quinta-feira, 30 de junho de 2011

O maior seja o escravo

Jesus Cristo, ao longo da sua pregação, destaque, de forma desconcertante, a importância de certos paradoxos:

Se quiseres ser maduro e colher os frutos da maturidade, faz-te criança.

Se quiseres ser rico, desfaz-te de tudo o que tens e segue-Me.

Etc...



E há um paradoxo que resume todos os outros, o de contrariar a lei que rege a sociedade, a política e o mundo do trabalho e da economia: "Vós sabeis que os príncipes das nações as subjugam e que os grandes as governam com autoridade. Não seja assim entre vós, mas todo aquele que quiser ser entre vós maior, seja vosso servo, e quem quiser ser entre vóso primeiro, seja o vosso escravo. Assim como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida para resgate de todos"
S. Mateus 20, 25-28

Caridade com carinho

"O Senhor tomou a iniciativa, vindo ao nosso encontro. Deu-nos o exemplo para nos pormos com Ele ao serviço dos outros, para – gosto de repetir – pormos generosamente o nosso coração a servir de alcatifa, de modo que os outros caminhem suavemente e a sua luta resulte para eles mais amável. Devemos comportar-nos assim, porque somos filhos do mesmo Pai, que não hesitou em entregar-nos o seu Filho muito amado.

(...)

Tu e eu estamos em condições de derramar carinho sobre os que nos rodeiam, porque nascemos para a fé pelo amor do Pai. Pedi com ousadia ao Senhor este tesouro, esta virtude sobrenatural da caridade, para a exercitardes até ao último pormenor.

Nós, os cristãos, não temos sabido muitas vezes corresponder a esse dom; algumas vezes temo-lo rebaixado como se se limitasse a uma esmola dada sem alma, friamente; outras vezes temo-lo reduzido a uma atitude de beneficência mais ou menos convencional. Exprimia bem esta aberração a queixa resignada de uma doente: Aqui, tratam-me com caridade, mas a minha mãe cuidava de mim com carinho. O amor que nasce do Coração de Cristo não pode dar lugar a este tipo de distinções".

S.Josémaria Escrivá de Balaguer
Amigos de Deus, nn. 228–229

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sermos nós o "Evangelho vivo"

É constante o convite que o Santo Padre nos dirige para levarmos o coração do ser humano ao encontro do Deus que salva. Há poucos meses, dizia de um modo muito gráfico: “Todos se podem abrir à acção de Deus, ao seu amor; com o nosso testemunho evangélico, nós cristãos devemos ser uma mensagem viva, aliás, em muitos casos somos o único Evangelho que os homens de hoje ainda lêem” (Homilia, 9-III-2011). Quando o Papa nos convida a ser com ele testemunhas de Jesus Resuscitado, pede-nos que sejamos Evangelho vivo, “o único que os homens de hoje ainda lêem”. Cada uma, cada um, no próprio ambiente familiar, de trabalho, de descanso, principalmente onde o silêncio da fé é mais profundo, tem de ser Cristo que passa, dar a conhecer com o seu comportamento, e apesar dos seus erros e defeitos, o amor de Jesus por cada um, de tal modo a permitir aos que convivam connosco o encontro com Cristo. Diz S. Josemaria “– Não é verdade que sentíamos abrasar-se-nos o coração, quando nos falava caminho? Se és apóstolo, esta palavras dos discípulos de Emaús deviam sair espontaneamente dos lábios dos teus companheiros de profissão, depois de te encontrarem a ti no caminho da vida” (Caminho, n. 917).

Para isso, é fundamental que tenhamos nós experiência desse encontro com Cristo que nos transforma, na oração, na Eucaristia e no Evangelho. Bento XVI, ao dirigir-se aos participantes do Congresso UNIV, na Páscoa passada, citou um texto de S. Josemaria: “Oxalá fossem tais as tuas atitudes e as tuas palavras, que todos pudessem dizer quando te vissem ou ouvissem falar: «Este lê a vida de Jesus Cristo»” (Caminho, n. 2). É um desafio, um programa para a nossa vida de cristãos, testemunhas de Jesus Ressuscitado. Para isso, é importante que leiamos todos os dias a Sagrada Escritura, o Evangelho, de modo pessoalíssimo. O fundador do Opus Dei propunha algo que tinha bem experimentado e vivido:


(...)

