quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Como nos podemos livrar do fardo dos nossos pecados?

Para além da confissão dos pecados, aqui fica uma sugestão prática para que nos livremos do fardo, do embaraço e da vergonha dos nossos pecados:

No momento em que o sacerdote, na Missa, benze o pão, "imaginem que ele está a benzer os fardos que cada um tem. (...), os momentos de trevas da nossa vida transformar-se-ão em bençãos assim que forem transformados pelo poder da graça. Mas, primeiro, tal como o pão, eles têm que ser também "partidos".
Os sentimentos negativos e maliciosos que nos mantêm agrilhoados, tal como o pão é partido, também serão quebrados das suas correntes.
Desta forma, a transformação da nossa escravidão numa benção estará completa".

"If your mind has been circling around and around over particular grievances, it is possible that you have gotten into a destructive mental pattern.
This negative downward spiral can only be reversed and countered by repeated positive cycles of receiving God’s forgiveness week by week.
I am convinced that faith works.
In other words, our Catholic faith really does bring us to an abundant life – a life that is transformed from the inside out by God’s grace.
Our part is to come to God with an open heart, an open mind and an active will so that as we co operate with his grace we will be transformed into his likeness".

Fr Dwight Longenecker

Ou dominamos o corpo ou ele nos domina a nós

"Tempo de penitência e de oração mais intensas, a nossa Mãe Igreja prescreve que todos os fiéis devem ser mais sacrificados e mais rezadores. Por exemplo: guardando jejum e abstinência em dias determinados.
Assim mortificaremos o nosso corpo que, de duas uma: ou é bem dominado por nós, ou nos domina, reclamando para si compensações e tratos que enfraquecem as nossas capacidades superiores, como a inteligência, a vontade, a afectividade, a memória e a imaginação.

Nesta ordem de ideias, a Quaresma convida-nos a ser mais humildes nos nossos juízos, mais determinados para o bem com a nossa vontade, mais cuidadosos na aplicação dos nossos afectos, que só devem orientar-se para as coisas boas consentâneas com a dignidade de seres humanos."


Pe. Rui Rosas da Silva
Prior da Paróquia de Nossa Senhora da Porta Céu em Lisboa in Boletim Paroquial de Março de 2010

A oração é a peça do puzzle que nos falta completar em cada dia

A nossa acção de cada dia é como um puzzle que está todo feito e que falta apenas a parte mais difícil da montagem das peças para o completar.

Essa parte que falta é a parte da oração, uma oração confiante e operativa.

Sem essa parte da oração, cada um dos nossos dias fica mais incompleto e mais pobre porque, sem a oração, não conseguimos completar, com heroísmo e fortaleza, a parte mais difícil.

Senhor, daí-me a força para ser preserverante na oração; numa oração que se traduza em atos diários de heroísmo.

O que é o Opus Dei ?

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Verdade com amor

Toda a cultura contemporânea busca um Deus coenvolvido e coenvolvente, sensível ao coração; não gnose ou teoria, mas experiência.

O realizador polaco Krzysztof Kieslowski, no primeiro episódio do seu Decálogo («Não terás outro Deus...»), oferece uma das definições de Deus mais emocionantes, mais «estéticas». O pequeno protagonista, Pawel, órfão de mãe e educado numa fé laica na ciência, pelo pai, engenheiro informático - o seu deus é a ciência -, pergunta à tia: «Como é Deus?» A tia permanece um momento em silêncio, depois, aproxima-se de Pawel, abraça-o, aperta-o contra si e sussurra-lhe: «Pawel, como é que agora te sentes?» «Bem», responde a criança. Em seguida, um silêncio: «Estás a ver, Deus é assim», sugere a tia.

Deus como um abraço, Deus como um estreitar caloroso e afetuoso, como emoção.

É uma das definições mais extraordinárias de Deus que a cultura atual elaborou. Um Deus sensível ao coração, estético, apreendido na experiência, no calor do vivido quotidiano. Um Deus que não é gnose ou conceito, mas proximidade e experiência, um Deus próximo que brinca e ri com os seus filhos, «perante os veementes jogos do mar e do sol».

