segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Sem a humildade da gruta de Belém, Cristo não nasce em nós

Em Belém, Deus mostra-nos que só nascerá em nós, no nosso coração e nas nossas obras, se e quando, independentemente das circunstâncias exteriores mais ou menos favoráveis, vivermos em permanente estado de humildade.

À conversão sobe-se pela humildade, pela via de se abaixar

Ponto 278 Sulco S. José Maria Escrivá


De facto, a humildade é a condição da nossa permanente conversão, é a condição sine qua non para a existência de todas as grandes virtudes que caracterizam a boa ascese: Fé, oração, obediência, castidade, mortificação e penitência:

A oração é a humildade do homem que reconhece a sua profunda miséria e a grandeza de Deus, a Quem se dirige e adora, de maneira que tudo espera d'Ele e nada de si mesmo.

A fé é a humildade da razão, que renuncia ao seu próprio critério, e se prostra ante os juízos e a autoridade da Igreja.

A obediência é a humildade da vontade, que se sujeita ao querer alheio, por Deus.

A castidade é a humildade da carne, que se submete ao espírito.

A mortificação exterior é a humildade dos sentidos.

A penitência é a humildade de todas as paixões, imoladas ao Senhor.

- A humildade é a verdade no caminho da luta ascética.

Ponto 259 Sulco S. José Maria Escrivá

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

(Voltar a) Nascer

Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.
Nascemos muitas vezes ao longo da infância quando os olhos se abrem em espanto e alegria.
Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.
Nascemos na sementeira da vida adulta,entre invernos e primaveras maturando a misteriosa transformação que coloca na haste a flore dentro da flor o perfume do fruto.
Nascemos muitas vezes naquela idade onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se com laços interiores e caminhos adiados.
Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar.
Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas lágrimas.
Nascemos na prece e no dom.
Nascemos no perdão e no confronto.
Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra.
Nascemos na tarefa e na partilha.
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.
O que Jesus nos diz é: "Também tu podes nascer",pois nós nascemos, nascemos, nascemos.

José Tolentino Mendonça

Daqui

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O Natal segundo Bono, dos U2

"Na noite de Natal fui à Catedral de St. Patrick (...). Cheguei, sentei-me. Deram-me um lugar péssimo, atrás de um pilar enorme. Não conseguia ver nada. Estava para ali sentado, tendo voltado de Tóquio ou algum sítio desse género. Eu fui pelo canto, porque adoro canto coral. (...) Mas estava a adormecer, pois estava a pé há alguns dias, viajando, porque a missa era um bocado aborrecida e comecei a cabecear, não via nada. Então comecei a tentar manter-me acordado estudando o que estava na página. Revelou-se-me pela primeira vez, verdadeiramente. Já tinha percebido antes, mas, de facto, compreendi: a história do Natal. A ideia de que Deus, se houver uma força de Amor e Lógica no Universo, que se tenta explicar, é espantoso o suficiente. Que tenta explicar-se a si mesma e se descreve ao tornar-se uma criança nascida na pobreza extrema, em merda e palha...uma criança...Eu simplesmente pensei "Uau!" Só a poesia...Amor desconhecido, poder desconhecido, descreve-se a si mesma como a mais vulnerável. Ali estava. Eu estava ali sentado, e não é que não se me tivesse revelado antes, mas caíram-me lágrimas pela face, e vi o genial disto, o génio absoluto de pegar num momento particular no tempo e decidir transformar-se nisto. (....) Para mim, faz sentido. É, na verdade, lógico. É pura lógica. A essência tem de se manifestar a si mesma. É inevitável. O amor tem de se tornar numa acção ou em algo concreto. Teria de acontecer. Tem de haver uma encarnação. O amor tem de ser feito carne.
Bono por Bono. Ulisseia. Pág. 144

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

sobreviver ao massacre de Mumbai

Da newsletter "É o carteiro" do meu amigo Pedro Gil, recebi esta versão traduzida para português com um impressionante depoimento de vida:


Na quarta-feira à noite, por volta das 10.00 horas, depois de um jantar descontraído, o meu amigo Eugene e eu entrámos no lobby do Taj Hotel de Mumbai, como já nos aconteceu centenas de vezes no decorrer das viagens que fazemos àquela cidade, na nossa qualidade de banqueiros de investimento de Nova Iorque que vivem actualmente em Hong Kong.

Ao pousar a mala em cima do balcão, ouvi um sonoro tiro, que reconheci – dos anos em que vivi na África do Sul – como sendo o de uma espingarda de assalto AK-47. Quando, momentos depois, ouvi um segundo tiro, voltei-me para o Eugene e disse-lhe: «Foge, é uma AK!»

Desatámos a correr para a saída mais próxima no momento em que os terroristas entravam no lobby do hotel, vindos de diversos pontos. Eu passei pelas portas que dão para a piscina e agachei-me por trás de uns arbustos, ouvindo o fogo a aumentar de intensidade. Apercebi-me de que o Eugene não tinha conseguido sair do lobby.

Havia mais quatro ou cinco pessoas atrás dos arbustos; tinham lá chegado antes de mim e estavam todas paralisadas de medo. Pelo barulho que se ouvia, percebi que se tratava de uma orgia de morte do tipo da que tinha ocorrido na escola de Columbine: os sujeitos armados andavam de um lado para o outro, a executar metodicamente quem encontravam. Raciocinando a grande velocidade, percebi que não era seguro continuar agachado por trás daqueles arbustos na zona da piscina.

Olhando em redor, cheguei à lastimosa conclusão de que tínhamos sido apanhados numa ratoeira, uma vez que estávamos completamente cercados por muros com mais de 3,5 metros de altura. Percorri os muros com os olhos, em busca de um apoio de mãos ou de pés, mas eles eram completamente lisos. No entanto, avistei por cima de mim uma conduta de ar condicionado, localizada a cerca de 2,5 metros. Dei um pulo, e consegui fazer saltar uma peça da conduta.

Dei outro salto e consegui agarrar-me ao tubo mas, quando tentei içar-me, caí, e as pessoas que se encontravam escondidas atrás dos arbustos mandaram-me calar. Após uma rápida invocação ao Espírito Santo – Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis! –, dei novo salto, e desta vez consegui agarrar-me bem e içar-me por sobre o muro, de onde saltei para o tecto do alpendre do barracão anexo à piscina. Estendi-me ao comprido, em silêncio, parcialmente escondido por ramos de árvores.

Ofegante, lembrei-me de mandar um e-mail aos meus colegas de Londres, a informá-los da situação. «Urgente: Não estou a brincar. No Taj Hotel de Mumbai. Assalto de homens armados. Há mortos. Chamem a polícia.» Depois tirei o som ao telefone, não fosse ele tocar e denunciar-me, atraindo rapidamente sobre mim uma morte violenta.

Passaram-se vários minutos; os gritos e sons de tiros prosseguiam. Comecei a rezar a São Miguel Arcanjo: protegei-nos no combate, defendei-nos com o vosso escudo contra as armadilhas e ciladas do demónio. E também rezei um de muitos terços, pedindo ajuda para sair daquela situação, que era indubitavelmente a experiência mais chocante e desesperada da minha vida. Estava ciente de que só por acção de Nosso Senhor sairia dali com vida.

Passou uma hora e eu continuava empoleirado lá no alto. As coisas estavam agora mais calmas, mas infinitamente mais assustadoras. De vez em quando, ouviam-se rajadas de metralhadora no escuro, indicativas de que aquela gente cruel continuava a praticar malfeitorias. A certa altura, já muito perto do pânico, rezei: Seja feita a Vossa vontade. A seguir, porém, decidi precaver-me e acrescentei: Eu sei que será feita a Tua vontade, Senhor, mas não quero dizê-lo neste momento, porque tenho receio de que isso me leve, de alguma maneira, a desistir. Vou fazer o seguinte: entrego esta situação a Nossa Senhora e que seja Ela a resolver o assunto.

Passou mais uma hora. Eu espreitava lá para baixo, observava, tentava decidir o que havia de fazer, rezava muitas vezes a oração a São Miguel, rezava Lembrai-vos a Nossa Senhora, esforçava-me por pensar com nitidez. Além disso, tentava distrair-me de uma intensa vontade de ir à casa de banho, porque (ainda) não estava disposto a dar a vida por esse alívio.

De repente, apercebi-me de que uns paquetes do hotel estavam a tentar tirar as pessoas da zona da piscina, conduzindo-as a um alçapão. Decidi – e, à distância, lamento tê-lo feito – ir também. Quando estava a passar por sobre a borda do muro para saltar para o chão, percebi que o lado do barracão por onde estava a saltar tinha uma altura de uns 7,5 metros.

Como já tinha começado a dar o salto, só por milagre consegui conter o impulso e agarrar-me à borda, literalmente com as pontas dos dedos. Consegui estabilizar por momentos, mas logo a seguir as ripas do tecto do alpendre começaram a ceder. Estendi a mão para um cano de água e, sem saber bem como, lá consegui chegar desajeitadamente ao chão sem me magoar.

