quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Deus é amor e quer o nosso amor

I)
‘se não tivesse a caridade, eu nada seria’ [tenho grandes dons, mas, se não tenho a caridade, não sou nada]. / Magna illa sunt, et magna habeo, / Essas coisas são grandes coisas, e eu tenho grandes coisas, / et nihil sum si caritatem non habeo, / mas nada sou se não tenho a caridade, / per quam mihi prosunt quae magna sunt. / porque é pela caridade que essas grandes coisas me podem servir [essas coisas são grandes, mas, sem a caridade, não me servem. É graças à caridade que o batismo me serve; é graças à caridade que a fé me serve; é graças à caridade que a profecia me serve]. / Si enim non habeo caritatem, illa inesse possunt, prodesse non possunt / Se não tenho a caridade, posso até ter todas essas coisas em mim, mas de nada me podem servir”23. Não podem servir para a salvação. Não tenho esses dons salubriter como fonte de salvação. Não podem servir para a felicidade presente e eterna.

Continua Agostinho: “ut cui gravia sunt, / a fim de que aquele para quem [os mandamentos] são cansativos / consideret non potuisse divinitus dici: ‘Gravia non sunt’, / considere que [se fossem realmente cansativos] seria impossível que o Senhor [por intermédio do apóstolo João] dissesse: ‘[Os meus mandamentos] não são cansativos’, / nisi quia potest esse / a não ser porque pode haver / cordis affectus / uma atração do coração / cui gravia non sunt, / graças à qual não são pesados [podem parecer cansativos, mas pode haver um cordis affectus graças ao qual não o são], / et petat quo destituitur, ut impleat quod iubetur / e que pede o que lhe falta [pede esse afeto do coração que torna tudo fácil, pede essa atração que torna tudo fácil] para poder realizar aquilo que lhe é ordenado”.

Giacomo Tantardini in Congresso sobre a Atualidade de Santo Agostinho, realizados na Universidade de Pádua (livro Il tempo della Chiesa secondo Agostino. Seguire e rimanere in attesa. La felicità in speranza. Editora Città Nuova)
II)

Mas o Senhor sabe que o dar é próprio dos apaixonados e Ele próprio nos diz o que deseja de nós. Não lhe interessam riquezas, nem frutos, nem animais da terra, do mar ou do ar, porque tudo isso lhe pertence. Quer algo de íntimo, que havemos de lhe entregar com liberdade: dá-me, meu filho, o teu coração.
(...) Repito: não pretende o que é nosso; quer-nos a nós mesmos. Daí – e só daí – advêm todas as outras ofertas que podemos fazer ao Senhor.
S.José Maria Escrivá de Balaguer
In Cristo que passa, 35

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