terça-feira, 10 de abril de 2012

"Mas livraí-nos de todo o mal"

No "Pai Nosso" rezamos "mas livraí-nos de todo o mal".

Este "todo o mal" pode ser interpretado como o mal físico, material ou até financeiro que nos pode afectar, tais como doenças, períodos de carência ou necessidade.

E pode ainda ser interpretado como "ocasião de tentação" que nos leve ou seduze para o mal.

Mas também pode referir-se ao mal que existe dentro de nós e como nos devemos livrar desse mal endógeno que, por vezes, parece que nos afoga e sufoca.
Como dizia, um autor Emanuel Wertheimer "Há o bem e o mal: o primeiro depende de nós; nós dependemos do segundo."

Por outras palavras, para fazer o bem, temos que nos mover, enquanto que para fazer o mal, basta deixá-lo actuar e manifestar-se desde dentro de nós.

Ou ainda, como refere o escritor comunista José Saramago "É mais fácil ser mau, mau nas suas formas menores, mau em tudo aquilo que nos afasta do outro, do que ser bom." (Cfr. Entrevista ao Expresso 1995)

O que está dentro de nós, o mal, afasta-nos do outro. O que precisamos de fazer de bem, está fora de nós e leva-nos ao encontro do outro.

Por isso, no Pai Nosso, rezamos também "Livraí-nos do meu próprio mal, livrai-nos de nós próprios, livraí-nos do que nós próprios, por nós só, somos e fazemos"

Sem comentários:

Etiquetas

Arquivo do blogue