Juntei-me às cinco ou seis pessoas que estavam a ser empurradas para o alçapão e fui atrás delas em silêncio. Percorremos um labirinto de escadas, de curvas e voltas, e acabámos por ir dar à zona de escritórios do hotel, que ficava no 2º andar. Entrámos numa sala onde já se encontravam umas setenta almas, acotovelando-se umas às outras, aterrorizadas. Percebi imediatamente que não estávamos ali bem; éramos um alvo de fácil acesso, sem comando nem controlo, sem qualquer dispositivo de segurança nos quatro pontos de entrada e saída. Estávamos numa posição extremamente vulnerável.

Enquanto as granadas, os tiros das AK e as bombas lançadas pelos terroristas faziam periodicamente abalar as paredes, matraqueando-nos na cabeça, retomei as minhas fervorosas – embora distraídas – orações a Nossa Senhora. Dado que (felizmente) ainda tinha bateria no Blackberry, comecei a rezar os mistérios gloriosos do terço com um amigo de Mumbai, o que foi extremamente reconfortante.

O cenário que me rodeava era surreal. Havia pessoas que tomavam chá, parecendo ignorar o perigo em que nos encontrávamos. Outras choravam e tremiam, nitidamente à beira do pânico. Eu estava absolutamente decidido a manter-me calmo e a continuar a rezar, pedindo força interior. Era possível que este cerco durasse vários dias, de maneira que era imperativo não perder o autocontrolo.

Enquanto rezava, fui observando sucessivamente os pontos de acesso ao local. Lembrei-me dos tempos em que jogava futebol no liceu, e em que treinávamos persistentemente a atenção aos ataques do adversário, para respondermos com rapidez, decidindo por onde avançar na linha ofensiva. Ia pensando: «OK, se eles avançarem pela escada A, eu corro para a porta B. Se eles entrarem pela porta C, eu salto pela janela D», etc.

Felizmente, havia uma casa de banho naquela zona. Na única vez que lá fui, encontrei vários homens escondidos nos cubículos individuais. Soube mais tarde, pelos jornais, que muitos deles passaram as oito ou nove horas que o assalto durou ali trancados.

As horas iam passando e o estado de espírito das pessoas continuava a ser de tensão, mas controlada. A certa altura, a luzinha vermelha do meu Blackberry começou a piscar. Era um colega do gabinete de segurança da minha empresa, a mandar-me sair imediatamente do sítio onde estava, porque os terroristas estavam a revistar o hotel de alto a baixo, à procura de americanos e britânicos, para os matarem. Eu tenho 1,85 m e sou nitidamente americano, especialmente numa cidade como Bombaim. Eles davam cabo de mim, mal me descobrissem.

Nesse momento, explodiu uma bomba, fazendo um ruído enorme, e começaram a ouvir-se nas escadas disparos de armas ligeiras. Presumi que o fim estivesse perto.

Mandei um rápido e-mail aos meus pais, agradecendo-lhes a vida e tudo o que me tinham dado. Depois, mandei outro e-mail à minha mulher e aos meus filhos: «Obrigado, Celeste, por teres sido
a minha melhor amiga e a minha alma gémea. Amo-te!» Devastei a alma e o coração, em busca de umas quantas pérolas de sabedoria para deixar aos meus três filhos pequenos, que os edificassem e sustentassem pela vida fora, agora que iam ficar órfãos de pai. Pedindo ajuda ao Espírito Santo, expliquei-lhes que a vida era um dom, e que eles deviam fazer todo o possível por usufruir desse dom. Pedi-lhes que tomassem conta da mãe, uns dos outros, e das pessoas que os rodeiam – e que não tivessem medo de dizer que sim à vocação. Aconselhei-os a terem uma vida de oração e a viverem as normas de piedade que nós lhes tínhamos ensinado: «Vivam intensamente a vida, rapazes, e mantenham-se sempre em estado de graça.»

A dor que sentia no coração (e o ritmo cardíaco) intensificou-se à medida que os tiros de AK se foram aproximando. Aproximei-me do chefe da sala e perguntei-lhe discretamente se podia sair pelas escadas das traseiras, porque a segurança da minha empresa me tinha dado indicações para abandonar imediatamente o edifício. O sujeito garantiu-me que estávamos seguros, mas a expressão com que o disse denunciou o medo e a insegurança que sentia. Enquanto ele conferenciava com os dois paquetes, eu posicionei-me ao pé das escadas das traseiras.

Momentos depois, os paquetes anunciaram que iam começar a deixar sair algumas pessoas, o que gerou imediatamente uma investida em direcção às escadas. Embora eu estivesse perto da porta, ouvi entoar em coro, com um encantador sotaque indiano: «As mulheres e as crianças primeiro!» Ah, com certeza! Engoli em seco e desviei-me.

As mulheres e as crianças começaram a sair da sala em grupos de oito. Cerca de um minuto depois, os homens começaram a avançar pelo meio delas. Tendo visto passar por mim uma dúzia de homens, numa altura em que a maioria das mulheres já tinha saído, eu avancei também e consegui fugir.

Tive obviamente imensa sorte – e recebi muitas graças. Soube mais tarde, pela segurança da minha empresa, que estava a controlar-me os e-mails, que os escritórios do hotel foram assaltados por homens armados cerca de cinco minutos depois de eu ter conseguido fugir. Soube também que o meu amigo Eugene tinha sido baleado no lobby do hotel, mas felizmente vai recuperar por completo. (No dia seguinte, o Eugene contou-me que eu tinha passado a correr pelo terrorista que tinha erguido a arma e o tinha atingido na coxa. Por sorte, ele foi transportado para um compartimento de segurança, de onde conseguiu fugir do hotel minutos mais tarde.)

Colegas e amigos, muita gente me pergunta como me sinto, depois de ter passado por uma experiência tão traumática. Eu respondo-lhes que me sinto óptimo – abalado, mas óptimo. No final das contas, estou convencido de que bona omnia fecit (fez tudo bem). Lembrar-me-ei sempre do pessoal do Taj Hotel, que se mostrou bem educado, cortês e corajoso durante todo aquele transe. Salvaram centenas de vidas, muitos deles à custa da própria.

Os meus amigos agnósticos e ateus têm-me dito que, se lhes acontecesse uma coisa assim, ficavam de rastos. Quanto a mim, tenho a sensação de que, por qualquer razão, o Senhor me protegeu. Tive muito pouca influência no facto de me ter salvado; foi e continua a ser Ele a controlar os acontecimentos, e ainda bem.

Que bem poderá resultar desta experiência terrível? Espero que uma fé mais profunda do poder da oração e uma confiança inabalável nos planos amorosos de Deus. Foi por isso que escrevi este relato para o Catholic Exchange – para que mais gente reze e se aproxime de Cristo e de Sua Mãe, em especial nos tempos de insegurança que atravessamos.

Por que terá Deus permitido que eu sobrevivesse àquele ataque? Não faço ideia. Nesta altura, porém, há um pensamento que não me abandona: Àquele a quem muito foi dado, muito será
pedido. Espero conseguir estar à altura das expectativas Dele.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O dom do tempo

Deus doa-nos o seu tempo, porque entrou na história com a sua Palavra e com as suas obras de salvação, para a abrir ao eterno, para a tornar história da aliança.
Nesta perspectiva, o tempo já é em si um sinal fundamental do amor de Deus: um dom que o homem, como qualquer outra coisa, é capaz de valorizar ou, ao contrário, dissipar; de compreender no seu significado, ou descuidar com obtusa superficialidade.
Papa Bento XVI, Angelus, I Domingo do Advento, 30 de Novembro de 2008

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O mundo

Desde o pecado original que o mal entrou no mundo e, desde então, domina o mundo e o coração dos homens.

O mundo está dominado, como diz a carta dos apóstolos, pela concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba de vida.

Os únicos resistentes são os cristãos e as Igrejas são como castelos simbolos da resistência que existem em cada cidade, cada vila, cada aldeia. Aí o Demónio não entra.

Vivemos adormecidos e dominados por esses 3 males que caracterizam o mundo. A única forma de assim não ser é acordar, através da humildade, da esperança, da oração e da sobriedade.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Novo site sobre "Primeiros Cristãos"


They observe the precepts of their Messiah with much care, living justly and soberly as the Lord their God commanded them. Every morning and every hour they give thanks and praise to God for His loving-kindnesses toward them; and for their food and their drink they offer thanksgiving to Him. (Aristides, Apology, II c.)

Such, O King, is the commandment of the law of the Christians, and such is their manner of life. As men who know God, they ask from Him petitions which are fitting for Him to grant and for them to receive. And thus they employ their whole lifetime. And since they know the loving-kindnesses of God toward them, behold! for their sake the glorious things which are in the world flow forth to view. And verily, they are those who found the truth when they went about and made search for it; and from what we considered, we learned that they alone come near to a knowledge of the truth. (Aristides, Apology, II c.)
For with Christians, temperance dwells, self-restraint is practiced, monogamy is observed, chastity is guarded, iniquity exterminated, sin extirpated, righteousness exercised, law administered, worship performed, God acknowledged: truth governs, grace guards, peace screens them; the holy word guides, wisdom teaches, life directs, God reigns. (St. Theophilus of Antioch, Books to Autolycus, II c.)

