sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Mortificação interior

Na sua pregação e na censura aos Fariseus, Jesus Cristo deixou claro que, sem prejuízo dos actos exteriores de piedade e oferenda, o mais importante são os actos interiores.

Por isso, a 1ª e mais importante é a mortificação e o sacríficio interior de pensamentos.

Se uma alma gasta demasiado tempo em monólogos interiores e em preocupar-se excessivamente com as suas coisas pessoais, essa alma começa a afastar-se da caridade e da humildade de quem deve manter sempre a cabeça nas coisas de Deus e dos irmãos.

O monólogo interior é uma forma que o Demónio tem de preparar o terreno para futuras quedas, usando distracções para um próximo ataque, uma próxima tentação que poderá ser fatal.
O demónio é o pai da mentira, faz-nos ver coisas que, na realidade, não são. Estai alertas!

Santos Anjos

Além do poder da Graça Santificante, Deus colocou também ao nosso lado um Anjo da Guarda.

Com o poder da Graça Santificante e a ajuda dos Santos Anjos da Guarda poderemos vencer as tentações e subir um degrau mais em direcção à Santidade:

"Ele te dará ordem sobre ti aos seus Anjos de guardar-te em todos os teus caminhos. Te levarão nas suas mãos, para que a pedra não tropece no teu pé, pisará sobre o leão e a vibora"
Salmo 91, 11-13.

Enchamo-nos, pois, de segurança e confiança !

domingo, 25 de setembro de 2011

A humildade é a verdade

"Humilitas, a palavra latina donde deriva «humildade», tem a ver com humus, isto é, com a aderência à terra, à realidade.
As pessoas humildes vivem com ambos os pés na terra; mas sobretudo escutam Cristo, a Palavra de Deus, que ininterruptamente renova a Igreja e cada um dos seus membros".


Bento XVI
Homilia aos Jovens, Friburgo, RFA, 25 de Setembro 2011

Os que fazem mais mal à Igreja são os cristão tíbios

Neste ponto, não devemos calar o facto de que o mal existe.
Vemo-lo em tantos lugares deste mundo; mas vemo-lo também – e isto assusta-nos – na nossa própria vida. Sim, no nosso próprio coração, existe a inclinação para o mal, o egoísmo, a inveja,
a agressividade.

Com uma certa autodisciplina, talvez isto se possa, em certa medida, controlar. Caso diverso e mais difícil se passa com formas de mal mais escondido, que podem envolver-nos como um nevoeiro indefinido, tais como a preguiça, a lentidão no querer e no praticar o bem.

Repetidamente, ao longo da história, pessoas atentas fizeram notar que o dano para a Igreja não vem dos seus adversários, mas dos cristãos tíbios.
(...)

Uma vela só pode dar luz, se se deixar consumir pela chama; permaneceria inútil, se a sua cera não alimentasse o fogo.
Permiti que Cristo arda em vós, ainda que isto possa às vezes implicar sacrifício e renúncia. Não tenhais medo de poder perder alguma coisa, ficando, no fim, por assim dizer de mãos vazias.
Tende a coragem de empenhar os vossos talentos e os vossos dotes pelo Reino de Deus e de vos dar a vós mesmos – como a cera da vela –, para que o Senhor ilumine, por vosso meio, a escuridão.
Sabei ousar ser santos ardorosos, em cujos olhos e coração brilha o amor de Cristo e que, deste modo, trazem luz ao mundo.

Papa Bento XVI
Discurso aos Jovens Friburgo em 24 de Setembro de 2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Preparaste-me um corpo

"Na versão que a palavra do Salmo 40 recebeu na Carta aos Hebreus (Cfr Hbr 10,5-7, Sl 40, 7-9)está contida a resposta a esse desejo: o desejo de que a Deus seja dado aquilo que nós não somos capazes de lhe dar (...).
"(...) não quiseste sacrifício nem oferenda, mas preparaste-Me um corpo".
(...)
Por outras palavras, a nossa moralidade pessoal não basta para venerar de modo justo a Deus. (...) Mas o Filho feito carne carrega em Si todos nós e, assim, dá aquilo que nós, sozinhos, não podemos dar."

