"Vivemos como filhos ou como escravos? Vivemos como pessoas batizadas em Cristo, ungidas pelo Espírito Santo, resgatadas, livre? Ou vivemos segundo a lógica mundana, corrompida, fazendo aquilo que o diabo nos faz crer que é o nosso interesse?
Há sempre no nosso caminho existencial uma tendência a resistir à libertação; temos medo da liberdade e, paradoxalmente, preferimos mais ou menos inconscientemente a escravidão. A liberdade assusta-nos porque nos coloca diante do tempo e defronte da nossa responsabilidade de o viver bem. A escravidão reduz o tempo a "momento", e assim sentimo-nos mais seguros, isto é, faz viver momentos desligados do seu passado e do nosso futuro. Por outras palavras, a escravidão impede-nos de viver plenamente e realmente o presente, porque o esvazia do passado e fecha-o ao futuro, à eternidade. A escravidão faz-nos acreditar que não podemos sonhar, voar, esperar.
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No nosso coração aninha-se a nostalgia da escravidão, porque é aparentemente mais reconfortante, mais do que a liberdade, que é muito mais arriscada.
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Ao concluir este ano, no agradecer e no pedir perdão, far-nos-á bem pedir a graça de poder caminhar em liberdade para poder assim reparar os muitos danos feitos e poder defender-nos da nostalgia da escravidão, de não "nostalgiar" a escravidão.
A Virgem Santa, que está precisamente no coração do tempo de Deus, quando o Verbo - que estava no princípio - se fez um de nós no tempo; ela que deu ao mundo o Salvador, nos ajude a acolhê-lo de coração aberto, para sermos e vivermos verdadeiramente livres como filhos de Deus."
Papa Francisco
Mensagem 31-12-2014
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