O verdadeiro e o bem, para convencerem e se fazerem amar, devem também ser aprazíveis. Não é suficiente a veritas, é necessário o veritatis splendor, o esplendor da verdade, o resplandecer da verdade. «Esplendor» não é um termo lógico-racional, mas pertence à linguagem estética e artística, alusiva e emotiva. Escreve Hans Urs von Balthasar: «Onde a beleza se dilui, também o bem perde a sua força de atração, a verdade esgota a sua força de conclusão lógica.»

A verdade, para se tornar parte da vida, para acorrentar a si, para seduzir - do latim secam ducere, ou seja, levar consigo -, para te prender o coração e criar o apreço fiducial que é a fé, deve ser bela e aprazível, uma verdade amável. Deus não nos seduz com a sua eternidade, mas com a beleza dos gestos de amor de Jesus Cristo, com os sulcos traçados na consciência pelos encantos do mundo que existe.

(...)

Mas quando verdade e ternura estão entre si ligadas, como na figura do Pai revelado por Jesus, então oferecem a plenitude. Os cristãos são, de facto, os que fazem a verdade no amor, veritatem facientes in caritate (Ef 4,15). A verdade, por si só, pode tornar-se cruel, o amor sozinho pode ser estéril
(...)
A fé entendida como risco e experiência torna-se mais atraente. O dogma não se converte em adesão, mas em fonte de significado para a vida e em ajuda para a compreensão do mistério do viver.

Ermes Ronchi
In Os beijos não dados / Tu és Beleza, ed. Paulinas

Carência e Amor

A vida espiritual alicerça em dois pressupostos basilares:

- A firme e convicta consciência do nosso estado de carência, incompetência e impotência permanentes.

- A consciência de que Deus nos ama com uma enorme força e sobretudo com uma infinita paciência.

S.Nuno de Santa Maria e a Quaresma permanente

Uma das coisas que mais me impressiona em S.Nuno de Santa Maria é a sua contínua e permanente predisposição para a penitência e a humildade de vida.

O mais extraordinário é que não lhe são conhecidos grandes pecados, nem vícios, nem comportamentos menos correctos pelos quais devesse manter essa atitude de penitência permanente.

E mesmo quando se encontrava no meio da glória causada pelas vitórias nas batalhas em que participou e mesmo quando se encontrava com a possibilidade de viver em riqueza e luxo, ainda aí mantinha o seu comportamento de penitência permanente com jejuns, orações e caridade constante.
Podemos, pois, dizer que a sua vida foi um estado de Quaresma permanente.
Podemos também dizer que, muito antes de S.Nuno ter derrotado os seus inimigos, procurava diariamente e a toda a hora derrotar-se primeiro a si próprio, castigando-se com jejuns, penitências (por ex, andar descalço durante um certo período) e a prática das obras de misericórdia.

O poder da fé, alicerçado na oração e no jejum

Quando um pai leva a Jesus o seu filho doente, queixa-se que os seus díscípulos não foram capazes de o curar.
Então, Jesus reage, dizendo "Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco" (Cfr. Mc 9, 19) e dá a receita certa:
- 1º) em resposta ao próprio pai do rapaz " Jesus disse-lhe-Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê" (Mc. 9,23)
- 2º) em resposta aos seus discípulos que Lhe pediam explicações para o facto deles próprios não terem conseguido curar o rapaz "Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum."
Então, Jesus censura os que têm pouca fé, alerta para que todo aquele que tem fê nada lhe é impossível e termina dizendo que essa fé há-de traduzir-se em oração e jejum.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Eu creio, mas aumenta a minha fé

"Eu creio senhor mas ajuda a minha incredulidade"
S.Marcos 9,24

A mortificação interior

O que Deus quer é um coração contrito e arrependido.

Para isso, há que praticar a mortificação interior.

Por sua vez, a mortificação interior traduz-se em 3 outras mortificações:
- A da imaginação.
- A da memória.
- A da inteligência.

Antes de praticar a mortificação com actos exteriores, há que praticar 1º a mortificação interior.

