sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Somos grandemente dignos de ódio

79. Para despojar-nos de nós mesmos, é preciso conhecer primeiramente e bem, pela luz do Espírito Santo:
- nosso fundo de maldade,
- nossa incapacidade para todo bem,
- nossa fraqueza em todas as coisas,
-nossa inconstância em todo tempo,
-nossa indignidade de toda graça e
- nossa iniqüidade em todo lugar.
(...) Os pecados atuais que cometemos, sejam mortais ou veniais, perdoados que estejam, aumentam em nós a concupiscência, a fraqueza, a inconstância e a corrupção, deixando maus traços em nossa alma.
Nosso corpo é tão corrompido, que o Espírito Santo (Rom 6, 6; Sl 50, 7) o chama corpo do pecado, (...) que se corrompe sempre mais cada dia, e que só engendra a doença, os vermes, a corrupção.
(...) Toda a nossa herança é orgulho e cegueira no espírito, endurecimento no coração, fraqueza e inconstância na alma, concupiscência, paixões revoltadas e doenças no corpo.
Somos, naturalmente, mais orgulhosos que os pavões, mais apegados à terra que os sapos, mais feios que os bodes, mais invejosos que as serpentes, mais glutões que os porcos, mais coléricos que os tigres e mais preguiçosos que as tartarugas; mais fracos que os caniços, e mais inconstantes do que um catavento. Tudo que temos em nosso íntimo é nada e pecado, e só merecemos a ira de Deus e o inferno eterno.
 
80. (...) A Sabedoria infinita, que não dá ordens sem motivo, só ordena que nos odiemos porque somos grandemente dignos de ódio: só Deus é digno de amor, enquanto nada há mais digno de ódio do que nós.
 
S.Luis Maria Grignion de Monfort
Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria

Será generoso com quem fôr generoso com Ele

Cum liberali liberdalis erit:

- Será liberal e generoso com aquele que se mostrou liberal e generoso com Ele

S.Bernardo de Claraval

Maria purifica e eleva as nossas obras

146. Esta bondosa Senhora purifica, embeleza e torna aceitáveis a seu Filho todas as nossas boas obras (...)
1º Ela as purifica de toda mancha de amor-próprio e do apego imperceptível à criatura, apego que se insinua insensivelmente nas melhores ações. Desde que elas estão em suas mãos puríssimas e fecundas, estas mesmas mãos, que não foram jamais manchadas nem ociosas, e que purificam tudo que tocam, tiram do presente que lhe fazemos tudo que pode deteriorá-lo ou torná-lo imperfeito.
147. 2º Ela embeleza nossas boas ações ornando-as com seu méritos e virtudes.
É como se um campônio, querendo ganhar a amizade do rei, se dirigisse à rainha, e lhe apresentasse uma maçã, que representasse todo o seu lucro, e lhe pedisse que a oferecesse ao rei. A rainha, acolhendo a pobre dádiva do camponês, punha-a no centro de grande e magnífico prato de ouro, e apresentava-a assim ao rei, da parte do ofertante. Nestas circunstâncias, a maçã, indigna por si mesma de ser oferecida ao rei, torna-se um presente digno de sua majestade, devido ao prato de ouro e à importância da pessoa que a apresenta

Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria
S. Luis Maria Grignion de Montfort

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Glorificar a Deus com as nossas vidas

"... não cessais de reunir para Vós um povo que, de um extremo ao outro da terra, Vos ofereça uma oblação pura" 3ª Oração Eucarística

Onde quer que estejamos, esse é o lugar onde somos chamados a fazer uma oferta pura, uma oferta perfeita.
O sacrifício da nossa vida de trabalho e da nossa vida de família é um só com o sacrifício da Missa.
(...)
Que possamos glorificar esse nome com as nossas vidas"

Scott Hahn "Trabalho com qualidade., graça em quantidade". Diel Pág. 81

Tornar-se Deus

"Torna-se Deus aquele homem, porque quer o mesmo que Deus quer"

S. Clemente de Alexandria 203 DC

domingo, 19 de janeiro de 2014

Jesus sabia que ía sofrer e ser crucificado

E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito;
Pois há de ser entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido;
E, havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará.


