S. Agostinho dizia que «a morada da caridade é a humildade» [9]. Unicamente sobre uma base de profunda humildade se aduba o terreno para que uma caridade sincera possa crescer.
A extraordinária humildade de Nossa Senhora, que em todo o momento quis que Deus actuasse na sua alma, sem se apropriar de qualquer tipo de méritos, conseguiu que o Senhor se inclinasse para Ela cada vez com mais amor, conduzindo-a de plenitude em plenitude até a receber na glória.Filhas e filhos meus, aprendamos com esta boa Mãe a actuar assim nas mais diversas circunstâncias. Até ao último momento teremos que lutar contra os inimigos da nossa santificação, especialmente contra o amor-próprio, o principal obstáculo que se opõe à nossa união com Deus.
Mas escutemos de novo S. Josemaria. Em certa ocasião, respondendo a quem lhe perguntava como lutar neste ponto da vida espiritual, insistia: «é bom que queiras lutar contra a soberba, mas eu, sem ser profeta, digo-te que terás inclinações de soberba até à última hora da tua vida. Pede ao Senhor que te faça humilde (…): quia respexit humilitatem ancillae suae (Lc 1,48). Deus Nosso Senhor olhou para ela porque viu a humildade da Sua Serva. Portanto, tu procura servir o Senhor e imitar Nossa Senhora na humildade.
No Evangelho, não a encontramos à hora dos grandes triunfos do seu Filho: vemo-la ao pé da Cruz. Mas também a encontramos no primeiro milagre: o Senhor fá-lo, porque a Virgem Santíssima lho pede. Pede-lhe tu o milagre de que te faça humilde a ti e de que me faça humilde a mim» [10].
D. Javier Echevarria
Carta pastoral de 8 de Agosto de 2010
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