impressões com três frases que repetiu muito nessa época:
- «graças a Deus»;
- «pois se oferece já está»;
- «o que é que se vai fazer»
(...)
Don Álvaro manifestava-se cada dia mais humano e afectuoso, porque focava os acontecimentos sub specie aeternitatis, pendente só de Deus e da sua glória e, desde Ele, atento também às necessidades de todos.
As palavras e as acções vertiam ao exterior os afãs e sentimentos da sua alma: um completo abandono nas mãos do Senhor, enquanto trabalhava com afinco na sua presença."

Salvador Bernal. Recordações de Álvaro del Portillo, prelado do Opus Dei. Rialp. 3ª Edição. Página 274

A cruz diária na nossa vida

"Se realmente amarmos este Cristo abandonado, que é novamente crucificado, não poderemos afastar a Cruz na nossa própria vida. 
Pois ninguém poderá estar unido a Ele se não partilhar dos seus sofrimentos."

Padre Werenfried van Straaten

domingo, 4 de outubro de 2015

Ao dar-se em pão, Deus quer devorar-nos

«“Quem come a minha carne
e bebe o meu sangue,
permanece em Mim e Eu nele.”
O amor de Cristo é generoso.
Dá tudo o que tem e tudo o que É;
mas retira tudo o que temos,
ou tudo o que somos.
Tem uma imensa fome
que nos quer devorar absolutamente.
Penetra até à medula dos ossos
e quanto mais Lho permitimos com amor,
tanto mais amplamente O saboreamos:
Conhece a nossa pobreza,
mas prescinde dela e de nada nos dispensa.»
«Em nós, Ele próprio faz o seu pão,
primeiramente queimando no Seu amor,
vícios, faltas e pecados.
Depois, quando nos vê puros,
quer consumir a nossa vida
para a transformar na Sua,
cheia de graça e de glória
e destinada a ser nossa,
se nos renunciarmos a nós mesmos.
Se os nossos olhos fossem suficientemente sãos
para ver esta ávida apetência de Cristo,
que tem fome da nossa salvação,
nenhum esforço nos impediria de voar
para esta boca aberta.
Isto quase parece um absurdo,
mas os que amam, compreendem!»

Beata Isabel da Trindade | 1880 - 1906
O Céu na Terra, 18

Aprender a confiar em Deus em tempo de necessidade

«Aprendamos [em tempo de necessidade]
a confiar em Deus,
a fiarmo-nos n’Ele,
a esperar na sua paternal protecção,
e não temas que Ele nos abandone;
não deixa de ouvir
a quem O invoca e procura
de bom coração.»

Beato Francisco Palau | 1811 - 1872
Carta 46, 2

Deus só precisa do nosso amor

«Eis portanto, tudo o que Jesus exige de nós.
Não precisa para nada das nossas obras,
mas unicamente do nosso amor;
porque o mesmo Deus que declara
não ter necessidade nenhuma de nos dizer se tem fome,
não receou mendigar um pouco de água à Samaritana.
Tinha sede... Mas ao dizer: “Dá-me de beber”,
era o amor da sua pobre criatura
que o Criador do universo reclamava.
Tinha sede de amor...»

Santa Teresa do Menino Jesus | 1873 - 1897
Manuscrito B. 1vº

Julgar-se uma pequena coisa

«Julga-te
uma pequena coisa que passa
e serás grande
em sabedoria.»

Beata Maria Josefina de Jesus Crucificado | 1894 - 1948
Pensamentos sobre imagens, 1ª série 44, p. 18

O mundo está cheio de ingratos a Jesus


«Ah! sinto mais do que nunca
que Jesus está sedento.
Não encontra senão ingratos e indiferentes
entre os discípulos do mundo;
e entre os seus próprios discípulos
encontra, infelizmente, poucos corações
que a Ele se entreguem sem reserva,
que compreendam toda a ternura
do seu Amor infinito.»