(...)
Este lado existencial da nova concepção de culto e de sacrifício torna-se particularmente claro no capítulo 12 (v.1) da Carta aos Romanos "Por isso vos exorto, irmãos, (..), a que ofereçais os vossos corpos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus. Seja este o vosso verdadeiro culto"

(...) Paulo pressupõe aqui, sem dúvida, que este novo culto dos cristãos, no qual eles mesmos são o "sacrifício vivo e santo", seja possível apenas pela participação no amor corporizado de Jesus Cristo, aquele amor que, por meio do poder da sua santidade, supera toda a nossa insuficência".
(...)
Quanto mais o homem (...) se torna resposta a Deus com toda a sua vida, tanto mais realiza o culto justo."
Bento XVI
Jesus de Nazaré II, páginas 191, 192 e 193.
Por outras palavras, o Papa salienta o facto dos sacrifícios anteriores já não servirem, como não serviram antes e que agora há um novo sacrifício, o do próprio Jesus Cristo e que se nós quisermos comungar de Deus, temos que oferecer o nosso corpo e a nossa vida para que Cristo a torne no Seu corpo e na Sua vida, através do sacrifício:
- Nós sacrificamo-nos para poder receber e participar no sacrifício maior de Cristo.



"O dom que Jesus faz de Si mesmo (...) é, por conseguinte, o verdadeiro culto, o verdadeiro sacrifício"

Idem. Pág. 194

"Permanecei no meu Amor"

"Permanecei no meu Amor" (ver minuto 2,00 a 2,15)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A santificação do trabalho

Na fidelidade às circunstâncias concretas lavra-se a santidade e o apostolado

"Como a ajuda de Deus não nos pode faltar, cada um receberá com sobreabundância a graça necessária para ser fiel nas suas circunstâncias concretas. (...)
E é nessa resposta diária onde temos de nos manter fidelissímos, já que aí se lavra a santidade pessoal e se assentam as bases da eficácia apostólica".
D.Javier Echevarria, Prelado Bispo do Opus Dei, in Carta Pastoral de Setembro de 1994

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Mortificação contínua

"A mortificação tem de ser contínua, como o bater do coração: assim teremos domínio sobre nós próprios e viveremos com os outros a caridade de Jesus Cristo".


Ponto 518 Forja S. José Maria Escrivá de Balaguer

Fugir da Cruz é auto-destruir-se

No dia da Exaltação da Santa Cruz, recordo aqui as palavras que de improviso o Papa João Paulo II disse, no final da Via Sacra, de 1994, no Coliseu de Roma.
Com voz alta e apertando as mãos com força, vociferou o seguinte
"Todo o homem que foge da Cruz e não a leva na sua vida, procura a sua auto-destruição !"

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O nosso dia é a nossa cruz entegue na Eucarístia

«Com efeito, todas as suas obras –afirma a propósito dos leigos a Constituição sobre a Igreja do Concílio Vaticano II –, as suas orações e iniciativas apostólicas, a vida conjugal e familiar, o trabalho de cada dia, o descanso espiritual e corporal, se se cumprem no Espírito, e inclusivamente as agruras da vida se são suportadas com paciência, convertem-se em sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo (cfr. 1 Pe 2, 5), os quais são piedosamente oferecidos na celebração da Eucaristia juntamente com a oblação do Corpo de Nosso Senhor».

Concílio Vaticano II, Const. dogm. Lumen gentium, n. 34.

Família e Matrimónio, caminho de santidade, na entrega e na caridade

O trabalho, a convivência, a relação quotidiana nas actividades mais transcendentes ou mais ordinárias, constituem a trama do exercício das virtudes que impregnam toda a vida doméstica.
A constância em levar por diante as próprias ocupações, a serenidade e afabilidade no trato com os outros, a sinceridade para reconhecer os próprios erros, a capacidade de compreender e perdoar, a fortaleza para corrigir os defeitos pessoais, a paciência consigo próprio e com os outros, o optimismo para ajudar a superar-se… são virtudes que, apoiando-se na fé, esperança e caridade, traduzem na vida dos filhos de Deus o quotidiano desenrolar da vida familiar.

