sexta-feira, 19 de junho de 2015

A absoluta tranquilidade da alma


O objectivo último do monge e a perfeição do coração consistem numa perseverança ininterrupta na oração.
 
Tanto quanto é dado à fragilidade humana, trata-se de um esforço em direcção a uma absoluta tranquilidade da alma e a uma perfeita pureza de coração.
 
É por esta razão que devemos afrontar os trabalhos corporais e procurar por todos os meios a verdadeira contrição do coração, com uma constância que não desfaleça.
Para ter... o fervor e a pureza que deve ter, a oração exige uma fidelidade total no que respeita aos seguintes aspetos.
Em primeiro lugar, uma libertação completa de todas as inquietações relacionadas com este mundo; não pode haver assunto algum ou qualquer interesse que não deva ser totalmente excluído.
 
Do mesmo modo, renunciar à maledicência, à coscuvilhice, à palavra vã e à zombaria.
Acima de tudo, suprimir definitivamente as perturbações da cólera e da tristeza.
Fazer morrer em si todo o desejo carnal e o apego ao dinheiro.
Após esta purificação, que assegura a pureza e a simplicidade, há que lançar o fundamento inquebrantável de uma humildade profunda, capaz de sustentar a torre espiritual que se pretende que chegue ao Céu.

Por fim, para que sobre ela repouse o edifício espiritual das virtudes, é preciso proibir à alma toda a dispersão em divagações e pensamentos fúteis.
Então, um coração purificado e livre começa pouco a pouco a elevar-se até à contemplação de Deus e à intuição das realidades espirituais.

S. João Cassiano in Conferências, n°9; SC 34

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