Para sermos testemunhas vivas, para que os que nos encontrem possam ler o Evangelho, cuidemos a nossa leitura do Evangelho. Levemos a Sagrada Escritura à nossa oração. Descobriremos sempre aspectos novos, aprenderemos a conhecer cada vez melhor o nosso Jesus, e possibilitaremos que, através da nossa amizade, das nossas palavras e acções, os outros também encontrem Jesus.

Rafael Espírito Santo
Vigário Geral da Prelatura do Opus Dei em Portugal
Homília de Missa do dia 25 de Junho de 2011

Não rebaixemos na luta do dia a dia

"Não rebaixemos a exigência da Santidade pessoal nas pequenas coisas de cada dia (...)
O Senhor aguarda por nós na doença e na dor, em circunstâncias extraordinárias, mas também e sobretudo no trabalho quotidiano, feito por amor e com amor, nos 1000 detalhes de carinho e atenção a quem nos rodeiam, sem nunca nos cansarmos (...).
Esta é a correspondência heróica, jornada após jornada, que Jesus Cristo esperam de nós!".

Carta pastoral de Julho de 1994
D. Javier Echevarria, Bispo.

E nesta luta podemos contar com a intercessão e a ajuda do Santo dos milagres da santificação do trabalho, S.José Maria Escrivá de Balaguer.

Como se caracteriza a humildade

A humildade caracteriza-se pelo saber estar sempre esquecido de sim mesmo e pelo espezinhamento do nosso próprio eu.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Fé e preserverança na oração

O episódio da Cananeia (Mateus 15, 21-28) a quem Jesus parece querer ignorar e a quem parece não querer fazer qualquer milagre é muito elucidativo relativamente à questão da preserverança na oração.

Mais tarde, pela reacção de Jesus se vê que, na realidade, também Ele queria realizar esse milagre, mas pretendia que daquela mulher saísse um sinal de preserverança na fé. Por isso, ignorou e deixou sem resposta ou com resposta negativa as preces e súplicas daquela mulher.

Essa mulher, porém, mantém-se firme e perseverante na oração e, por fim, é a atitude de humildade que demonstra que faz com que Jesus acabe por fazer o milagre que Lhe é pedido.

Este episódio deve servir de exemplo para nós quando, perante um mal que temos na nossa vida, um mau hábito desde há muito tempo arreigado e que nos causa graves prejuízos mas do qual parece que não nos conseguimos libertar, o remédio é rezar, continuar a rezar com fé e humildade.

Essa preferência pelas coisas do alto e o facto de Deus conseguir (mesmo nas coisas terrenas e diárias, no pão nosso de cada dia) dar-nos o 100 por 1, deve-nos levar a acreditar, com sinceridade, que escolher a melhor parte, acaba por compensar sempre.

É o próprio Jesus que o reafirma, várias vezes, aliás:

“Homens de pouca fé, porque estais a discorrer entre vós por não terdes trazido pão? Ainda não compreendeis nem vos lembrais dos cinco pães para os cinco mil homens e quantos cestos recolhestes ? Nem dos sete pães para quatro mil homens e quantos cestos recolhestes?” S.Mateus 16, 8-11


segunda-feira, 20 de junho de 2011

A temperança como sinal de poder e realeza

"De facto, que há tão real para uma alma como governar o seu corpo na submissão a Deus ?" (S.Leão Magno, Serm.4,1).

"Aquele que submete o corpo e governa o espírito, sem se deixar submergir pelas paixões, é senhor de si mesmo; pode ser chamado rei, porque é capaz de reger a sua própria pessoa;
é livre e independente e não se deixa cativar por uma escravidão culpável" (Stº Ambrósio, Psalm 1118, 14,30; PL 15, 1403 A)

(Cfr. Pontos 786 e 908 do Catecismo da Igreja Católica)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Preparar o dia do Corpo de Deus

"Jesus Cristo deseja ardentemente encontrar, em ti e em mim, obras concretas que revelem a nossa entrega. Busca em nós realidades diárias constantes, de Amor e serviço abnegado a Ele e por Ele, aos outros, que são como essas flores que se atiram com veneração ao passo da procissão (do Corpo de Deus).
Espera que lhe ofereçamos as nossas horas de trabalho intenso e bem terminado, entrelaçado de pequenos sacrifícios, como o pequeno e pouco perceptível aroma das ervas que servem de tapete à procissão.
Aguarda que saíamos ao seu encontro com mil detalhes de delicadez na pontualidade, esmero e esforço por acabar bem as normas de piedade diárias, tal como o incenso que se queima em silêncio diante do Santíssimo Sacramentado.
Amor com Amor se paga: pensa nas tuas genuflexões ante o sacrário, nas tuas visitas ao Santíssimo Sacramento, com que carinho e atenção, são feitas ?"