2. Dedicated to others

They appeal to those who injure them, and try to win them as friends; they are eager to do good to their enemies; they are gentle and easy to be entreated; they abstain from all unlawful conversation and from all impurity; they despise not the widow, nor oppress the orphan; and he that has, gives ungrudgingly for the maintenance of him who has not. And when they see a stranger, they take him in to their homes and rejoice over him as a very brother; for they do not call them brethren after the flesh, but brethren after the spirit and in God.
And whenever one of their poor passes from the world, each one of them according to his ability gives heed to him and carefully sees to his burial. And if they hear that one of their number is imprisoned or afflicted on account of the name of Christ, all of them anxiously minister to his necessity, and if it is possible to redeem him they set him free. And if there is among them any that is poor and needy, and if they have no spare food, they fast two or three days in order to supply to the needy their lack of food. (Aristides, Apology, II c.)


3. Citizens of earth and heaven
“For, we have not here a lasting city: but we seek one that is to come.” (Heb 13:14)“They dwell in their own countries, but simply as sojourners. As citizens, they share in all things with others, and yet endure all things as if foreigners. Every foreign land is to them as their native country, and every land of their birth as a land of strangers.

They marry, as do all [others]; they beget children; but they do not destroy their offspring. They have a common table, but not a common bed. They are in the flesh, but they do not live after the flesh. (2 Cor 10:3) They pass their days on earth, but they are citizens of heaven. (Phil 3:20) They obey the prescribed laws, and at the same time surpass the laws by their lives. They love all men, and are persecuted by all. They are unknown and condemned; they are put to death, and restored to life. (2 Cor 6:9) They are poor, yet make many rich; (2 Cor 6:10) they are in lack of all things, and yet abound in all; they are dishonoured, and yet in their very dishonour are glorified. They are evil spoken of, and yet are justified; they are reviled, and bless; (2 Cor 4:12) they are insulted, and repay the insult with honour; they do good, yet are punished as evil-doers. When punished, they rejoice as if quickened into life; they are assailed by the Jews as foreigners, and are persecuted by the Greeks; yet those who hate them are unable to assign any reason for their hatred. (Epistle to Diogentus, II-III c.)

For they know and trust in God, the Creator of heaven and of earth, in whom and from whom are all things, to whom there is no other god as companion, from whom they received laws which they engraved upon their minds and hearts and observe in hope and expectation of the world to come. Wherefore they do not commit adultery nor fornication, nor bear false witness, nor embezzle what is held in pledge, nor covet what is not theirs. They honour father and mother, and show kindness to those near to them; and whenever they are judges, they judge uprightly. They do not worship idols (made) in the image of man; and whatsoever they would not that others should do unto them, they do not to others; and of the food which is consecrated to idols they do not eat, for they are pure. And their oppressors they appease (lit: comfort) and make them their friends; they do good to their enemies; and their women, O King, are pure as virgins, and their daughters are modest; and their men keep themselves from every unlawful union and from all uncleanness, in the hope of a recompense to come in the other world. (Aristides, Apology, II c.)


4. Eucharist

In one of the first Christian texts, St. Justin the Martyr narrates how the Eucharist was celebrated during the ancient times.
And on the day called Sunday, all who live in cities or in the country gather together to one place,
And the memoirs of the apostles or the writings of the prophets are read, as long as time permits; then, when the reader has ceased, the president verbally instructs, and exhorts to the imitation of these good things.

Then we all rise together and pray, and, as we before said, when our prayer is ended, bread and wine and water are brought, and the president in like manner offers prayers and thanksgivings, according to his ability, and the people assent, saying “Amen”; and there is a distribution to each, and a participation of that over which thanks have been given, and to those who are absent a portion is sent by the deacons.
And this food is called among us Εὐχαριστία [the Eucharist], of which no one is allowed to partake but the man who believes that the things which we teach are true, and who has been washed with the washing that is for the remission of sins, and unto regeneration, and who is so living as Christ has enjoined.
For not as common bread and common drink do we receive these; but in like manner as Jesus Christ our Saviour, having been made flesh by the Word of God, had both flesh and blood for our salvation, so likewise have we been taught that the food which is blessed by the prayer of His word, and from which our blood and flesh by transmutation are nourished, is the flesh and blood of that Jesus who was made flesh.
For the apostles, in the memoirs composed by them, which are called Gospels, have thus delivered unto us what was enjoined upon them; that Jesus took bread, and when He had given thanks, said, "This do in remembrance of Me, (Lk 22:19) this is My body;" and that, after the same manner, having taken the cup and given thanks, He said, "This is My blood;" and gave it to them alone.
And we afterwards continually remind each other of these things. And the wealthy among us help the needy; and we always keep together; and for all things wherewith we are supplied, we bless the Maker of all through His Son Jesus Christ, and through the Holy Spirit. (St. Justin the Martyr, Letter to Antoninus Pius, Emperor, 155 AD)

5. Christian dimension of work

The early Christians remembered the very testimony of Christ with their life of work since “Christ was in the habit of working as a carpenter when among men, making ploughs and yokes; by which He taught the symbols of righteousness and an active life.” (St. Justin the Martyr, Dialogue with Trypho)


The Christian message of work is that labor, as long as noble and good, acquires a new dimension in Christ (cfr. Ef. 6,7). The supernatural dimension of work is like a divine incentive that will surpass much the impact of social agreements, without violence nor rebellions. For the early Christians, work had a value of a distinct sign between the true believer and the false brother, as well as a delicate way to live charity in order to be just to his brother (cfr. Thes 5, 11). (cfr. Encyclopedia GER, Primeros Cristianos II, Espiritualidad)

On the other hand, we cannot forget that the early Christians were immersed in a world in which some aspects of work had become somewhat pejorative. “Because work was what determined the life of the slave, the well-known distinction between servile work and liberal work prevailed, first identifying the work itself, and second all activities that, in addition to culture, include leisure and the arts.” (J.Mullor, La Nueva Cristiandad, Madrid 1966, p.215).

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Portugal necessita de uma Igreja e cristãos mais comprometidos e coerentes

A Igreja em Portugal precisa «sair de si e das suas exigências para partir ao encontro dum mundo concreto onde seres humanos labutam com imensas dificuldades no quotidiano da sua existência».
«Precisamos duma maior atenção que nos coloque como servos duma humanidade que busca um sentido. Verão a Cristo no rosto de quem os ama e nunca no de quem deles se serve.»
Ao falar do desafio de ser construtores de comunhão, o arcebispo destacou que um estilo de organização «que não assente no amor fraterno, vivido em círculos de comunhão real, não fará avançar a Igreja, mas constituirá mais escolhos que alimentarão o pessimismo e a crítica».
O arcebispo afirmou também que deve-se trabalhar na Igreja por uma «participação de identidade cristã». «Esta deve nascer do interior e concretizar-se na aposta de um itinerário cristão de formação».

«A competência passa pela escola da oração, da espiritualidade e da razão, do estudo, da formação. Passa não só pela intimidade com Deus, mas também pela intimidade com a cultura, com os saberes, em ordem à aquisição de capacidades para dar as razões da nossa esperança.»

A respeito da iniciação cristã, Dom Jorge Ortiga disse que «a maré dos não praticantes, como diz o santo Padre, impõe uma reflexão e talvez uma viragem no percurso atual da iniciação cristã».

«O que está a acontecer não é só fruto do tempo, numa cultura que rompe decididamente com a instituição religiosa. É também a tradução da pouca incidência da transmissão catequética.»

«Impõe-se uma viragem fundamentalmente baseada no ensino dos apóstolos, na transmissão dos símbolos da fé e na Palavra que se recebe, tornando a Bíblia um dom, um presente e não um fim», afirmou.

De acordo com o arcebispo, importa, ainda, «relançar a iniciação cristã para aqueles que perderam as referências da cultura cristã ou para aqueles que nunca as adquiriram».

«Os tempos que correm não são de facilidade, mas de renúncia, de escolha do mais difícil, de anúncio do que está para além de nós, de uma aposta na fé como novo alicerce cultural.»

«Persuadidos do invisível, imersos no nosso mundo, desmontando os esquemas nos quais nos fomos instalando, perdendo os possíveis privilégios, asseguramos a comunicação dAquele que deu a vida na Cruz», afirmou Dom Jorge Ortiga.

Daqui

Baptismo: Dar boa doutrina

Desculpem os preconceitos, mas a doutrina explicada em inglês, com pronúncia americana, por um jovem sacerdote católico norte-americano parece muito mais fresca, clara e tonificante:

sábado, 8 de novembro de 2008

Eucarístia e amor

"No próprio «culto», na comunhão eucarística, está contido o ser amado e o amar, por sua vez, os outros.

Uma Eucaristia que não se traduza em amor concretamente vivido, é em si mesma fragmentária." (Cfr. Ponto 14, último parágrafo)

Deus Caritas est.