Lucas 18:31-33

Quando nos lançamos na vida cristã, não podemos querer ter apenas caminhos de consolação e felicidade.
Seguir Jesus é agarrar na cruz de cada dia e segui-lO
E segui-lo significa saber com toda a certeza (com a mesma certeza com que o próprio Jesus Cristo anteviu e previu a sua morte e crucificação) que iremos enfrentar tentações, períodos de aridez, tribulações e sofrimento.
Aí nos salvaremos, aí participaremos na corredenção.
Lutar, sabendo que ela virá necessariamente e precisamos dela

Ganhar Jesus pelo coração

Garanto-te que Deus é muito melhor do que tu imaginas.
Contenta-Se com um olhar,
com um suspiro de amor...
Quanto a mim acho a perfeição muito fácil de praticar,
porque compreendi que nada há mais nada a fazer
senão ganhar Jesus pelo Coração...
Vê uma criancinha que acaba de arreliar a mãe
encolerizando-se ou desobedecendo-lhe;
se se esconde num canto com ar amuado
e grita com medo de ser castigada,
a mãe não lhe perdoará certamente a sua tolice,
mas se lhe estende os bracinhos sorrindo e dizendo:
“Dá-me um beijo, não torno mais a fazer isso”,
poderá a mãe deixar de a apertar contra o coração com meiguice
e esquecer as suas travessuras?...
No entanto sabe muito bem que o seu querido filho
cairá de novo na próxima ocasião,
mas não tem importância,
se ele tornar a ganhá-la pelo coração
nunca será castigado...

Santa Teresa do Menino Jesus | 1873 - 1897
Carta 191

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Ele nunca nos abandona

"Embora na pluralidade das estradas, toda a vocação exige sempre um êxodo de si mesmo para centrar a própria existência em Cristo e no seu Evangelho.
Quer na vida conjugal, quer nas formas de consagração religiosa, quer ainda na vida sacerdotal, é necessário superar os modos de pensar e de agir que não estão conformes com a vontade de Deus.
(...)
Por isso, todos somos chamados a adorar Cristo no íntimo dos nossos corações (cf. 1 Ped 3, 15), para nos deixarmos alcançar pelo impulso da graça contido na semente da Palavra, que deve crescer em nós e transformar-se em serviço concreto ao próximo.
Não devemos ter medo: Deus acompanha, com paixão e perícia, a obra saída das suas mãos, em cada estação da vida.
Ele nunca nos abandona!
Tem a peito a realização do seu projecto sobre nós, mas pretende consegui-lo contando com a nossa adesão e a nossa colaboração.
 
3. Também hoje Jesus vive e caminha nas nossas realidades da vida ordinária, para Se aproximar de todos, a começar pelos últimos, e nos curar das nossas enfermidades e doenças.
(...)
 
4. Amados irmãos e irmãs, viver esta «medida alta da vida cristã ordinária» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31) significa, por vezes, ir contra a corrente e implica encontrar também obstáculos, fora e dentro de nós.
O próprio Jesus nos adverte: muitas vezes a boa semente da Palavra de Deus é roubada pelo Maligno, bloqueada pelas tribulações, sufocada por preocupações e seduções mundanas (cf. Mt 13, 19-22).
Todas estas dificuldades poder-nos-iam desanimar, fazendo-nos optar por caminhos aparentemente mais cómodos. Mas a verdadeira alegria dos chamados consiste em crer e experimentar que o Senhor é fiel e, com Ele, podemos caminhar, ser discípulos e testemunhas do amor de Deus, abrir o coração a grandes ideais, a coisas grandes.
(....)
Disponhamos, pois, o nosso coração para que seja «boa terra» a fim de ouvir, acolher e viver a Palavra e, assim, dar fruto.
 Quanto mais soubermos unir-nos a Jesus pela oração, a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os Sacramentos celebrados e vividos na Igreja, pela fraternidade vivida, tanto mais há-de crescer em nós a alegria de colaborar com Deus no serviço do Reino de misericórdia e verdade, de justiça e paz.
E a colheita será grande, proporcional à graça que tivermos sabido, com docilidade, acolher em nós.
 
