sábado, 25 de agosto de 2012

Amar a Deus leva-nos a amar os outros

«Uma alma que deseja o verdadeiro amor de Deus
deseja que o bom Deus seja amado por todos.
Ela desejará para si todas as cruzes,
todos os sofrimentos, todas as provações;
ela aceita tudo por amor de Deus.
Ela procurará a felicidade dos outros.
Ela desejará ser feita em bocados para levar as almas a Deus,
ela se rejubila do bem que as almas recebem,
ela se rejubila que elas amem o bom Deus mais do que ela
e que elas sejam mais amadas por Deus mais do que ela mesma.
De seguida, se estas almas têm algo de bom nelas,
elas quererão dar tudo aos outros,
elas esquecem-se de si mesmas,
e não pensam mais nem no céu nem no inferno,
nem que as almas amem mais a Deus do que elas.
Então, ouvi uma voz a dizer-me:
Quando uma alma está com estas disposições,
Deus é obrigado pelo seu amor e misericórdia de a salvar
e a perdoar de todos os seus crimes,
mesmo que sejam maiores do que o mar».

B. Maria de Jesus Crucificado, Carta 11

Fé, confiança e entrega

Depois, Jesus obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões. Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali só. O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo. No mesmo instante, Jesus falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!» Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.» «Vem» - disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!» Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» E, quando entraram no barco, o vento amainou. (Mateus 14, 22-32)
Às primeiras horas da madrugada, o som de um alarme de incêndio interrompeu o silêncio e, no momento exato, despertou uma família para o choque de ver a sua casa envolvida pelas chamas. Sem tempo para salvar o que quer que fosse a não ser as suas próprias vidas, desceram as escadas a correr e escaparam para a escuridão. Ainda a recuperar o fôlego, o Pai contava os filhos: «João, Ana, Maria, Miguel... – onde está o Miguel?»
Naquele preciso momento, o Miguel, de cinco anos, chorava de uma das janelas do primeiro andar: «Mãe! Pai! Onde estão?»
Era demasiado tarde para voltar a entrar – a casa estava um inferno – pelo que o Pai respondeu: «Salta, Miguel, que eu seguro-te».
Entre soluços, a criança chorava: «Mas eu não consigo ver-te, papá!»
O pai respondeu-lhe calmamente: «Eu sei que não me consegues ver, filho, mas eu vejo-te. Salta!»
Durante alguns instantes não houve nada a não ser o silêncio. Então o rapaz saltou para a escuridão e encontrou a segurança nos braços do pai.
***
Nós somos aquela criança, todos nós, todos os dias: apanhados no escuro, precisando e querendo saltar, mas incapazes de ver onde vamos cair, sentindo-nos sós e assustados. Somos também Pedro, querendo andar sobre a água em direção a Jesus, mas hesitamos e deixamo-nos submergir.
“O medo é inútil», disse muitas vezes Jesus. “O que é preciso é fé”. Está certo, mas a fé de que Ele fala não é o que muitos de nós pensamos. Não se tratam de abstrações teológicas. Trata-se de nos confiarmos às mãos de Deus porque sabemos que Ele nos ama mais do que nós nos amamos a nós mesmos.
Mas ainda que esta ideia esteja clara, podemos ainda ficar desorientados por pensarmos que, ao confiar em Deus, Ele nos protege do fracasso e da dor. A promessa não é essa. A promessa de Deus para aqueles que nEle confiam é esta: Ele dar-nos-á a força para enfrentar todos os problemas que surgirem, e nunca deixará que sejamos destruídos por eles, ainda que morramos.
Mas a fé tem ainda outro lado: os talentos e dons que Deus nos deu porque Ele teve fé em nós. Pedro perdeu a fé nos dons que Deus lhe havia dado e esperou que Deus resolvesse o problema. Resultado: afundou-se! Confiar em Deus significa também confiar nos seus dons. E confiar nos seus dons significa usá-los.
Há uma antiga expressão que diz: Trabalha como se tudo dependesse de ti, e reza como se tudo dependesse de Deus. É precisamente o que é necessário, mas não é fácil aplicá-lo porque não conseguimos ver Deus, e demasiadas vezes não conseguimos ver os nossos dons. Pode ajudar recordar as palavras escritas há mais de 50 anos na parede do gueto de Varsóvia:
Acredito no sol, ainda que não brilhe.
Acredito no amor, ainda que não o sinta.
Acredito em Deus, ainda que não O veja.
Confie em Deus e confie nos dons que Ele lhe deu. Ou seja, use os seus dons. E então salte! E nunca olhe para trás!
 