Apostolado e oração


O bom pastor — (...) — deve estar radicado na contemplação. De facto, só assim lhe será possível acolher de tal modo no seu íntimo as necessidades dos outros, que estas se tornem suas: «per pietatis viscera in se infirmitatem cæterorum transferat». [4] Neste contexto, São Gregório alude a São Paulo que foi arrebatado para as alturas até aos maiores mistérios de Deus e precisamente desta forma, quando desce, é capaz de fazer-se tudo para todos (cf. 2 Cor 12, 2-4; 1 Cor 9, 22). Além disso, indica o exemplo de Moisés que repetidamente entra na tenda sagrada, permanecendo em diálogo com Deus para poder assim, a partir de Deus, estar à disposição do seu povo. «Dentro [da tenda] arrebatado até às alturas mediante a contemplação, fora [da tenda] deixa-se encalçar pelo peso dos que sofrem: Intus in contemplationem rapitur, foris infirmantium negotiis urgetur». [5]
Papa Bento XVI, citando o Papa Gregório Magno, in Deus Caritas est

O que fazer da vida ?

domingo, 19 de outubro de 2008

O valor das boas obras

Ouvi no meio de uma homilia duma missa:

"O vento deixa-se convencer pelas palavras, o coração deixa-se convencer pelas boas obras"

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Obrigações cumpridas- condição de santificação

"Tu e eu somos cristãos, mas, ao mesmo tempo e sem solução de continuidade, cidadãos e trabalhadores, com obrigações bem nítidas que temos de cumprir exemplarmente, se deveras queremos santificar-nos"

S. José Maria Escrivá de Balaguer

Amigos de Deus, 60–61

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Seguir o Mestre

Li algures o relato de alguém que tinha acrescentado mais uma cena ao evangelho.
Rezava assim:

"Certo dia Jesus vinha a caminhar com os seus discípulos quando se aproximou um tabelião que se apresentou perante Ele.
Pôs-se de joelhos e disse
«Mestre, já vivi e experimentei muita coisa nesta vida. Deixei-me levar pela ganância, pela atracção da riqueza e pelos prazeres da luxúria, convivi com cobradores de impostos e meretrizes.
Em tudo saboreei prazeres e gostos, uma felicidade intensa mas passageira.
No fim, sentia-me sempre triste por tudo ter acabado e porque sentia que não estava a cumprir os meus deveres que frequentemente abandonava para poder saborear dos prazeres do dinheiro, da bebida e da carne.
Ouvi dizer que pregas o Reino de Deus na terra, fazes milagres e as tuas palavras não são vãs mas têm um gosto de vida eterna.
Mestre, podes-me dar a felicidade eterna e tirar-me esta sensação de desejo que em tudo se consporca em vãos prazeres que em nada dão?»
Jesus aproximou-se dele, fitou-o nos olhos com um sorriso cheio de paz e caridade e disse
«Se vieres atrás de mim, vens atrás da Cruz. Só te tenho para oferecer a Cruz e o Amor de Deus"
Segue-me!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A importância da Eucaristia Dominical

No antigo testamento, o sábado era um preceito que servia de sinal da aliança de Deus com os Homens.
Nesse dia, o descanso e a oração e a estadia em casa com a família, relembrava Deus e associava os Judeus a Deus, fazendo-os participar de algo que Deus também fez ao 7º dia da criação, descansou.

Com o novo testamento, Cristo assumiu-se como o novo sinal da aliança de Deus com os Homens e a sua morte e ressurreição, celebrada na Eucaristia, substituíu o sábado como expressão da nossa ligação a Deus.
Com o preceito dominical, o homem participa não de algo que Deus fez ("descansou"), mas de algo que Deus é ("na pessoa de Jesus Cristo").

Assim, se os Judeus cuidam do sábado de forma escrupulosa porque acreditam que ao fazê-lo imitam a Deus e daí isso ser uma forma de estar mais próximo dele e de participar na sua acção, mais devemos nós, os católicos, cuidar do Domingo de forma ainda mais escrupulosa porque acreditamos que ao ir à Eucarístia podemos participar da própria natureza de Deus na pessoa de Jesus Cristo Sacramentado na Sagrada Hóstia consagrada.

A este propósito, vale a pena reler a carta apostólica "Dies Domini"

Castidade e Pureza

Para muitas pessoas a castidade implica um esforço quase impossível de alcançar tantas são as solicitações que saltam de dentro e por fora.
Para muitas pessoas viver a castidade é viver oprimido e num "não" constante.
Porém, a questão da castidade não tem tanto a ver com "aquilo a que renunciamos" mas mais com o "aquilo a que alcançamos por a isso renunciar"
Quem vive a pureza/castidade de forma sólida e constante vê as portas do céu abrirem de par em par e, assim, consegue ver a Deus e à sua mãe Maria Santíssima.
Na realidade, não se trata de uma negação do corpo em favor do espírito; trata-se de uma integração do corpo no espírito ou, como melhor diz o Papa Bento XVI, "Que submeta o corpo à disciplina do espírito, sem contudo isolar a razão ou a vontade, mas aceitando-se a si mesmo como vindo de Deus, reconheça e viva também a corporeidade da existência como riqueza para o espírito". Jesus de Nazaré. Bento XVI. Pág. 133.

Humildade constante

Por vezes, quando a vida nos corre melhor do ponto de vista profissional, financeiro, pessoal ou familiar, sentimo-nos com o rei na barriga, como autênticos senhores do mundo e, para nós, a soberba e auto-satisfação leva-nos a saudar a vida como uma riqueza de que usufruímos.
Porém, é habitual que depois desse auto-contentamento, Deus permita que soframos algum revéz de natureza médico, profissional, financeiro ou inter-relacional.
E aí já vamos a correr para a Igreja, a oração, etc...
Feliz é o homem que recorre a Deus sempre e, em todas as ocasiões, incluíndo nos tempos de sucesso e glória humana e que, também, nesses momentos saiba e tenha convicta consciência que tudo o que tem é emprestado e não lhe pertence.
Só assim se evita a morte.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Como evangelizar os meus filhos ?

Belo texto, aqui

Como evangelizar ?

Numa altura em que a nível nacional e diocesano se fala tanto na necessidade de partir em missão e evangelizar, aqui fica um excelente instrumento media com ideias e sugestões vindas da Igreja Católica Inglesa.

Aqui

sábado, 13 de setembro de 2008

Sair da depressão

Excelente texto de raíz evangélica sobre depressão e sair da depressão.

Aqui

domingo, 7 de setembro de 2008

O sofrimento no ano paulino, por Bento XVI

Não há amor sem sofrimento, sem o sofrimento da renúncia a si mesmo, da transformação e purificação do eu pela verdadeira liberdade. Quando não há nada por que valha a pena sofrer, até a própria vida perde o seu valor.
A Eucaristia, o centro do nosso ser cristãos, fundamenta-se no Sacrifício de Jesus por nós, nasceu do sofrimento do Amor, que na Cruz alcançou o seu cume.
Nós vivemos deste amor que se entrega. Este amor dá-nos a valentia e a força para sofrer com Cristo e por Ele neste mundo, sabendo que, precisamente assim, a nossa vida se torna grande, madura e verdadeira.
Papa Bento XVI
Homilia na inauguração do ano paulino, 28-VI-2008.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Vale a pena lutar pela santidade ?

Queres pensar – pela minha parte também farei o meu exame – se manténs imutável e firme a tua escolha da Vida? Se, ao ouvires essa voz de Deus, amabilíssima, que te estimula à santidade, respondes livremente que sim? Dirijamos o olhar para o nosso Jesus, quando falava às multidões pelas cidades e campos da Palestina. Não pretende impor-se. Se queres ser perfeito..., diz ao jovem rico. Aquele rapaz rejeitou o convite e o Evangelho conta que abiit tristis , que se retirou entristecido. Por isso, alguma vez lhe chamei a ave triste: perdeu a alegria, porque se negou a entregar a liberdade a Deus. (Amigos de Deus, 23–24)

S.José Maria Escrivá

A importância do exame na luta

A conversão é coisa de um instante; a santificação é tarefa para toda a vida. A semente divina da caridade, que Deus pôs nas nossas almas, aspira a crescer, a manifestar-se em obras, a dar frutos que correspondam em cada momento ao que é agradável ao Senhor. Por isso, é indispensável estarmos dispostos a recomeçar, a reencontrar – nas novas situações da nossa vida – a luz, o impulso da primeira conversão. E essa é a razão pela qual havemos de nos preparar com um exame profundo, pedindo ajuda ao Senhor para podermos conhecê-Lo melhor e conhecer-nos melhor a nós mesmos. Não há outro caminho para nos convertermos de novo. (Cristo que passa, 58)
Acaba sempre o teu exame com um acto de Amor – dor de Amor – : por ti, por todos os pecados dos homens... – E considera o cuidado paternal de Deus, que afastou de ti os obstáculos para que não tropeçasses. (Caminho, 246)
Há um inimigo da vida interior, pequeno, tolo, mas muito eficaz, desgraçadamente: o pouco empenho no exame de consciência. (Forja, 109)
Não esperes pela velhice para ser santo: seria um grande erro!Começa agora, seriamente, gozosamente, alegremente, através das tuas obrigações, do teu trabalho, da vida quotidiana...Não esperes pela velhice para ser santo, porque, além de ser um grande erro – insisto –, não sabes se chegará para ti. (Forja, 113).
S.José Maria Escrivá