Vencer-se a si próprio é mais importante do que vencer uma batalha

Quando Nuno Álvares Pereira, com pouco mais de 16/18 anos se lançava para investir contra os castelhanos em Elvas, recebeu ordem do rei para voltar para Lisboa.

Ao saber dessa ordem "Dom Nuno ficou mais triste do que se tivesse recebido novas de grande desgraça: porém, sabendo da vontade do Rei, obedeceu sem responder palavra. Assim, vencer-se a si próprio foi um feito maior do que se tivesse vencido a peleja".
Vida e Feitos Heróicos do Grande Condestável. Rodrigo Mendes Lusitano. Página 10 verso

S.Nuno de Santa Maria



Nuno Álvares Pereira ou agora S. Nuno de Santa Maria baseou toda a sua vida em 2 pilares:

- O pilar da preparação para tudo o que fazia. Preparação essa que se traduzia na oração e no estudo do que iria fazer a seguir, sendo que a oração estava sempre em 1º lugar pois não hesitava em colocar "os espirituais actos sobre todas as coisas".
Na oração, dava particular importância ao culto de N. Sra, no aprofundamento do "Eis aqui a tua mãe" e do "Eis aqui o teu filho" de S. João e na prática diária da Eucaristia.

- O pilar da humildade que se traduzia na consciência da sua fraqueza e impotência perante os males ao seu redor, consciência essa que o levavam à prática da oração, do jejum e das obras de misericórdia.
Essa consciência não se limitava às orações feitas antes das grandes batalhas. As orações de entrega e desprendimento de S. Nuno eram as mesmas que fazia em época de paz.

O jejum mostra a nossa fraqueza

Uma das vantagens do jejum é que deixa, ainda mais evidente, as nossas fraquezas porque demonstra-nos que estamos a apenas 1 refeição da fome, isto é, basta não comermos 1 refeição para que toda a nossa fragilidade, carência e incapacidade fiquem à vista de todos. (Cfr. Bispo David L. Ricken of Green Bay, Wisconsin, chairman of the Committee on Evangelization and Catechesis of the U.S. Conference of Catholic Bishops (USCCB),

Por sua vez, tomar consciência da nossa fraqueza leva-nos a sentir que apenas devemos procurar Aquele que nos pode dar o único alimento que nunca nos levará a ter mais fome.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O amor é fazer as coisas que nos dão mais repugnância

O amor é a força que ajuda a fazer aquelas coisas pelas quais se sente mais repugnância.

Santa Teresa dos Andes

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Amar a Deus, mais importante que pensar em Deus

" o grande proveito da alma não consiste pensar muito em Deus, e sim, amá-lO muito" (São Francisco de Sales)"

Apaixonar-se por Deus

"Apaixonar-se por Deus é o maior dos romances..."
Santo Agostinho

Esta frase não é fácil de cumprir.
Alguns dirão, como é que nos podemos apaixonar por Algo que não vemos?
Onde está Deus para que, por Ele, nos apaixonemos ?

Deus está nos outros, em particular, nos mais necessitados e está dentro de nós à espera que O alimentemos para que cresça.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O devedor, o credor e o Avalista

Todos nós, em virtude do pecado original, nascemos já com uma dívida por pagar relacionada com as nossas más tendências, o nosso mau feitio, o nosso egoísmo inato.

Mas, a essa dívida original, acrescem, depois, ao longo da nossa vida sobre a terra, em cada dia que passa, novas e, por vezes até, mais graves dívidas decorrentes dos pecados veniais e mortais que cometemos.

Assim, à dívida original somam-se as várias dívidas diárias em que incorremos. Somos como que devedores inatos, devedores compulsivos.

O resultado dessa dívida de mal original e praticado é a entrega dos devedores ao dono do mal, isto é, ao demónio, ao inferno e a morte definitiva.

Para que nos salvemos do nosso credor, temos que pagar essa dívida e essa dívida.
Por sua vez, esta dívida só pode ser paga se, aproveitando-nos da credibilidade do nosso avalista que é Jesus Cristo, nos associarmos aos méritos obtidos por Ele, através da sua morte na Cruz, o que nos há-de levar a que nos esforcemos, nos empenhemos, nos entusiasmemos a praticar o bem e a fugir do mal.
Por outras palavras que nos esforcemos, que nos empenhemos e que nos entusiasmemos a obter "créditos" para pagar as nossas dívidas.

