segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Terei amado bastante ?

A propósito de uma efeméride significativa do seu longo pontificado, o Beato João Paulo II foi confrontado com as impressionantes estatísticas relativas ao seu ministério petrino. Eram às dezenas as suas encíclicas, às centenas os países visitados, aos milhares os fiéis que tinha recebido e aos milhões os quilómetros percorridos na ânsia de levar a todo o mundo, literalmente, a Boa Nova do Evangelho. Qualquer um se poderia ter sentido ufano ante aqueles resultados, que atestavam, com rigor matemático, um imenso trabalho. Qualquer pessoa teria ficado satisfeita por um tão positivo saldo.
Contudo, o Papa Wojtyla não se impressionou com a grandeza dos números, nem se deixou seduzir pela magnanimidade da obra realizada. E, por isso, num murmúrio, que mais parecia uma oração, interrogou-se: “Sim, é verdade tudo isso, mas… Terei eu amado o bastante?!”
Esse seu comentário humilde fazia eco, sem dúvida, ao ensinamento paulino: “Ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse toda a fé, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, não serei nada” (1Cor 13, 2).
A única realidade verdadeiramente importante, a única que de nós depende e da qual depende a nossa salvação, é a caridade. Não o amor que os outros nos têm, mas o que nós damos, ou não, àqueles que são o nosso próximo, ou seja, o nosso caminho para o céu. Santo Agostinho dizia: “Pondus meus, amor meus”, isto é, valho o que amo, porque cada um de nós não vale o que vale o seu dinheiro, a sua saúde, o seu poder ou a sua inteligência, mas o seu amor. “Ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres e entregasse o meu corpo às chamas, se não tiver caridade, não valho nada” (1Cor 13, 3).
O ano novo só será bom se for, efectivamente, um tempo vivido na graça d’ Aquele que, sendo Deus, é, sobretudo, amor. Santo e feliz 2013
Padre Gonçalo Portocarreo de Almada

sábado, 29 de dezembro de 2012

Na comunhão renunciamos a tudo

A comunhão é um alimento que nos leva a ter forças para enfrentar a morte de nós mesmos.

Ao comungarmos estamos a afirmar que aceitamos morrer para tudo o que o mundo tem para nos alimentar (tais como iguarias, bens materiais, glória e riqueza humana, etc) e, em compensação, aceitamos renunciar ao usufruto de todas essas coisas.

Porque, quem já tem o alimento maior, não necessita alimentar-se do alimento menor que, além de menor, se torna um peso e nos torna mais pesados para ir ao encontro do Senhor.  

Ao comungar o Senhor, renunciamos a tudo o que, no mundo quer comungar connosco porque a comunhão Eucarística satisfaz-nos na plenitude.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Submeter-se à Grandeza de Deus que nos torna Grandes

"Ele (Jesus) considera-nos capazes de grandes coisas.
Crer significa submeter-se a esta grandeza e crescer pouco a pouco rumo a ela"

Bento XVI
Jesus de Nazaré. A Infância de Jesus. Editora Princípia. Página 105.

Sair dos critérios predominantes

"(...) faz parte do tornar-se cristão este sair do âmbito daquilo que todos pensam e querem, sair dos critérios predominantes, para entrar na luz da verdade sobre o nosso ser e, com esta luz, alcançar o caminho"

Bento XVI. A Infância de Jesus. Editora Princípia. Pág. 60.

O que é a vontade de Deus para o Justo

Para o Justo "a vontade de Deus não é uma lei imposta a partir de fora, masa «alegria»; para ele, a lei torna-se espontaneamente «evangelho», boa nova, porque ele interpreta-a numa atitude de abertura pessoal e cheia de Amor para com Deus, e assim a prende a compreendê-la e vivê-la a partir de dentro"
 
Bento XVI. A Infância de Jesus. Editora Principia. Página 38.