A importância do exame na luta

A conversão é coisa de um instante; a santificação é tarefa para toda a vida. A semente divina da caridade, que Deus pôs nas nossas almas, aspira a crescer, a manifestar-se em obras, a dar frutos que correspondam em cada momento ao que é agradável ao Senhor. Por isso, é indispensável estarmos dispostos a recomeçar, a reencontrar – nas novas situações da nossa vida – a luz, o impulso da primeira conversão. E essa é a razão pela qual havemos de nos preparar com um exame profundo, pedindo ajuda ao Senhor para podermos conhecê-Lo melhor e conhecer-nos melhor a nós mesmos. Não há outro caminho para nos convertermos de novo. (Cristo que passa, 58)
S.José Maria Escrivá

O valor da humildade

Se formos humildes, Deus não nos abandonará nunca. Ele humilha a altivez do soberbo, mas salva os humildes. Ele liberta o inocente, que pela pureza das suas mãos será resgatado. A infinita misericórdia do Senhor não tarda em vir socorrer quem o chama com humildade. E então actua como quem é: como Deus omnipotente. Ainda que haja muitos perigos, ainda que a alma pareça acossada, ainda que se encontre cercada por todos os lados pelos inimigos da sua salvação, não perecerá. E isto não é apenas tradição doutros tempos, pois continua a acontecer agora

Amigos de Deus 104
S.José MAria Escrivá

Luta nas pequenas coisas

Temos de nos convencer de que o maior inimigo da pedra não é o picão ou o machado, nem o golpe de qualquer outro instrumento, por mais contundente que seja: é essa água miúda, que se mete, gota a gota, entre as gretas da fraga, até arruinar a sua estrutura. (Cristo que passa, 77)

S.José Maria Escrivá de Balaguer

O tempo é breve !

Para nós, cristãos, a fugacidade do caminho terreno deve incitar-nos a aproveitar melhor o tempo, não a temer Nosso Senhor, e muito menos a olhar a morte como um final desastroso. Um ano que termina – já foi dito de mil modos, mais ou menos poéticos – com a graça e a misericórdia de Deus, é mais um passo que nos aproxima do Céu, nossa Pátria definitiva.

Ao pensar nesta realidade, compreendo perfeitamente aquela exclamação que S. Paulo escreve aos de Corinto: tempus breve est!, que breve é a nossa passagem pela terra! Para um cristão coerente, estas palavras soam, no mais íntimo do seu coração, como uma censura à falta de generosidade e como um convite constante a ser leal. Realmente é curto o nosso tempo para amar, para dar, para desagravar. Não é justo, portanto, que o malbaratemos, nem que atiremos irresponsavelmente este tesouro pela janela fora. Não podemos desperdiçar esta etapa do mundo que Deus confia a cada um de nós.

(…)Há-de chegar também para nós esse dia, que será o último e não nos causa medo. Confiando firmemente na graça de Deus, estamos dispostos desde este momento, com generosidade, com fortaleza, pondo amor nas pequenas coisas, a acudir a esse encontro com o Senhor, levando as lâmpadas acesas, porque nos espera a grande festa do Céu. (Amigos de Deus, 39–40)

S.José Maria de Balaguer

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Não dialogar com a tentação

Chapinhas nas tentações, pões-te em perigo, brincas com a vista e com a imaginação, falas de... disparates. E depois assustas-te por te assaltarem dúvidas, escrúpulos, confusões, tristeza e desalento. Hás-de conceder-me que és pouco coerente. (Sulco, 132)

A tua miséria não é obstáculo; é acicate para te unires mais a Deus, para O procurares com constância, porque Ele nos purifica. (Sulco, 134)

Não dialogues com a tentação. Deixa-me que to repita: tem a coragem de fugir; e a fortaleza de não experimentar a tua debilidade, vendo até onde podias chegar. Corta, sem concessões! (Sulco, 137)

S.José Maria Escrivá de Balaguer

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Exame e voltar a lutar

Com serenidade, sem escrúpulos, tens de pensar na tua vida e pedir perdão e fazer o propósito firme, concreto e bem determinado, de melhorar neste aspecto e naquele outro: nesse pormenor que te custa e naquele que habitualmente não cumpres como deves, e bem o sabes. (Forja, 115)
– Lembra-te, filho, que não são menos importantes os micróbios do que as feras. E tu cultivas esses erros, esses enganos – como se cultivam os micróbios no laboratório –, com a tua falta de humildade, com a tua falta de oração, com a tua falta de cumprimento do dever, com a tua falta de conhecimento próprio... E, depois, esses focos infectam o ambiente.Precisas de um bom exame diário de consciência, que te conduza a propósitos concretos de melhora, por sentires verdadeira dor das tuas faltas, das tuas omissões e pecados. (Forja, 481)
S.José Maria Escrivá de Balaguer

Quedas

Tu não vais contra Deus. – As tuas quedas são de fragilidade. – Concordo. Mas são tão frequentes essas fragilidades (não sabes evitá-las), que, se não queres que te tenha por mau, hei-de ter-te por mau e tolo. (Caminho, 713)
S.José Maria Escrivá de Balaguer

Poesia Heróica

"Asseguro-vos, meus filhos, que, quando um cristão realiza com amor a mais intranscendente das acções diárias, ela transborda da transcendência de Deus.
Por isso vos tenho repetido, com insistente martelar, que a vocação cristã consiste em fazer poesia heróica da prosa de cada dia.
Na linha do horizonte, meus filhos, parecem unir-se o céu e a terra. Mas não; onde se juntam deveras é nos vossos corações, quando viveis santamente a vida de cada dia..."

S. José Maria Escrivá de Balaguer
(Temas Actuais do Cristianismo, 116)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Notícias da Diocese do Algarve

A partir do dia 22 de Novembro, estará em S.Brás de Alportel, a Imagem Peregrina de Nª Sr ª de Fátima, será uma altura de bençãos e graças especiais que há que não desaproveitar.

Foram efectuadas alterações na diocese do Algarve em termos de sacerdotes que poderão ser consultadas aqui.

Há que rezar pela santidade de todos os pastores e, em particular, pelos que agora foram transferidos e pedir novos e mais pastores para a Igreja Algarvia que actua num terreno nem sempre fértil e dócil.

Em particular, nas nossas famílias rezar pelo despontar de vocações a uma entrega integral e coerente dentro da Igreja.

Ano Paulino

Neste ano paulino, nada melhor para recordar S.Paulo do que reler os Actos dos Apóstolos e as cartas de S.Paulo às primeiras comunidades cristãs.

É impressionante ver a determinação, esperteza, fé e poder de S.Paulo.

Trata-se de ver Cristo encarnado numa pessoa que o seguiu, fazendo-se ele próprio outro cristo.

Nas cartas de S.Paulo lemos a fé organizada e explicada quer quanto ao que se crê, quer quanto ao que se deve fazer e viver.

Nos actos dos apóstolos, vemos a fé vivida e historicamente situada. Como eles viveram a fé ajuda-nos a pensar em como devemos viver a nossa.

O cavaleiro Antek

A história do cavaleiro Antek

A temperança

"(..) o temperado deseja o que deve e como deve e quando deve: assim comanda o sentido orientador"

Ética a Nicómaco. Aristóteles. Quetzal. Pág. 83 (15).

A luta contra o prazer

"Porque quando o prazer está em julgamento, não conseguimos ser juízes imparciais. (...) em todas as circunstâncias em que surja a possibilidade do prazer devemos escutar a voz dos anciães. Despedindo o prazer deste modo falharemos menos"
Ética a Nicómaco. Aristóteles. Quetzal. Pág. 58 (10).

As paixões e a conversão

"(....). Mas o que vive exposto à paixão não é capaz de ouvir a palavra que o tenta desviar do seu caminho e (mesmo que a ouça) não conseguirá entendê-la"

Ética a Nicómaco, Aristóteles, Quetzal, págs. 249 e 250.

Saber o que fazer não é suficiente

"Agir enquanto tal alberga a priori tanto o seu princípio como o seu próprio fim (...)
(...)
Na verdade, há uma distância abissal entre conhecer o princípio da acção e exprimi-lo no agir. O saber prático é adquirido apenas quando se converte em acção realizada.
(...)
A possibilidade extrema do Humano é a de ele se tronar excelente. Saber o que fazer não é suficiente. Tem de se agir."

António C. Caeiro, na apresentação do livro Ética a Nicómaco, de Aristóteles, Quetzal Editores, pág. 10.

A nossa fé



Daqui

Plano de Vida

Sujeitar-se a um plano de vida, a um horário... é tão monótono! – disseste-me. E respondi-te: há monotonia porque falta Amor. (Caminho, 77)

Procura cingir-te a um plano de vida com constância: alguns minutos de oração mental; a assistência à Santa Missa, diária, se te é possível, e a Comunhão frequente; o recurso regular ao Santo Sacramento do Perdão, ainda que a tua consciência não te acuse de qualquer pecado mortal; a visita a Jesus no Sacrário; a recitação e a contemplação dos mistérios do terço e tantas outras práticas excelentes que conheces ou podes aprender.

Mas estas práticas não se deverão transformar em normas rígidas ou em compartimentos estanques. Indicam um itinerário flexível, acomodado à tua condição de homem que vive no meio da rua, com um trabalho profissional intenso e com deveres e relações sociais que não podes descuidar, porque é nessas ocupações que prossegue o teu encontro com Deus.