Ao nosso credor que é o demónio e o mal opõe-se o nosso avalista que é Jesus Cristo, alguém que está muito interessado em que paguemos as nossas dívidas. Alguém que garante que se nos esforçarmos por pagar as nossas dívidas, ainda que não o consigamos na totalidade, ele cobrirá a diferença do que falta pagar.

Portanto, quando o dia nasce, há uma dívida por pagar nesse mesmo dia. E, quando chegamos ao fim do dia e fazemos o exame de consciência vamos a prestar contas ao nosso credor e ao nosso avalista.
O nosso credor fica fulo porque conseguimos "créditos" para amortizar na nossa dívida, enquanto o nosso avalista Jesus Cristo fica alegre porque aliviámos a sua dívida e aliviámos a diferença que Ele próprio teria que pagar, caso não diminuíssemos o valor dessa dívida.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Quaresma: um proposta de redesenhar a nossa vida

A Quaresma vem ao nosso encontro para que a tensão criadora do Espírito de Jesus redesenhe em nós a vida. Interessantes são os verbos que o poeta usa como prece: “que sejamos instigados”, “que sejamos sacudidos”.
A Quaresma faz-nos passar do “deixa andar”, e do viver espiritualmente entorpecido ao estado da corda tensa.
Aquela que é capaz de avizinhar da nossa humanidade reencontra a música de Deus.

Pe. José Tolentino Mendonça a propósito do poema de T. S.Elliot sobre 4ª feira de cinzas.Daqui

Fé e Cruz

27 E saiu Jesus com os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe, e no caminho interrogou os discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou?

28 Responderam-lhe eles: Uns dizem: João, o Batista; outros: Elias; e ainda outros: Algum dos profetas.

29 Então lhes perguntou: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu és o Cristo.

30 E ordenou-lhes Jesus que a ninguém dissessem aquilo a respeito dele.

Jesus fala da sua morte

31 Começou então a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem padecesse muitas coisas, que fosse rejeitado pelos anciãos e principais sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto, e que depois de três dias ressurgisse.

32 E isso dizia abertamente. Ao que Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo.

33 Mas ele, virando-se olhando para seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo: Para trás de mim, Satanás; porque não cuidas das coisas que são de Deus, mas sim das que são dos homens.

34 E chamando a si a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.

35 Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á.

36 Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida?

37 Ou que diria o homem em troca da sua vida?


Esta sequência de S. Marcos 27-38 é muito interessante e elucidativa do que Deus quer de nós.
Começa com um pedido de proclamação de fé.
Cristo pergunta aos discipulos quem é que eles acham que Ele é (S.Marcos 8,27-30)
S.Pedro toma a palavra e proclama Deus como o Ungido, o filho de Deus.
Logo, 1º a Fé, o acreditar que Deus está muito para além das nossas limitações pessoais e materiais e muito para além das contingências do nosso tempo.

Depois, com a Fé, vem a revelação do sacrifício realizado por Amor (S.Marcos 8, 31-32).

Depois, S.Pedro não quer que a sua Fé seja uma Fé que passe pelo sacrifício e pela morte. Esta é uma atitude muito humana, a do medo da cruz, a do medo do sofrimento, a do medo da tribulação que contradiz a atitude inicial da Fé.
Ter Fé deveria implicar sentir as forças necessárias para viver o sacrifício da cruz.

Por isso, Jesus Cristo, remata esta sequência, por um lado rejeitando o medo da cruz, com palavras muito duras (S.Marcos 8, 33):
Quem tem medo da cruz actua como satanás; não é digno de estar diante de Deus e actua de acordo com a carne e não de acordo com a Fé

E é nesta sequência que Cristo finaliza, dizendo o que pretende de nós, como é que quer que nós actuemos (S.Marcos 8, 34-37):
- Seguir a Cristo EXIGE o negar-se a si mesmo.
- Seguir a Cristo EXIGE o pegar na sua Cruz (isto é, cumprir as suas obrigações decorrentes das suas circunstâncias específicas de saúde, familiares, profissionais, económicas, etc..).
- Seguir a Cristo EXIGE que em tudo actuemos atrás e segundo o próprio Cristo. Por outras palavras exige uma "cristificação".

