segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Judas


Numa pregação que o Arcebispo Fulton Sheen fez, há uns anos atrás, sobre Judas, destacou os seguintes pontos que me parecem muito importantes:
1º) Que a reacção de Judas perante aquela mulher que "estragou" um frasco inteiro de perfume caro, deve-nos recordar que mais importante do que promover a solidariedade social e a caridade é a realização da própria justiça individual em si.
A caridade só é praticada por referência a e porque nele radica Deus. Porque Amamos a Deus, amamos também os seus filhos, nossos irmãos.
Se temos activismo social, mas não temos activismo espiritual de honra e louvor ao Senhor dos Senhores, não estamos na realidade a praticar a caridade.
2º) Judas começa a afastar-se de Jesus depois deste pregar a Eucaristia e que o corpo de Cristo deve ser entregue ao sacrifício para depois servir de alimento a cada um de nós.
O sacrifício afasta Judas.
Judas quer glória, quer poder, quer domínio.
Jesus oferece abnegação, humildade, sacrifício, entrega.
Nós também, quantas vezes, não começamos por nos afastar de Deus e de Jesus, Nosso Senhor, por medo e horror ao sacrifício ?
3º) Jesus tem multíplos pormenores de atenção e carinho para com Judas. Não quer que ele se perca, ainda que o tenha traído.
Na noite da última ceia, coloca-o ao seu lado, à mesa para que, mais próximo, se reconverta.
Jesus não precisava que Judas o traísse para que se cumprisse a redenção. Jesus, mais ou cedo ou mais tarde, cairia nas mãos dos verdugos, não era necessário que tal acontecesse por causa ou por intermédio de Judas.
Ainda assim, apesar da proximidade de Jesus, Judas está cego e mantém-se no seu propósito de traição.
Mais tarde, quando Judas regressa com os soldados, Jesus trata-o por "Amigo" e faz-lhe ver a ironia da traição ter sido executada através de um "beijo".
Ainda aí Jesus quer a salvação de Judas, despertando o seu arrependimento que, sabemos, leva Judas ao desespero e ao suicídio em vez de o levar à reconciliação.

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