Assim se expressa S. Josemaria: «A vida familiar, as relações conjugais, o cuidado e a educação dos filhos, o esforço por sustentar, manter e melhorar economicamente a família, as relações com as outras pessoas que constituem a comunidade social, tudo isso são situações humanas e correntes que os esposos cristãos devem sobrenaturalizar» Cfr. Josemaria Escrivá, Cristo que passa, n. 23.

Certamente qualquer comunicação de palavras e outras acções entre os cônjuges pode expressar a sua recíproca entrega e a positiva acção de serviço à vida: um sorriso, o olhar, uma amabilidade, uma palavra, um gesto, um serviço…

«Para santificar cada jornada, é necessário exercitar muitas virtudes cristãs, as teologais em primeiro lugar e, depois, todas as outras: a prudência, a lealdade, a sinceridade, a humildade, a laboriosidade, a alegria…» Cfr. Josemaria Escrivá, Cristo que passa, n. 23.

Todo o baptizado deve viver o próprio sacerdócio convertendo a sua existência num culto agradável a Deus Pai. «E como do sacramento derivam para os cônjuges o dom e a obrigação de viver quotidianamente a santificação recebida, assim nesse mesmo sacramento se fundamentam a graça e o dever de transformar toda a sua vida num contínuo sacrifício espiritual» Cfr João Paulo II, Exort. apost. Familiaris consortio, 21-XI-1981, n. 56.


Existe portanto uma característica específica do sacerdócio comum dos esposos cristãos: o modo peculiar de fazer da sua própria existência uma oferta espiritual.
(...) De agora em diante cada um deles não poderá viver a oferenda da sua existência a não ser como esposo e esposa e, portanto, como pai ou mãe, pelo menos potencialmente.

Por outras palavras, os cônjuges cristãos não podem viver a oferenda das próprias vidas a não ser no exercício da missão de esposos e pais, própria da sua identidade dentro do Povo de Deus. As virtudes humanas e cristãs fá-los-ão viver a vontade concreta de Deus em todas as actividades e deveres próprios, e descobrir neles a resposta de entrega como oferta grata a Deus por Jesus Cristo.

Toda a vida é, por conseguinte, exercício deste sacerdócio, e toda a vida estará cheia pela entrega ao cônjuge e aos filhos. Este é o seu modo peculiar e eficaz de construir a cidade dos homens e a cidade de Deus. Qualquer outra actividade ou ocupação, trabalho, descanso, vida de piedade e de relação social, encontra-se em estreita unidade com a ocupação fundamental que Deus estabeleceu como centro das suas vidas.

«Mas não esqueçam que o segredo da felicidade conjugal está no quotidiano, não em sonhos. Está em encontrar a alegria íntima que dá a chegada ao lar; está no convívio carinhoso com os filhos; no trabalho de todos os dias, em que colabora toda a família; no bom humor perante as dificuldades, que é preciso encarar com desportivismo» Josemaria Escrivá, Temas Actuais do Cristianismo. n. 91.
D. Francisco Gil Hellín

Daqui

domingo, 11 de setembro de 2011

Dar o primado a Deus

No Pai Nosso pedimos que seja santificado o Seu nome,
que venha o Seu reino, que se cumpra a Sua vontade.

É, acima de tudo, o primado de Deus que devemos recuperar
no nosso mundo e na nossa vida,
porque é este primado que permite descobrirmos
a verdade do que somos, e é no conhecer e seguir a vontade de Deus
que encontramos o nosso verdadeiro bem.

Dar tempo e espaço a Deus, para que seja o centro vital da nossa existência.