Santa Teresa do Menino Jesus | 1873 - 1897
Manuscrito B. 1vº

O valor do silêncio

«O silêncio não é inoperante,
faz trabalhar a mente e o coração,
conduz a alma a olhar como num espelho
a vida vivida,
transporta-nos às visões celestes do último fim,
esculpe na vontade
com caracteres indeléveis
os melhores propósitos.
O tempo do silêncio é o mais precioso,
porque nele trabalham Deus com a Sua graça
e a nossa alma pela sua docilidade.
O silêncio externo
com a eloquência interna dos transportes amorosos
conduz aos êxtases.
A paz que aí se saboreia é tão amável,
que o silêncio se torna
o mais poderoso íman.»

Beata Maria Josefina de Jesus Crucificado | 1894 - 1948
Escritos Vários, p. 45

Morder a lingua antes de falar mal dos outros

“A nossa tarefa – destacou Francisco – em meio às “notícias de guerras, de ódio, inclusive nas famílias – é ser “homens e mulheres de paz, homens e mulheres de reconciliação”:
“E nos fará bem nos perguntar: ‘
Eu semeio paz? 
Por exemplo, com a minha língua, semeio paz ou semeio intriga?’. 
Quantas vezes ouvimos dizer de uma pessoa: ‘Mas tem uma língua de serpente!’, porque sempre faz o que o serpente fez com Adão e Eva, destruiu a paz. 
E isto é um mal, esta é uma doença na nossa Igreja: semear a divisão, semear o ódio, não semear a paz. 
Mas esta é uma pergunta que nos fará bem fazê-la todos os dias: ‘Hoje eu semeei paz ou semeei intriga?’. ‘Mas, às vezes, é preciso dizer as coisas porque aquele ou aquela…’: o que se semeia com esta atitude?”.
Os cristãos, portanto, são chamados a serem como Jesus, que “veio até nós para pacificar, para reconciliar”:
“Se uma pessoa, durante a sua vida, não faz outra coisa que reconciliar e pacificar ela pode ser canonizada: aquela pessoa é santa. Mas devemos crescer nisto, devemos nos converter: jamais uma palavra que seja para dividir, jamais, jamais uma palavra que provoque guerra, pequenas guerras, jamais mexericos.  Eu penso: o que são as fofocas? Eh, nada, dizer uma palavrinha contra outra pessoa ou contar uma história: ‘Aquela pessoa fez…’. Não! Fofocar é terrorismo, porque quem fofoca é como um terrorista que joga a bomba e vai embora, destrói: destrói com a língua, não promove a paz. Mas é esperto, eh? Não é um terrorista suicida, não, não, ele se protege bem”.
O Papa Francisco, então, repetiu uma pequena exortação:
“Todas as vezes que me vier à boca a vontade de semear discórdia e divisão e falar mal do outro... Morder a língua! Eu garanto, eh? Se fizerem este exercício de morder a língua ao invés de semear discórdia, no início a língua vai inchar, ficar ferida, porque o diabo nos ajuda nisso, pois é o seu trabalho: dividir”.
E então, o Pontífice fez uma oração final: 
“Senhor, tu que deste a tua vida, dá-me a graça de pacificar, de reconciliar. 
Tu derramastes o teu sangue, mas que eu não me importe de a minha língua inchar um pouco se mordê-la antes de falar mal dos outros”.
Papa Francisco
Homilia na Casa de Sta Marta, 4 de Setembro de 2015

Só tem que se deixar levar pelo Espírito

«Aquele a quem o próprio Deus
concedeu a graça de introduzir
no próprio interior
e se entregou a Ele por inteiro
na união de amor…
esse só tem que se deixar guiar
e levar pelo Espírito de Deus
que sensivelmente o está empurrando…»


Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) | 1891 – 1942
Ciência da Cruz

sábado, 3 de outubro de 2015

A importância do Amor de Deus

"Sem amor, toda a oração, toda a mortificação, toda a piedade não passa decepção ou hipocrisia, que Deus abomina"
Padre Werenfried

Etiquetas

Arquivo do blogue