quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Portugal necessita de uma Igreja e cristãos mais comprometidos e coerentes

A Igreja em Portugal precisa «sair de si e das suas exigências para partir ao encontro dum mundo concreto onde seres humanos labutam com imensas dificuldades no quotidiano da sua existência».
«Precisamos duma maior atenção que nos coloque como servos duma humanidade que busca um sentido. Verão a Cristo no rosto de quem os ama e nunca no de quem deles se serve.»
Ao falar do desafio de ser construtores de comunhão, o arcebispo destacou que um estilo de organização «que não assente no amor fraterno, vivido em círculos de comunhão real, não fará avançar a Igreja, mas constituirá mais escolhos que alimentarão o pessimismo e a crítica».
O arcebispo afirmou também que deve-se trabalhar na Igreja por uma «participação de identidade cristã». «Esta deve nascer do interior e concretizar-se na aposta de um itinerário cristão de formação».

«A competência passa pela escola da oração, da espiritualidade e da razão, do estudo, da formação. Passa não só pela intimidade com Deus, mas também pela intimidade com a cultura, com os saberes, em ordem à aquisição de capacidades para dar as razões da nossa esperança.»

A respeito da iniciação cristã, Dom Jorge Ortiga disse que «a maré dos não praticantes, como diz o santo Padre, impõe uma reflexão e talvez uma viragem no percurso atual da iniciação cristã».

«O que está a acontecer não é só fruto do tempo, numa cultura que rompe decididamente com a instituição religiosa. É também a tradução da pouca incidência da transmissão catequética.»

«Impõe-se uma viragem fundamentalmente baseada no ensino dos apóstolos, na transmissão dos símbolos da fé e na Palavra que se recebe, tornando a Bíblia um dom, um presente e não um fim», afirmou.

De acordo com o arcebispo, importa, ainda, «relançar a iniciação cristã para aqueles que perderam as referências da cultura cristã ou para aqueles que nunca as adquiriram».

«Os tempos que correm não são de facilidade, mas de renúncia, de escolha do mais difícil, de anúncio do que está para além de nós, de uma aposta na fé como novo alicerce cultural.»

«Persuadidos do invisível, imersos no nosso mundo, desmontando os esquemas nos quais nos fomos instalando, perdendo os possíveis privilégios, asseguramos a comunicação dAquele que deu a vida na Cruz», afirmou Dom Jorge Ortiga.

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