Bento XVI
11 de Setembro de 2011

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Oração o motor do apostolado

"Nos tempos de meditação diante do Sacrário, falemos com o Senhor dos nossos amigos, dos nossos familiares, dos nossos conhecidos, pedindo para eles tudo o que precisarem.
Façamos os nossos planos de apostolado com Jesus e junto de Jesus, que, assim, irão para a frente: desde as iniciativas mais comuns, talvez aparentemente pequenas – e nada é pequeno quando se trata do bem espiritual de uma alma – até aos projectos de maior envergadura, que aspiram a devolver à sociedade um profundo sentido cristão.
Voltemos a pôr em prática o conselho de S. Josemaria: «antes de falar com as almas de Deus, falemos com Deus das almas».
Pedes em cada dia pelas pessoas que encontras?
Esforças-te por travar novas amizades, intensificar o relacionamento com os que já são teus amigos?"


D.Javier Echevarria
Carta Pastoral de Setembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ser jumento

Jesus Cristo, na entrada triunfal em Jerusalém, faz do seu trono um jumentinho para que se cumprisse o que tinha sido anunciado pelo profeta "Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti, manso, montado sobre uma jumenta e sobre um jumentinho, filho da que leva o seu jugo" Cfr Mateus, 29, 4.
Se queremos que Cristo nos guie e nos acompanhe em cada dia temos que nos fazer como o jumentinho dócil, humilde e obediente.

Fazer-se criança diante de Deus

Quem quiser ser adulto diante de Deus, faça-se criança!

"Deixai as crianças e não as impeçais de vir a Mim, porque delas é o reino dos céus"
S.Mateus, 19, 14.

Fazer-se criança diante de Deus significa saber que nada somos e que nada podemos, até para as coisas mais básicas do dia-a-dia e que, por isso, precisamos de dar a mão a Deus, de pedir-lha e de dar-lha.

"Senhor ajuda-me em tudo, fica comigo em tudo o que faço porque sozinho só faço disparates"

Por outro lado, fazer-se criança significa selvaticamente sincero com Ele contando-lhe inclusive os pensamentos e ideias mais abjectos que nos possam passar pela cabeça porque uma criança nada esconde dos seus pais.

Fazer-se criança significa também amar a Deus de forma simples e autêntico, pedindo-lhe um abraço, oferecendo uma flor a N.Sra, entregando um tempo de trabalho, uma mortificação, pondo aos seus pés um sacrifício ou um pormenor de atenção e carinho para com os outros.

domingo, 4 de setembro de 2011

O apostolado é condição da nossa salvação

"Eis o que diz o Senhor: «A ti, filho de homem, Eu constituí-te sentinela da casa de Israel. Deves ouvir a palavra que sai da minha boca e adverti-los, da minha parte.
Se Eu digo ao ímpio que vai morrer e tu não lhe falas para o pôr de sobreaviso contra a sua má conduta, ele perecerá em razão do próprio pecado; mas é a ti que Eu pedirei contas do seu sangue.
Mas, se advertes o pecador para o afastar do mau caminho e ele não se converte, ele morrerá na sua iniquidade; mas tu salvarás a tua vida."

Ezeq. 33,7-9

Comunhão e morte para nós próprios

A comunhão é um alimento que nos leva a ter forças para enfrentar a morte de nós mesmos.

Quem quiser se salvar, deve morrer para si mesmo, diz-se no Evangelho.

Morrer para si mesmo na entrega e disponibilidade aos outros, na contenção verbal, na temperança, na prudência.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Perder a vida sempre e todos os dias


"A boa notícia é que a santidade nos é oferecida todos os dias"
Pedro Pinto, "O Povo"

"Não é fácil viver assim.

Não é fácil perder a vida para a ganhar, porque a cada momento ressurge a tentação de ganhar a vida por si mesmo.

Vivendo a vida, repugna perdê-la.

Esta entrega tem de ser renovada a cada instante.

Aquela vida que perdemos hoje de manhã tem de ser perdida outra vez agora. Por causa d'Ele. Até a salvar de vez".
João César das Neves “Perder a Vida” DN

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