D.Alvaro Del Portillo
Carta Pastoral de Junho de 1993

Combati um bom combate

Oxalá se pudesse dizer de cada um de nós, no final mais uma semana de trabalho que passou, o mesmo que S.Paulo disse, no final da sua vida:

Combati um bom combate, guardei a Fé !

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Espírito Santo

SEQUÊNCIA
Vinde, ó santo Espírito,
vinde, Amor ardente,
acendei na terra
vossa luz fulgente.

Vinde, Pai dos pobres:
na dor e aflições,
vinde encher de gozo
nossos corações.

Benfeitor supremo
em todo o momento,
habitando em nós
sois o nosso alento.

Descanso na luta
e na paz encanto,
no calor sois brisa,
conforto no pranto.

Luz de santidade,
que no Céu ardeis,
abrasai as almas
dos vossos fiéis.

Sem a vossa força
e favor clemente,
nada há no homem
que seja inocente.

Lavai nossas manchas,
a aridez regai,
sarai os enfermos
e a todos salvai.

Abrandai durezas
para os caminhantes,
animai os tristes,
guiai os errantes.

Vossos sete dons
concedei à alma
do que em Vós confia:

Virtude na vida,
amparo na morte,
no Céu alegria.

A virtude da Temperança

Segundo o Beato Papa João Paulo II, a temperança consegue-se "através do domínio sobre si mesmo e de uma vigilância particular sobre todo o seu comportamento. Nisto consiste, portanto, a virtude da temperança, da sobriedade"





"(...) Penso também que esta virtude exige de cada um de nós uma humildade específica com relação aos dons que Deus pôs na nossa natureza humana. Eu diria que há uma humildade de corpo e uma humildade de coração"

"(...) Por outro lado, não é precisamente o corpo que sofre prejuízos sensíveis e, não raro, graves para a saúde, se falta ao homem a virtude da temperança, da sobriedade?


As estatísticas e as fichas médicas de todos os hospitais do mundo poderiam dizer muito a esse respeito(...)entretanto, há provas abundantes de que a falta da virtude da temperança prejudica a saúde".






terça-feira, 7 de junho de 2011

A loucura da Eucarístia

“Esforcemo-nos por entender (…) a loucura divina deste Deus nosso que se nos entrega e que nos exige uma correspondência sem ambiguidades”



D. Álvaro dell Portillo, Bispo.

Carta Pastoral Junho de 1993

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Não têm necessidade de ir

Quando, em S.Mateus capítulo 14, 16, os discípulos lhe disseram que a multidão ao seu redor estava com fome e que, por isso, deviam ir às aldeias mais próximas comprar algo para comer, Jesus responde "Não têm necessidade de ir"

Quando Jesus está na casa de Betânia, com Maria, Marta e Lázaro também diz que não há necessidade de andar atarefado numa azáfama exterior, sem cuidar as coisas do Alto.

No nosso dia a dia, colocamos compromissos à frente dos tempos de oração e de piedade. Mas, esses tempos dedicados a Deus, se forem bem aproveitados, valem o "cem por um". Deus retribuí essa nossa generosidade com uma generosidade ainda maior.

Por isso, não há necessidade !

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O valor da castidade

Forte no cumprimento do dever

O caminho do cristão, o de qualquer homem, não é fácil. Certo é que em determinadas épocas parece que tudo se cumpre segundo as nossas previsões; mas isto habitualmente dura pouco. Viver é defrontar dificuldades, sentir no coração alegrias e pesares; e é nesta forja que o homem pode adquirir a fortaleza, a paciência, a magnanimidade e a serenidade.