Porque onde não há Cristo e onde não há cruz e onde há apenas uma procura de si mesmo não há nada (S.Marcos 8, 35-36)

Cristo explica que, à partida, estamos todos condenados à destruição e à auto-destruição.
Para que isto não aconteça assim, temos que pagar um resgate, temos que pagar a nossa saída do circulo vicioso que nos leva à morte e à perdição.
Esse resgate é a cruz que, associada aos méritos que Jesus Cristo obteve para nós no Calvário, livra-nos do mal e ajuda a que outros se livrem desse mesmo mal.
Por isso Jesus diz, "que daria o homem pelo resgate da sua alma ?" (S.Marcos 8, 37).

Depois em S.Marcos 8, 38, Jesus Cristo faz a fusão entre a Fé de Pedro e a Cruz.
Ter fé é viver a Cruz; é dar testemunho da Cruz aos outros.
Pedro (e quantas vezes, nós todos) quer a Fé, mas envergonha-se da cruz e, por isso, Jesus diz quem vive a cruz não se envergonha de mim porque dá testemunho da cruz perante "esta geração adúltera e pecadora".
Pelo contrário, não querer e não viver a cruz diante de todos equivale a dizer que nos envergonhamos de Cristo.

Meditemos em que medida toda esta sequência e esta dicotomia Fé-Cruz-Coerência de Vida- Apostolado está ou não a afectar o nosso dia-a-dia.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Receber o Senhor na Sagrada Comunhão

"Ecce Agnus Dei... Domine, non sum dignus...
Vamos receber o Senhor.
Quando na Terra se recebem pessoas muito importantes, há luzes, música, trajes de gala.
Para albergar Cristo na nossa alma, como devemos preparar-nos?
Já teremos por acaso pensado como nos comportaríamos se só se pudesse comungar
uma vez na vida?
Quando eu era criança, não estava ainda divulgada a prática da comunhão frequente.
Recordo-me de como se preparavam as pessoas para comungar. Cuidavam com esmero a boa preparação da alma e até do corpo. Punham a melhor roupa, a cabeça bem penteada, o corpo fisicamente limpo e talvez mesmo um pouco de perfume...
Eram delicadezas próprias de quem estava apaixonado, de almas finas e rectas, que sabem pagar o Amor com amor.
Com Cristo na alma, termina a Santa Missa.
A bênção do Pai, do Filho e do Espírito Santo acompanha-nos durante toda a jornada, na nossa tarefa simples e normal de santificar todas as actividades nobres do homem".
S.José Maria Escrivá de Balaguer.
Cristo que passa, 91

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A nossa vida tem de ser o nosso maior testemunho

Tome cuidado com a sua vida, talvez ela seja o único evangelho que as pessoas
leiam.
São Francisco de Assis)

Fazer o que é a nossa obrigação

"Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer".
S. Lucas 17:10

Ser como o burrico de carga


"Oxalá adquiras - queres alcançá-las - as virtudes do burrinho:
humilde,
duro para o trabalho e perseverante,
teimoso!,
fiel,
seguríssimo no seu passo,
forte e - se tem bom amo - agradecido e obediente".
Continua a considerar as qualidades do burrinho, e repara que ele, para fazer
alguma coisa de proveito, tem de deixar-se dominar pela vontade de quem o
guia...: sozinho não faria senão... burrices. Seguramente não lhe ocorre outra
coisa melhor que revolver-se no chão, correr para o estábulo... e
zurrar.- Ah Jesus! - diz-lho tu também - : "ut iumentum factus sum apud
te!", fizeste-me o teu jumento; não me deixes, "et ego semper tecum!", e estarei
sempre Contigo. Conduz-me fortemente preso com a tua graça: "tenuisti manum
dexteram meam...", apanhaste-me pelo cabresto; "et in voluntate tua deduxisti
me...", e faz-me cumprir a tua Vontade. E assim hei-de amar-te pelos séculos sem
fim!, "et cum gloria suscepisti me!".div>

Forja 380 e 381
S.José Maria Escrivá de Balaguer

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A caridade é o chamariz do apostolado

"Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10)".

