segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A confissão segundo Sebastião da Gama

"Somos de barro. Iguais aos mais.
Ó alegria de sabê-lo !
(Correi, felizes lágrimas,
por sobre o seu cabelo!)

Depois de mais aquela confissão,
impuros nos achamos;
nos descobrimos
frutos do mesmo chão

Pecado, Amor ? Pecado fora apenas
não fazer do pecado
a força que nos ligue e nos obrigue
a lutar lado a lado

(...)

O nosso Amor, que história sem beleza,
se não fora ascensão e queda e teimosia,
conquista... (E novamente queda e novamente luta, ascensão...) Ó meu Amort, tão fria,

se nascêramos puros, nossa história!"

Sebastião da Gama
É pelo sonho que vamos, pág.s 41-44.


"Que Deus me perdoe - mas até queria ter um grande pecado, para lho dizer e ouvir-lhe perdoar-mo e para que fizesse dos meus actos seguintes um corpo de resgate.
Mas não no vi - o tal pecado, talvez porque tão caído sou que não vejo os argueiros dos meus próprios olhos- os lameiros da minha porta.
Mas senti-me (...) com a força que me deu Jesus, de recalcar todas as pequeninas maldades que faço dia a dia (...)
Jesus deu-me hoje o amparo, a bengala a que me arrimarei no meu Caminho; vamos ver se sou capaz"

Sebastião da Gama. Cartas I, Ática. Lisboa. 1994, Págs. 91-92.

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