O teu plano de vida há-de ser como uma luva de borracha que se adapta perfeitamente à mão de quem a usa.Não te esqueças também de que o que é importante não é fazer muitas coisas; limita-te com generosidade àquelas que possas cumprir no dia-a-dia, quer te apeteça quer não. Essas práticas conduzir-te-ão, quase sem reparares, à oração contemplativa.
Brotarão da tua alma mais actos de amor, jaculatórias, acções de graças, actos de desagravo, comunhões espirituais.
E tudo isto, enquanto te ocupas das tuas obrigações: ao pegar no telefone, ao subir para um meio de transporte, ao fechar ou abrir uma porta, ao passar diante de uma igreja, ao começar um novo trabalho, ao executá-lo e ao concluí-lo.
Referirás tudo ao teu Pai Deus. (Amigos de Deus, 149)

Oração é...

Dediquemos a esta norma de piedade um tempo suficiente, a hora fixa, se possível. Ao lado do Sacrário, acompanhando Aquele que ali ficou por Amor. Se não houver outro remédio, em qualquer lugar, porque o nosso Deus está de modo inefável na nossa alma em graça. Aconselho-te, contudo, a que vás ao oratório sempre que possas. (...)

Pedi-lhe vós que meta os seus desígnios na nossa vida: e não apenas na nossa cabeça, mas no íntimo do nosso coração e em toda a nossa actividade externa. Garanto-vos que deste modo evitareis grande parte dos desgostos e das penas do egoísmo e sentir-vos-eis com força para propagar o bem à vossa volta. Quantas contrariedades desaparecem, quando interiormente nos colocamos muito próximos deste nosso Deus, que nunca nos abandona!

Ao convidar-te para fazeres essas confidências com o Mestre, refiro-me especialmente às tuas dificuldades pessoais, porque a maioria dos obstáculos para a nossa felicidade nascem de uma soberba mais ou menos oculta. Pensamos que temos um valor excepcional, qualidades extraordinárias

(Amigos de Deus, 249).

Castidade é...

Um acto repetido várias vezes cria um hábito, uma inclinação, uma facilidade. É preciso, pois, batalhar para alcançar o hábito da virtude, o hábito da mortificação, para não recusar o Amor dos Amores.
Meditai no conselho de S. Paulo a Timóteo: Te ipsum castum custodi, conserva-te a ti mesmo puro, para estarmos, também, sempre vigilantes, decididos a defender o tesouro que Deus nos entregou. Ao longo da minha vida, quantas e quantas pessoas não ouvi queixarem-se: Ah! Se eu tivesse cortado ao princípio! E diziam-no cheias de aflição e de vergonha.
(Amigos de Deus, 182).

Como é começar a orar ?


Creio que vou ser capaz. De manhã, antes de começar a trabalhar, passar meia hora a ouvir-me a mim própria, a voltar-me "para dentro". "Submergir-me". Também podia dizer: meditar. Mas esse verbo ainda me assusta um bocado (...) Uma "hora silenciosa" não é fácil de conseguir. Tem que se aprender a consegui-la (...) O objectivo da meditação é, cá dentro, uma pessoa transformar-se numa planície grande e vasta, sem o matagal manhoso que não nos deixa ver. Deixar entrar um pouco de "Deus" em nós, como existe um pouco de "Deus" na Nona de Beethoven".


Etty Hillesum

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A dor que salva

Salvicifi Doloris, aqui para (re)ler

terça-feira, 24 de junho de 2008

O homem adormecido

Um homem adormecido vale o mesmo que um homem sem vida

Clemente de Alexandria (150-c.215), teólogo O Pedagogo, II, 9

Presença de Deus

A presença do homem de bem, pelo respeito que inspira, torna sempre melhor quem com ele convive.
Quanto mais aquele que está continuamente em presença de Deus, pelo conhecimento, pela maneira de viver e pela acção de graças, não se irá tornando cada dia melhor em tudo: acções, palavras e disposições!...
Vivendo, pois, toda a nossa vida como uma festa, na certeza de que Deus está totalmente presente em toda a parte, trabalhamos cantando, navegamos ao som de hinos, comportamo-nos à maneira dos "cidadãos do céu"
(Clemente de Alexandria Fl 3,20)

A cabeça ao oratório

Assoma muitas vezes a cabeça ao oratório, para dizeres a Jesus: –... abandono-me nos teus braços.
Deixa a seus pés o que tens: as tuas misérias!
Desta maneira, apesar da turbamulta de coisas que levas dentro de ti, nunca perderás a paz. (Forja, 306)

Santificação do Trabalho

Nas vossas ocupações profissionais, realizadas face a Deus, pôr-se-ão em jogo a Fé, a Esperança e a Caridade. Os incidentes, as relações e os problemas que o vosso trabalho traz consigo alimentarão a vossa oração. O esforço por cumprirdes os vossos deveres correntes será o modo de viverdes a Cruz, que é essencial para o Cristão.
A experiência da vossa debilidade e os fracassos que existem sempre em todo o esforço humano dar-vos-ão mais realismo, mais humildade, mais compreensão com os outros. Os êxitos e as alegrias convidar-vos-ão a dar graças e a pensar que não viveis para vós mesmos, mas para o serviço dos outros e de Deus.
Para viver assim, para santificar a profissão, é necessário, primeiro que tudo, trabalhar bem, com seriedade humana e sobrenatural. (…)
O milagre que o Senhor vos pede é a perseverança na nossa vocação cristã e divina, a santificação do trabalho de cada dia: o milagre de converter a prosa diária em decassílabos, em verso heróico, pelo amor com que realizais a vossa ocupação habitual.
Aí vos espera Deus para que sejais almas com sentido de responsabilidade, com zelo apostólico, com competência profissional. (Cristo que passa, nn. 49–50)

Um Pássaro com asas empastadas de lama

Não podes "subir". – Não é de estranhar: aquela queda!...Persevera e "subirás". – Recorda o que diz um autor espiritual: a tua pobre alma é um pássaro que ainda tem as asas empastadas de lama.
É preciso muito calor do céu e esforços pessoais, pequenos e constantes, para arrancar essas inclinações, essas imaginações, esse abatimento, essa lama pegajosa das tuas asas.
E ver-te-ás livre. – Se perseverares, "subirás". (Caminho, 991)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

As ovelhas e o Pastor

Diz Deus para os que os seguem:

Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas e as farei repousar, diz o Senhor Deus. Irei procurar as que se tinham perdido, farei voltar as que andavam desgarradas, porei ligaduras às que tinham algum membro quebrado e fortalecerei as que estavam fracas... E as minhas ovelhas habitarão no seu país sem temor; e elas saberão que eu sou o Senhor, quando eu tiver quebrado as cadeias do seu jugo, e as tiver arrancado das mãos daqueles que as dominavam

sexta-feira, 16 de maio de 2008

sábado, 26 de abril de 2008

Foco constante de resistência

"O corpo, que não está sujeito ao espírito como no estado de inocência original, tem em si um foco constante de resistência ao espírito e ameaça de algum modo a unidade do homem-pessoa, isto é, a natureza moral, que mergulha solidamente as raízes na constituição mesma da pessoa"

Cfr. Teologia do Corpo. Papa JP II. Audiência Geral de 28 de Maio de 1980.

A queda pessoal no pecado é uma repetição da queda dos nossos 1ºs pais

Quem olha para uma mulher, desejando-a no seu intímo, repete, na plenitude, a cedência à tentação formulada no Livro de Génesis:

"Pondo em dúvida, no seu coração, o significado mais profundo da doação, ou seja o amor como motivo específico da criação e da Aliança original (cfr. em particular Gén. 3, 5), o homem volta as costas ao Deus-Amor, ao «Pai». Em certo sentido põe-n'O fora do próprio coração. Ao mesmo tempo alheia, portanto, o seu coração e quase lhe tira aquilo que «vem do Pai»: assim fica nele o que «vem do mundo»".

Cfr Audiências sobre Teologia do Corpo Ponto 4 da audiência de 30 de Abril de 1980.

Obsessão por Deus

Satan would say to you, your goal right now is to be the best basketball player, or actor, whatever, you obsess on that. You should obsess on God. He is our obsession. [Be] so obsessed that it lives in you and comes out of you; that the fruits of the Spirit will just come flying out and you really will have happiness

James Caviezel, actor norte-americano, em entrevista

Voltar a levantar-se

That right there is the greatest thing - that even when you fall, it's about getting up again. We're sinners, but you've got to get up. God knows what you've been through; He's been through it. But you've just got to get up again. When the devil says, 'Hey, see I got you, you're worthless.' You're not. You've got to get up again and that's what we've got to do. We've got to keep trying. And eventually we'll be there in heaven.

James Caviezel, actor norte-americano, em entrevista

Oferecimento de obras pela manhã

If I choose not to give my day to God, you don't know if you're going to be taken that day. I've had plenty of friends who didn't know they were going to die the day they died. A good, good friend of mine died when he'd just turned 18. He had a whole life ahead of him. You don't know when, the time nor the hour. It's important

James Caviezel, actor norte-americano, em entrevista

A importância da oração II

“O mais importante é que desenvolvam a vossa relação pessoal com Deus. Esta relação manifesta-se na oração. Não temais o silêncio e o sossego; escutai Deus, adorai-O na Eucaristia. Permiti que a Sua palavra modele o vosso caminho como crescimento da santidade".
Papa Bento XVI
In Discurso no Seminário de S.José nos EUA, em Abril de 2008

A importância da oração em 1º lugar

"Temos que redescobrir a alegria de viver uma existência centrada em Cristo, cultivando as virtudes e submergindo na oração. O tempo passado na oração nunca é desperdiçado, por muito importantes que sejam os deveres que nos solicitam de todos os lados".