É forte quem persevera no cumprimento do que entende dever fazer, segundo a sua consciência; quem não mede o valor de uma tarefa exclusivamente pelos benefícios que recebe, mas pelo serviço que presta aos outros. O homem forte às vezes sofre, mas resiste; talvez chore, mas traga as lágrimas. Quando a contradição aumenta, não se curva. (Amigos de Deus, 77)

S. José Maria Escrivá de Balaguer

O Sagrado Coração de Jesus

Neste mês de Junho, a Igreja convida-nos a meditar no Sagrado Coração de Jesus.


E a melhor forma de o fazermos é procurar no Evangelho cenas onde se possa ver como é que o Coração de Jesus agia. Aí veremos que era um coração de carne, igual ao nosso, com a diferença de estar cheio de bondade; também com receios, próprios dos humanos, mas cheio de fé.


Por exemplo, após saber do martírio de S. João Baptista, Jesus mostra-se perturbado. Esse martírio, antecede aquele que será o seu próprio martírio, o martírio de todos os que, querendo seguir a Jesus, deverão também deixar-se levar pelo martírio, no nosso caso, da luta nas pequenas coisas, da caridade e do cumprimento do horário.


Diz S.Mateus 14, 13: "Tendo Jesus ouvido isto, retirou-se dali numa barca para um lugar solitário e afastado"


Quando acontece, no mundo, um acontecimento perturbador, Jesus não continua a sua actividade externa. Não. O Seu Coração fá-lO parar e fá-lO afastar-Se para um lugar isolado certamente para rezar.

Este contraste do seu Coração com o nosso coração que anseia por actividades e compensações externas. Jesus pára e reza.


Depois logo a seguir, nova manifestação do seu Coração:


"Ao sair da barca, viu Jesus uma grande multidão e teve compaixão e curou os seus enfermos" S.Mateus 14,14.


Há casos em que Jesus faz milagres porque vê a fé daqueles que precisam desses milagres. Mas neste último caso, ninguém se Lhe dirigiu especificamente, simplesmente trouxeram esses doentes e Jesus teve compaixão deles.

Nos momentos em que sentimos a nossa fé mais fragilizada e menos operativa ou proactiva, então deixemos que Jesus simplesmente tenha compaixão de nós e nos cure das nossas fraquezas.

E assim, nasce a jaculatória: "Jesus, Filho de David, tende compaixão de mim"


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Vinde ó Espírito Santo

Vinde, Espírito Santo

- Vinde, Espírito Santo, e enchei os corações dos vossos fiéis, e acendei neles o fogo do vosso amor.

Enviai, Senhor o vosso Espírito, e tudo será Criado, e renovareis a face da terra.

Ó Deus, que instruistes os vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, e gozemos sempre da sua consolação, por Cristo, Senhor nosso, Amém.

O espírito Santo em nós santifica-nos

"(...) o nosso corpo é, em certa medida, a sala de estar de Deus. Quanto mais nos abrimos, dentro de nós, ao Espírito Santo, tanto mail Ele se torna o mestre da nossa vida, tanto mais Ele nos concede os Seus Carismas (...).


Desta forma, crescem em nós, ao invés das obras da carne, os frutos do Espírito (caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e temperança).

YouCat ponto nº120



"(...) Quem Se abandona ao Espírito Santo pode presenciar ainda hoje verdadeiros milagres"




"A maioria das pessoas não faz ideia do que Deus poderia fazer delas se somente elas se colocassem à disposição d'Ele"

Sto Inácio de Loyola

You Cat página 81 (fim do ponto nº 128)


Se "No dia de Pentecostes, o Espirito Santo fez, de medrosos Apóstolos, corajosas testemunhas de Cristo. Num curtíssimo espaço de tempo fizeram-se baptizar milhares de pessoas" (Youcat ponto nº118), o que não fará Ele a cada um de nós, se O deixarmos actuar nas lutas do nosso dia a dia ?


Deus permite a tentação

Todas as almas para adquirirem uma virtude, perderem um vício, defeito ou mau hábito ou para subirem ao monte Carmelo da vida ascética, necessitam passar pela tentação.

Sobre a forma de agir quando surgem as tentações e as tribulações, Jesus diz o seguinte:


"O que recebeu a semente no lugar pedregoso, é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com gosto; porém, não tem em si raiz, é inconstante; e quando lhe sobrevém a tribulação e a perseguição por causa da palavra, logo sucumbe"

S.Mt 13, 21

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