Papa Francisco
 
Dia Mundial para as orações pelas vocações
Vaticano, 15 de Janeiro de 2014

Superar o egoísmo de querer fazer a própria vontade

Na oração no início da missa – recordou o Pontífice – pedimos a graça de superar os nossos egoísmos», em particular o de querer fazer a própria vontade.

O Papa Francisco sugeriu, em conclusão, que renovássemos ao Senhor o pedido desta graça.

E que invocássemos também «a graça da docilidade espiritual, ou seja, de abrir o coração à palavra de Deus».

Eucaristia na Casa de S.Marta em 17-1-2014

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Via Sacra para sarar a aridez espiritual

Em momentos de secura espiritual e aridez nada melhor do que uma boa Via Sacra para voltarmos a sentir o Amor de Deus, nutrido pelo corpo e sangue chagado de N. Sr Jesus Cristo

Deus quer usar as nossas capacidades humanas

«Falamos com frequência de maternidade espiritual.
Consiste em ser instrumentos de Deus,
instrumentos do Amor substancial,
em pôr à Sua disposição
a nossa vontade,
a nossa inteligência,
todas as nossas faculdades,
o nosso psiquismo,
inclusivamente o nosso corpo, diria.
Ele [o Senhor] tem necessidade de tudo,
inclusivamente do nosso corpo tal como é,
com as nossas capacidades humanas,
para a difusão do amor nas almas,
para que sejamos irradiadores deste amor que acumulámos
e para que sejamos, nós também,
mensageiros,
distribuidores,
difusores do Amor do Espírito Santo.»

Venerável Pe. Maria-Eugénio do Menino Jesus | 1894 - 1967
Homilia de Pentecostes, 1965

Deus não nos imuniza das tentações porque quer que lutemos

A acção de Deus não destrói a natureza humana,
antes a aperfeiçoa e dignifica;
não subtrai a pessoa ao sentimento humano natural, moral e físico,
pois é com ele que ela se há-de santificar,
à semelhança de Cristo que sentiu e suportou
por amor do Pai;
não a imuniza à acção da tentação,
seja do orgulho,
do demónio, da carne ou do mundo,
porque ela há-de santificar-se na luta,
vencendo com o auxílio da graça,
a exemplo de Jesus Cristo que,
apesar de ser o Santo dos Santos,
também foi tentado.»
Serva de Deus Irmã Lúcia de Jesus | 1907 - 2005
Apelos da Mensagem de Fátima, cap. 21

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O doce sorriso de Jesus

«Que descanse sempre o olhar benévolo de Jesus,
e o Seu doce sorriso,
sobre a nossa casa,
e as graças mais copiosas desçam sobre ela
como uma chuva benéfica
que vivifica e restaura as nossas almas
sedentas do Seu Santo Amor…»


Beata Elias de S. Clemente | 1901 – 1927
Carta 27

A caridade não é algo genérico, nem cor-de-rosa

"(...) a vida não é um romance cor-de-rosa.
A fraternidade cristã não é algo que vem do Céu de uma vez por todas, mas é uma realidade para ser construída todos os dias.
E constrói-se numa vida que conserva toda a sua dureza, com confrontos de interesse, com tensões e lutas, com o contacto diário com pessoas que nos parecem insignificantes, e com visões curtas da nossa parte "

S. Josemaria, As riquezas da fé, publicado originalmente em “Los domingos de ABC”, 2-XI-1969. Tradução portuguesa publicada em “S. Josemaria” boletim informativo n. 8 (março de 2013).


Olhai que o amor de que nos fala João não é o amor das telenovelas!
Não, é outra coisa.
O amor cristão tem sempre uma qualidade: o concreto. O amor cristão é concreto.
O próprio Jesus, quando fala do amor, fala-nos de coisas concretas: dar de comer aos esfomeados, visitar os doentes e tantas coisas concretas.
O amor é concreto.
A consistência cristã. E quando não existe esta consistência, pode-se viver um cristianismo de ilusões, porque não se percebe bem onde está o centro da mensagem de Jesus.
Não chega este amor a ser concreto: é um amor de ilusões (...)
Primeiro critério: amar com as obras, não com as palavras.
As palavras leva-as o vento!
Hoje estão e amanhã já não estão.
Segundo critério do concreto: no amor é mais importante dar do que receber.
Aquele que ama dá... Dá coisas, dá vida, dá-se a Deus e aos outros.
Ao contrário, quem não ama, quem é egoísta, sempre tenta receber, sempre tenta ter coisas, ter vantagens.
Permanecer com o coração aberto, não como era aquele dos discípulos, que era fechado, que não percebiam nada: permanecer em Deus e Deus permanece em nós; permanecer no amor.”
 