Mons. Dennis Clark
In Catholic Exchange
Trad. / adapt.: rm
© SNPC (trad.) | 20.11.10 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Desconfiar de si próprio para só dar lugar a Deus

"Eu sou um Esposo tímido que não se atrave a aproximar-se de ti quando te encontra ocupada em assuntos estranhos ou inúteis.
Por isso, é importante que te encontres só"
(....)
Como gostaria que tivesses verdadeira e firme confiança em mim e que desejasses estar comigo tanto como eu desejo estar contigo!
«As minhas delicias são estar com os filhos dos homens» (Provérbios 8,31).
(...)
"A confiança em Mim e a desconfiança de ti nascem da mais preciosa de todas as pérolas: a pobreza de espírito"

In "Carta de Jesus Cristo a uma alma devota" de João Lanspergio
Págs.90 e 91

domingo, 19 de agosto de 2012

Vencer-se todos os dias nas pequenas coisas

Não é espírito de penitência fazer uns dias grandes mortificações e abandoná-las noutros. Espírito de penitência significa saber vencer-se todos os dias, oferecendo coisas – grandes e pequenas – por amor e sem espectáculo. (Forja, 784)

Mas ronda à nossa volta um potente inimigo, que se opõe ao nosso desejo de encarnar dum modo acabado a doutrina de Cristo: o orgulho que cresce quando não procuramos descobrir, depois dos fracassos e das derrotas, a mão benfeitora e misericordiosa do Senhor. Então a alma enche-se de penumbra – de triste obscuridade – crendo-se perdida. E a imaginação inventa obstáculos que não são reais, que desapareceriam se os encarássemos com um pouco de humildade. Com o orgulho e a imaginação, a alma mete-se por vezes em tortuosos calvários; mas nesses calvários não está Cristo, porque onde está o Senhor goza-se de paz e de alegria, mesmo que a alma esteja em carne viva e rodeada de trevas.

Outro inimigo hipócrita da nossa santificação: pensar que esta batalha interior tem de dirigir-se contra obstáculos extraordinários, contra dragões que respiram fogo. É outra manifestação de orgulho. Queremos lutar, mas estrondosamente, com clamores de trombetas e tremular de estandartes.

Temos de nos convencer de que o maior inimigo da pedra não é o picão ou o machado, nem o golpe de qualquer outro instrumento, por mais contundente que seja: é essa água miúda, que se mete, gota a gota, entre as gretas da fraga, até arruinar a sua estrutura. (Cristo que passa, 77)

S.José Maria Escrivá de Balaguer

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Oferecer a nossa vida a Deus nos braços da cruz de cada dia

«Nossa Senhora tanto nos recomendou a oração e o sacrifício pela conversão dos pecadores:
Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores.
Vão muitas almas para o Inferno, por não haver quem se sacrifique e peça por elas”»
(Fátima, 19 de Agosto de 1917).

«Sim, orar e sacrificarmo-nos, porque toda a nossa vida deve ser um holocausto oferecido a Deus nos braços da cruz de cada dia, em união com a Cruz de Cristo, pela salvação das almas, cooperando com Ele na obra redentora, como membros do Seu Corpo Místico, a Igreja, que trabalha, ora e sofre, unida intimamente à sua Cabeça, pelo resgate da humanidade.»
Serva de Deus Ir. Lúcia de Jesus, O Rosário com a Irmã Lúcia, Mistérios Luminosos 3º mistério

"Todos nós estamos muito necessitados da Misericórdia Divina !
Ofende-se tanto a N. Sr !
Como filhos que desejam dar alegrias ao seu Pai Deus, convencidos de que somos pobres homens.
Que seria de nós se Ele não nos sustentasse !?
Procurem amar pelos que não amam; pedir perdão pelos que não se arrependem, entregar-nos à corredenção"

D. Javier Echevarria. Bispo. Carta Pastoral de Agosto de 1994.

Aumenta-nos a Fé, a Esperança e a Caridade

"Adauge nobis Fidem, Spem, caritatem "

Mais, mais, mais

"Mais, mais, mais, interpelava S. José Maria Escrivá aos seus filhos.
Oxalá escutemos, cada uma, esse grito constantemente, no nosso afazer quotidiano"

D.Javier Echevarria. Bispo. Carta pastoral de Agosto de 1995

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Assunção da Virgem ao Céu

"Imaginar como foi  o ingresso triunfal de Nossa Senhora no Céu.
E tudo porque Nossa Senhora ter sido fiel, dia após dia, ao plano divino que a Santissima Trindade lhe assinalava.
Recorres a Nossa Senhora constantemente ?"

Venerável Álvaro del Portillo. Carta pastoral de Agosto de 1993

Pontualidade e heroicidade no horário

"O demónio sabe aproveitar a fragilidade da nossa natureza para insinuar no coração, de mil modos distintos, o convite a não cumprir perfeitamente a obrigação de cada instante.
Sabes ser pontual no teu horário ?
Vives o minuto heróico nas várias ocupações ?
O demónio pode sugerir-nos (..) "Põe-te, neste perigo, faz-me uma coisa extraordinária, não te conformes com o ordinário".
Por isso, nos esmeraremos mais na guarda dos sentidos, em fugir das ocasiões perigosas para a alma, nas renuncias e mortificações corporais, que (ainda que sejam de pouca monta) constituem uma excelente defesa nas tentações".

Carta Pastoral de Agosto de 1993. Venerável Álvaro del Portillo

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