Papa Bento XVI In Discurso com Bispos em Washington

Mês de Maio


Aproxima-se o mês de Maio, mês das flores, mês do dia da Mãe, mês de Maria.
É um mês onde a nossa Mãe do Céu está mais presente, nas flores, nas celebrações de Fátima, no tempo mais solarengo, em tudo de bom neste mês está Maria.
E é uma excelente oportunidade e uma grande bengala para tentar superar certas coisas que nos impedem de avançar.
Maria é uma grande ajuda, é a omnipotência suplicante, é a Mãe Soberana.
O Papa JP II escolheu o Tottus tuus, todo teu. Colocou-se nas mãos de Maria e Ela levou-o bem alto em direcção ao seu Filho.
É o que dá quem aceita colocar-se nas mãos desta mãe Virginal.
Mãe que, como filhos pequenos e inconscientes que somos, não fujamos nunca de ao pé de ti, nem em brincadeira.
Que nos ponhamos sempre à tua beira e aceitemos o doce toque da tua mão.
Uma mãe quererá o mal do seu filho ?
E uma mãe como Maria mais não quererá do que o melhor dos melhores para o seu filho?
Mãe, ajuda-me nesta escuridão e abre-me o véu da luz que me mostra o caminho, esse caminho no qual nos temos que concentrar.
Doce Coração de Maria, prepara-me um caminho seguro !

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Como ser um líder virtuoso

Permalink: http://www.zenit.org/article-18132?l=portuguese

Entrevista com Alexandre Havard
Por Miriam Díez i Bosch

ROMA, segunda-feira, 14 de abril de 2008 (ZENIT.org).- Os líderes não nascem, eles se tornam líderes. E a liderança não é algo reservado às elites, mas uma vocação generalizada. Estas são idéias promovidas pelo diretor do Centro Europeu para o Desenvolvimento da Liderança (European Center for Leadership Development), Alexandre Havard.
Este empreendedor conta à Zenit que quanto mais profundamente se vivem as virtudes, mais se pode mudar a cultura.
Havard idealizou o programa executivo titulado «Liderança virtuosa», que converte as virtudes clássicas como base para a excelência pessoal e profissional.
Sua experiência está agora recolhida em um livro em inglês, «A liderança virtuosa», uma agenda para a excelência pessoal» («Virtuous Leadership: An Agenda for Personal Excellence», Scepter).
–Os líderes: nascem ou se formam?
–Havard: A liderança é questão de caráter. O caráter é algo que podemos configurar, moldar e fortalecer. Fortalecemos nosso caráter através da pratica habitual de hábitos morais saudáveis, chamados virtudes éticas ou morais. As virtudes são qualidades da mente, da vontade e do coração. Nós as adquirimos com nossos esforços. O ato próprio para adquiri-las é um ato de liderança.
O caráter não é o temperamento. O temperamento é inato, é um produto da natureza. Pode ajudar no desenvolvimento de algumas virtudes e impedir outras. Se sou apaixonado por natureza, pode parecer-me relativamente fácil a prática da valentia, mas se sou reticente, pode ser que a coragem se converta para mim em um autêntico desafio. Contudo, precisamente meus defeitos de temperamento me fazem consciente de que devo lutar para superá-los. Deste modo, os defeitos se convertem em força moral.
As virtudes imprimem caráter em nosso temperamento, de modo que este já não nos domina. Se me faltam virtudes, serei um escravo de meu temperamento. As virtudes regulam o temperamento. Uma pessoa impulsiva, inspirada pela virtude da prudência, converte-se em mais reflexiva. A pessoa ansiosa e duvidosa, inspirada pela mesma virtude, sente-se impulsionada a atuar e a não demorar. As virtudes estabilizam nossa personalidade e relegam as manifestações extremas.
O temperamento não tem que ser um obstáculo para a liderança. O obstáculo real é a falta de caráter, que nos deixa rapidamente secos, sem energia moral, e bastante incapazes para exercer a liderança.
Há quem pensa que se tem que ter nascido líder, que alguns têm um dom especial e outros não, que a liderança é algo ligado ao temperamento ou à experiência. Nem todos podem ser Roosevelt ou um De Gaule ou um Churchill, pensam. Nada mais longe da verdade. A liderança não está reservada a uma elite. Não é uma vocação de poucos. Chefes de estado, professores, profissionais industriais, donas de casa, responsáveis militares, agentes de saúde, todos exercem a liderança.
As pessoas esperam que façam o justo, que sejam homens e mulheres de caráter e virtude, motivados por uma visão magnânima para com as pessoas que têm a seu cargo. E se sentem defraudados se falham. Os líderes têm de ser virtuosos para serem líderes reais e, já que a virtude é um hábito que se adquire com a prática, dizemos que os líderes não nascem, eles se fazem.

–O que significa que o caráter é a virtude em ação?
–Havard: Que as virtudes são mais que simples valores. As virtudes são forças dinâmicas. De fato, sua raiz em latim, «virtus», vem de força ou poder. Cada uma, se é praticada habitualmente, reafirma progressivamente a própria capacidade para atuar.
Em meu livro me refiro a seis virtudes. A magnanimidade, para lutar por coisas grandes e propor desafios a si mesmo e aos demais. A humildade, para superar o egoísmo e acostumar-se a servir os outros. A prudência, para tomar decisões justas. A valentia, para manter-se e resistir a todo tipo de pressões. O autocontrole, para subordinar as paixões ao espírito e ao cumprimento da missão, e a justiça, para dar a cada um o que merece.
Os líderes são magnânimos em seus sonhos, visões e sentido de missão, em sua capacidade para esperar, confiança e ousadia, em seu entusiasmo pelo esforço que requer o êxito em seu trabalho. Também em sua propensão para usar meios proporcionados a seus objetivos, em sua capacidade para lançar desafios a si mesmos e aos que têm ao redor. A magnanimidade do líder está dirigida a servir os outros, sua família, clientes, colegas, seu país e toda a humanidade.
Esta nobre ambição para servir é um dos frutos da linda virtude da humildade. As virtudes não tomam o lugar da competência profissional, mas são parte desta.
Posso ter um diploma em psicologia e trabalhar como consultor, mas se não tenho prudência, eu me encontrarei com dificuldades para dar conselho a meus clientes.
Posso ter um MBA [mestrado em administração de empresas] e ser um executivo de uma grande corporação, muito bem, mas se não tenho valentia, minha capacidade para liderar ante a dificuldade deixa a desejar. A competência profissional exige mais que possuir técnicas ou conhecimentos acadêmicos; implica a capacidade para usar este conhecimento para que dê frutos.

–Qualquer pessoa é capaz de adquirir e crescer nas virtudes?
–Havard: Nem todo mundo se converte em presidente ou primeiro-ministro, nem pode ganhar o Prêmio Nobel de Literatura ou jogar nos New York Yankees. Mas todo mundo pode crescer na virtude. A liderança não exclui ninguém. A virtude é um hábito e se adquire por repetição.
Se atuarmos com valentia repetidamente, no final o faremos como um costume. Se repetidamente atuamos com humildade, ela se converterá em uma ação habitual. A infância e a adolescência desempenham um papel muito importante em nossas opções futuras. Nossos pais nos influenciam para discernir entre o bem e o mal. Mas o crescimento por si só e a formação não determinam o caráter. Não é raro que crianças que tenham crescido na mesma família usem a liberdade de maneira diferente e se convertam em pessoas muito diferentes.
Como o temperamento, nosso meio cultural pode nos ajudar a desenvolver certas virtudes. Em uma sociedade marcada pela sensualidade, pode ser duro cultivar virtudes como o autocontrole e a valentia.
Pode ser duro viver virtuosamente no contexto cultural atual, mas não é impossível. A capacidade de dizer «não» nos confere um grande poder. Somos livres para decidir até que ponto deixamos que a cultura atual nos afete. Escolhemos livremente ser o que somos. Vício ou virtude? Depende de nós. A virtude implica e depende da liberdade. Não se pode forçar, é algo que escolhemos livremente. Se as praticamos assiduamente, o caminho para a liderança está aberto. A liderança começa quando usamos nossa responsabilidade livremente.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Nunc coepit

""(...) isto está no coração da ideia de redenção: começar de novo.
Isto também está no coração do fundamentalismo religioso: nascer de novo diariamente.
Nascer de novo todos os dias é algo que tento fazer. E sou terrivelmente sério em relação a isso".

Entrevista a Bono Vox, vocalista dos U2. Bono por Bono. Ulisseia. Pág. 192.

A fonte da paz

"A desavença com Deus é o ponto de partida de todos os envenenamentos do homem; a sua superação constitui o pressuposto fundamental para a paz no mundo"
(....)
"O esforço por estar em paz com Deus é uma parte indispensável do empenho pela «paz na terra»; daí provêm os critérios e as forças necessárias para este empenho".

