Todos nós, em virtude do pecado original, nascemos já com uma dívida por pagar relacionada com as nossas más tendências, o nosso mau feitio, o nosso egoísmo inato.
Mas, a essa dívida original, acrescem, depois, ao longo da nossa vida sobre a terra, em cada dia que passa, novas e, por vezes até, mais graves dívidas decorrentes dos pecados veniais e mortais que cometemos.
Assim, à dívida original somam-se as várias dívidas diárias em que incorremos. Somos como que devedores inatos, devedores compulsivos.
O resultado dessa dívida de mal original e praticado é a entrega dos devedores ao dono do mal, isto é, ao demónio, ao inferno e a morte definitiva.
Para que nos salvemos do nosso credor, temos que pagar essa dívida e essa dívida.
Por sua vez, esta dívida só pode ser paga se, aproveitando-nos da credibilidade do nosso avalista que é Jesus Cristo, nos associarmos aos méritos obtidos por Ele, através da sua morte na Cruz, o que nos há-de levar a que nos esforcemos, nos empenhemos, nos entusiasmemos a praticar o bem e a fugir do mal.
Por outras palavras que nos esforcemos, que nos empenhemos e que nos entusiasmemos a obter "créditos" para pagar as nossas dívidas.
Ao nosso credor que é o demónio e o mal opõe-se o nosso avalista que é Jesus Cristo, alguém que está muito interessado em que paguemos as nossas dívidas. Alguém que garante que se nos esforçarmos por pagar as nossas dívidas, ainda que não o consigamos na totalidade, ele cobrirá a diferença do que falta pagar.
Portanto, quando o dia nasce, há uma dívida por pagar nesse mesmo dia. E, quando chegamos ao fim do dia e fazemos o exame de consciência vamos a prestar contas ao nosso credor e ao nosso avalista.
O nosso credor fica fulo porque conseguimos "créditos" para amortizar na nossa dívida, enquanto o nosso avalista Jesus Cristo fica alegre porque aliviámos a sua dívida e aliviámos a diferença que Ele próprio teria que pagar, caso não diminuíssemos o valor dessa dívida.
O mundo tem uma parte visível que tem a ver com a nossa vida exterior e outra interior, os nossos pensamentos, a nossa relação interior com o outro mas também com o que não vemos. Este blog pretende ser um armazém de pensamentos e considerações de natureza católica sobre aquilo que não se vê, mas pode-se ver, se quisermos
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