O Ânjo risonho, da Catredal de Notre Dame de Reims
«O cristianismo seria muito mais credível se os cristãos vivessem em alegria», escreveu Nietzsche, e não podemos dizer que sem razão. O nosso testemunho fica muitas vezes refém de uma gravitas insonsa, de uma seriedade que facilmente se torna em peso
(...)
Talvez tenhamos de levar mais a sério o verso brincado que o Salmo 2 nos segreda: «O que habita nos Céus, sorri».
Ou perceber que a expressão crente é chamada a desenvolver-se como uma coreografia festiva, á maneira do que descreve o salmo 33: «Alegrai-vos no Senhor, louvai o Senhor com cítaras e poemas, com a harpa das dez cordas louvai o Senhor; cantai-lhe um cântico novo, tocai e dançai com arte por entre aclamações».
Nessa linha está a maravilhosa imagem do Livro dos Provérbios (8,30-31) que nos apresenta assim a Sabedoria, emanação de Deus, sua presença visível: «A Sabedoria Divina está constantemente a brincar: a brincar na terra e a alegrar-se com os homens»,
José Tolentino Mendonça.
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