Jesus de Nazaré. Bento XVI. Esfera dos Livros. Pág. 124.

Por outras palavras, digo eu, para poder ir e ganhar a guerra lá fora, há que primeiramente ganhar a guerra de dentro...

Deus não é evidente, tem que ser procurado

"Vivemos neste mundo onde precisamente Deus não tem a evidência de algo que se possa tocar com a mão, mas só pode ser procurado e encontrado através do ímpeto do coração, o "êxodo" do Egipto."

Jesus de Nazaré. Papa Bento XVI. A esfera dos livros. Pág. 65

A sedução da tentação

"Faz parte da natureza da tentaçãoa sua aparência moral: não nos convida directamente a realizar o mal, seria demasiado grosseiro.
Finge que indica o melhor (...).
Além dissso, apresenta-se com a pretensão do verdadeiro realismo. O real é o que se constata: poder e pão.
Comparadas com isto, as coisas de Deus aparecem irreais, um mundo secundário de que verdadeiramente não há necessidade."
Jesus de Nazaré. Papa Bento XVI. A esfera dos livros. Pág. 59

sábado, 29 de março de 2008

Acção e não palavras

Um dia, andava eu ou já na faculdade ou no fim do meu secundário, já não me lembro bem, fui ter com o padre coadjutor da minha paróquia e actualmente coordenador do curso de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, Pe. Nuno Brás.

O meu objectivo era fazer um elenco das coisas que achava que estavam mal na minha paróquia, sobretudo ao nível da catequese, dos grupos de jovens e da forma com a missas eram celebradas e organizadas.

Estive aí quase uns 10 minutos e falar com base nuns tópicos que levei preparados enquanto ele me ouvia pacientemente com um ligeiro sorriso nos lábios e os olhos meio fechados.

No fim, esperei para ver o que ele me respondia.

Após uma ligeira pausa, arrumou-me em 3 tempos, com esta simples frase:

"Miguel, que a força não te saia pela língua"

E lá saí eu com o rabinho entre as pernas....

Alegria

Sejamos claros e directos:
A razão de ser da esmagadora maioria dos casos de tristeza têm na sua origem a falta de Deus.

A tristeza que nos traz um amor humano fracassado, uma expectativa não realizada, um prazer não obtido, a constatação de que os dias são sempre iguais uns atrás dos outros, de que nada se espera de nada a não ser um dia a doença e a morte.

Pelo contrário, estar e relacionar-se com Deus, por intermédio da oração e da acção, é como encaixar uma peça enorme de um puzzle que está por acabar por lhe faltar uma parte cheia de vazio.

Ser Alegre, é ter e estar com Deus.
Ser Alegre, é levar a cruz de cada dia com amor.
Ser Alegre, é saber-se Filho de Deus

O que é a santidade ?

A santidade mais do que em fazer muitas coisas ou coisas cada vez mais difíceis está em fazer as mesmas coisas com mais Amor.

Uma vez num funeral de um familiar, lembro-me de uma frase muito bonita que o Padre celebrante disse:

O que importa nestas flores não são o nº ou a beleza, mas sim o amor que está por detrás das pessoas que as ofereceram, essas flores são apenas um sinal do "querer bem" e do carinho de alguém por outra.

Ordem

Guarda a Ordem que a Ordem te guardará a ti

Pormenores de caridade

No livro entrevista sobre o Fundador do Opus Dei, D. Álvaro Del Portillo, conta alguns dos tópicos na luta pela caridade de S. JoséMaria Escrivá de Balaguer:

- Não fazer perguntas por curiosidade.
- Não queixar-se nunca de nada com ninguém, a não ser para obter conselho na direcção espiritual.
- Ser amável e falador em casa.

Saber desculpar

Diz S. Bernardo no seu sermão 40 sobre o Livro do Cântigo dos Cantigos:

"Ainda que vejais algo de errado, não julgueis imediatamente o vosso próximo, mas desculpai-o no vosso interior.
Desculpai a intenção, se não puderdes desculpar a acção. Pensai que eterá sido levado a ela por ignorância, por surpresa ou por fragilidade.
Se a coisa for tão clara que não vos seja possível dissimulá-la, ainda ssim procurai crer desse modo e dizei-o no vosso interior: a tentação deve ter sido muito forte."

Pormenores de caridade

Um dos muitos pormenores de caridade que, infelizmente, com muita frequência não cuidamos traduz-se em saber não interromper os outros enquanto falam, saber escutar, ouvir, preocupar-se com os outros como se fosse connosco próprios.

No caso das pessoas que mais convivem connosco, temos a obrigação de saber já de antemão quais as coisas que poderão ocasionar faltas de caridade recíprocas e daí pode-se evitar cair na situação X ou falar de Z ou Y.

Como dizem os espanhóis "hay que tener carino a la gente"

segunda-feira, 24 de março de 2008

Desânimo, metanóia e voltar a lutar

Por vezes acontece que 1 ou vários acontecimentos vão-nos fazendo perder o ânimo e a vontade de lutar.
É a hora da solidão e da desesperança; do cansaço na luta; do querer desistir e até do querer morrer já por se ter uma sensação de inutilidade.
O voltar, de novo, a pegar na enxada e lutar, muitas vezes, resulta não das nossas forças próprias, mas da tomada de consciência da nossa responsabilidade perante os nossos filhos, a nossa mulher, o nosso trabalho, os nossos amigos e a nossa Mâe, a Santa Madre Igreja que tanta falta tem de soldados.

Não desistir, nem aliviar a cruz

Falta partir as nozes

Parece que nos esquecemos de que “Deus dá as nozes, mas não as parte”. Falta-nos o músculo que se adquire com esforço e sacrifício

Rui Marques, gestor

Pecado: dano ou mero preconceito ?

Para muitos os pecados são um mero preconceito patético, um não usufruir de algo que nos dá prazer e até alguma felicidade, uma renúncia ao que a vida de bom nos pode dar.

A questão é que o pecado, em particular o chamado pecado mortal, isto é em matéria grave, não só é uma ofensa a Deus e à sua Santíssima Mãe, mas também uma auto-ofensa, uma auto-mutilação.

É que o pecado mortal, embora possa dar alguma sensação temporária de prazer, acaba por trazer consequências muito negativas do ponto de vista meramente humano, ao nível pessoal, da personalidade, familiar e profissional.

Veja-se a título de exemplo o que sucedeu recentemente com o Governador de Nova York que, em troca de uns minutos de prazer, hipotecou gravemente a sua vida familiar, profissional, política e a sua imagem pessoal.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Coerência de vida

As manifestações externas de amor devem nascer do coração e prolongar-se com o testemunho da conduta cristã. Se fomos renovados com a recepção do Corpo do Senhor, temos de o manifestar com obras. Que os nossos pensamentos sejam sinceros: de paz, de entrega, de serviço. Que as nossas palavras sejam verdadeiras, claras, oportunas; que saibam consolar e ajudar, que saibam sobretudo levar aos outros a luz de Deus. Que as nossas acções sejam coerentes, eficazes, acertadas: que tenham esse bonus odor Christi , o bom odor de Cristo, por recordarem o seu modo de Se comportar e de viver. (Cristo que passa, 156

Metanoia

Os teus parentes, os teus colegas, os teus amigos, vão notando a diferença, e reparam que a tua mudança não é uma mudança passageira; que já não és o mesmo. Não te preocupes. Para a frente! Cumpre o "vivit vero in me Christus" – agora é Cristo quem vive em ti! (Sulco, 424)

Qui habitat in adiutorio Altissimi in protectione Dei coeli commorabitur – Habitar sob a protecção de Deus, viver com Deus: eis a arriscada segurança do cristão. É necessário convencermo-nos de que Deus nos ouve, de que está sempre solícito por nós, e assim se encherá de paz o nosso coração. Mas viver com Deus é indubitavelmente correr um risco, porque o Senhor não Se contenta compartilhando; quer tudo. E aproximar-se d'Ele um pouco mais significa estar disposto a uma nova rectificação, a escutar mais atentamente as suas inspirações, os santos desejos que faz brotar na nossa alma, e a pô-los em prática.
(...)
É precisa, sem dúvida, uma outra mudança, uma lealdade maior, uma humildade mais profunda, de modo, que, diminuindo o nosso egoísmo, cresça em nós Cristo, pois illum oportet crescere, me autem minui, é preciso que Ele cresça e que eu diminua.

Não é possível deixar-se ficar imóvel. É necessário avançar para a meta que S. Paulo apontava: não sou eu quem vive; é Cristo que vive em mim. A ambição é alta e nobilíssima: a identificação com Cristo, a santidade. Mas não há outro caminho, se se deseja ser coerente com a vida divina que, pelo Baptismo, Deus fez nascer nas nossas almas. O avanço é o progresso na santidade; o retrocesso é negar-se ao desenvolvimento normal da vida cristã. Porque o fogo do amor de Deus precisa de ser alimentado, de aumentar todos os dias arreigando-se na alma; e o fogo mantém-se vivo queimando novas coisas. Por isso, se não aumenta, está a caminho de se extinguir. (Cristo que passa, 58)

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