Papa Francisco, homilia de 9-1-2014 na Casa de Santa Marta
 
 
 

Falar com Cristo crucificado


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Abater o orgulho

«Tornar-se pequeno quer dizer,
negar-se,
humilhar-se,
abater o orgulho.
Nesta pequenez espiritual
o Senhor faz descer a Sua chuva de graças,
no fértil tereno da santa humildade.»

Beata Josefina de Jesus Crucificado | 1894 - 1948
Pensamentos, nº 130

Bem aventurado quem O amar e O trouxer sempre ao pé de si

«BEM-AVENTURADO QUEM DE VERDADE O AMAR E O TROUXER SEMPRE AO PÉ DE SI»

Santa Teresa de Jesus | 1515 – 1582
Livro da Vida 22,7

sábado, 4 de janeiro de 2014

Importância das virtudes

"A crise actual, com pesadas consequências na vida das pessoas, pode ser também uma ocasião propícia para recuperar as virtudes da prudência, temperança, justiça e fortaleza"

Mensagem para o dia Mundial da Paz. Papa Francisco 1-1-2014

Comecemos onde estamos

"A gravidade duma globalização que, trazendo e possibilitando proximidades inéditas, nem sempre quer dizer vizinhança e fraternidade universais, exige-nos um compromisso reforçado, tanto pelos problemas a resolver como pelos meios de que hoje dispomos para tal.

Comecemos onde estamos,
como “fermento evangélico na massa do mundo”.
Pouco a pouco,
exemplo a exemplo, o bom contágio alargará.
Se fizermos o que Deus quer que se faça, para bem de todos as suas criaturas, ficaremos surpreendidos com o alcance dos pequenos gestos, como quando poucos pães conseguiram alimentar uma multidão inteira e ainda sobrou muito (cf. Jo 6, 4 ss).

Homilia de D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, de 1 de Janeiro de 2014

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Escravos de Jesus

"(...) E para que não haja a menor dúvida de que somos escravos de Jesus Cristo, o Concílio de Trento usa a expressão inequívoca "mancipia Christi" e no-lo aplica: escravos de Jesus Cristo.29 Isto posto
 
 

73. Digo que devemos pertencer a Jesus Cristo e servi-lo, não só como servos mercenários, mas como escravos amorosos, que, por efeito de um grande amor, se dedicam a servi-lo como escravos, pela honra exclusiva de lhe pertencer. Antes do batismo, éramos escravos do demônio; o batismo nos fez escravos de Jesus Cristo. Importa, pois, que os cristãos sejam escravos ou do demônio ou de Jesus Cristo".

Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria. S.Luís Maria Grignion de Montfort. Pontos 72 e 73.

O perfil dos filhos de Deus

 
 
Serão filhos de Levi, bem purificados no fogo das grandes tribulações, e bem colados a Deus22, que levarão o ouro do amor no coração, o incenso da oração no espírito, e a mirra da mortificação no corpo e que serão em toda parte para os pobres e os pequenos o bom odor de Jesus Cristo, e para os grandes, os ricos e os orgulhosos do mundo, um odor repugnante de morte.
57. Serão nuvens trovejantes esvoaçando pelo ar ao menor sopro do Espírito Santo, que, sem apegar-se a coisa alguma nem admirar-se de nada, nem preocupar-se, derramarão a chuva da palavra de Deus e da vida eterna.
Trovejarão contra o pecado, e lançarão brados contra o mundo, fustigarão o demônio e seus aliados, e, para a vida ou para a morte, traspassarão lado a lado, com a espada de dois gumes da palavra de Deus (Cf. Ef 6, 17), todos aqueles a quem forem enviados da parte do Altíssimo.

22) Tradução enérgica da palavra de São Paulo (1Cor 6, 17): "Qui adhaeret Domino".

Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria. S.Luis Maria Grignion de Montfort. Pontos 56 e 57

 

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