Mensagem do Santo Padre Bento XVI para a Quaresma de 2012

A importância da luta pela santidade

Segundo o Santo Padre Bento XVI, a luta pela santidade há-de traduzir-se numa "atenção recíproca (que) tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efectivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus.
Para isso, há que aproveitar cada segundo do tempo de vida que nos é concedido:
"O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, o amor de Deus".
Não basta manter as conquistas já realizadas, em certas virtudes ou bons hábitos, tal como trabalhador que quis manter e guardar a moeda que conquistou.
Há que tentar mais e melhor, sempre.
"Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua".
Então, em cada dia, deve haver um avanço nas atitudes, nos hábitos, na forma como ocupámos o nosso tempo ou, se já fazemos tudo o que devíamos, na forma e na intensidade como ocupamos o nosso tempo.

Viver ainda melhor a caridade no tempo da Quaresma

Viver "numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor
e as boas obras»"
(v. 24).

Mensagem do Santo Padre Bento XVI para a Quaresma de 2012

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Caridade e humildade

Naquelas primeiras comunidades cristãs, materializou-se este mandamento novo, até ao ponto de os pagãos comentarem, assombrados: «Vede como eles se amam!» Cfr. Tertuliano, Apologético 39, 7 (CCL 1, 151).
A verdadeira caridade cristã, participação da que transbordava do coração do Verbo incarnado, está embebida no sacrifício.
Não procura a afirmação pessoal mas o bem dos outros.
E configura-se como uma tarefa que nunca devemos considerar concluída: precisa­mos de aprender a amar, fixando-nos no exemplo de Nosso Senhor, da Santíssima Virgem e dos santos que mais amaram a Deus e ao próximo.
Sintamos a responsabilidade de começar e de recomeçar, em cada dia, muitas vezes ao dia, com pequenos pormenores de serviço e de entrega aos outros – às vezes também em coisas de maior importância – que os outros talvez não descubram, mas que não passam despercebidas ao olhar do nosso Pai Deus.
(...)
Esta forma de atuar requer certamente – não me importo de o repetir – que nos esfor­cemos em pôr de lado o nosso eu, esquecendo-nos de nós mesmos. Caridade e humildade andam intimamente unidas, e o seu fruto maduro é a unidade."
D.Javier Echevarria. Bispo.
Carta Pastoral de Fevereiro de 2012

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Lançamento do livro "Os Encontros de Jesus no Evangelho de S.João"


Convite da Paulinas Editora para o lançamento do livro «Os Encontros de Jesus no Evangelho de S. João», da autoria do Padre Mário Sousa, dias 16 (Faro) e 17 de Fevereiro (Portimão).
Em Faro na Livraria Paulinas (Rua do Município)
Em Portimão na Igreja do Colégio. Em ambas, às 18.30h.

S.José, ensina-me a cumprir os deveres de cada dia

"Estás intimamente convencido de que só serás feliz se não pões obstáculos ao que Deus te pede ?
Sabes deixar de lado, com alegria, os teus planos pessoais, quando assim o requer o bem das almas ?
Acodes a S. José para que te ensine a cumprir, com fortaleza, os teus deveres, generosamente, sem reservar nada para ti ?"
D. Álvaro del Portillo, bispo. Carta pastoral de Fevereiro de 1994.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O imperativo de evangelizar

1 Cor. 9,16-19.22-23.

Irmãos: Anunciar o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!
Se o fizesse por iniciativa própria, mereceria recompensa; mas, não sendo de maneira espontânea, é um encargo que me está confiado.
Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.
De facto, embora livre em relação a todos, fiz-me servo de todos, para ganhar o maior número.
Fiz-me fraco com os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para salvar alguns a qualquer custo.
E tudo faço por causa do Evangelho, para dele me tornar participante
.

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