Alegria e Graça andam juntas

A propósito da saudação do Anjo Gabriel a Maria "Avé Maria, cheia de graça", diz o Papa Bento XVI o seguinte:

"«Alegra-te, ó cheia de graça».
Esta ligação entre alegria e graça é outro aspecto digno de consideração, na saudação KHAIRE; em grego, as duas palavras- alegria e graça (KHARA E KHARIS) são formadas a partir da mesma raíz.
Alegria e graça andam juntas".

Jesus de Nazaré. A Infância de Jesus. Editora Princípia. Pág. 30

Não servirás a dois senhores

Dizia um sacerdote piedoso a uma pessoa que se deixava levar frequentemente pela gula:

"Tu, tens que decidir se queres servir o teu estômago, se queres ter como teu senhor o teu ventre ou se se queres servir como teu Senhor e Mestre, Jesus Cristo morto e ressuscitado por ti na cruz"

No Natal Jesus convida-nos a morrer para tudo

«Esta festa de Natal, diz tanto à alma;
parece que Jesus a convida a morrer para tudo,
para renascer numa vida nova,
uma vida de Amor».

B. Isabel da Trindade, Carta 39

domingo, 23 de dezembro de 2012

Sobriedade

Em época de crise e mingua, o Papa Bento XVI sugere-nos a prática do jejum, para a época da Quaresma que se avizinha

«Utamur ergo parcius, / verbis, cibis et potibus, / somno, iocis et arcitius / perstemus in custodia.

Usemos de modo mais sóbrio palavras, alimentos, bebidas, sono e jogos, e permaneçamos mais atentamente vigilantes, cita o Papa, na sua mensagem quaresmal.

Nunca pare de lutar




Nunca Pare de Lutar
O que vem, pra tentar ferir, o valente de Deus
Em meio às suas guerras?
Que ataque é capaz, de fazê-lo olhar pra trás
E querer desistir?
Que terrível arma é, usada pra, tentar
Paralisar sua fé?
Cansaço, desânimo, logo após uma vitória
A mistura de um desgaste, com um contra-ataque do mal
A dor de uma perda, ou a dor da traição
Uma quebra de aliança
Que é a raiz da ingratidão
Se alguém está assim
Preste muita atenção
Ouça o que vem do coração de Deus
Em tempos de guerra
Nunca pare de lutar
Não baixe a guarda
Nunca Pare de Lutar
Em tempos de Guerra
Nunca Pare de adorar
Libera palavra
Profetiza sem parar
O escape, o descanso, a cura, recompensa vem
Sem demora
O escape, o descanso, a cura, recompensa vem
Sem demora…

sábado, 22 de dezembro de 2012

Uma infatigável constância

"Não te atribuas a nada a ti ou ao teu zelo, pois tu só não te bastas para corrigir o mais pequeno dos vícios sem o auxílio da minha força e da minha graça.
(...)
Eu exijo-te esforço, consciência da tua miséria, uma fidelidade inquebrantável na luta, esperança e confiança em mim e uma incomensurável e infatigável constância"
Johan Lanspergio. Carta de Jesus a uma Alma Devota. Editorial San Esteban. Pág. 111

Nenhum sacríficio se perde

"(...) não há sacrifício que faças ou sofras por amor a mim, por vil e insignificante que te pareça, que não te alcance da Minha parte a maior e mais gloriosa recompensa"
Johan Lanspergio. Carta de Jesus a uma Alma Devota. Editorial San Esteban. Pág. 159

Limpar o vaso do sabor do vinagre

"Supõe que Deus queira encher-te de mel (símbolo da ternura de Deus e da sua bondade).
Se tu, porém, estás cheio de vinagre, onde vais pôr o mel ?
O vaso, ou seja o coração, deve primeiro ser dilatado e depois limpo: livre do vinagre e do seu sabor. Isto requer trabalho, faz sofrer, mas só assim se realiza o ajustamento àquilo para que somos destinados"
St. Agostinho
In 1 Joannis 4,6 PL 35, 2008 s

"(...) também o «sim » ao amor é fonte de sofrimento, porque o amor exige sempre expropriações do meu eu, nas quais me deixo podar e ferir.
O amor não pode de modo algum existir sem esta renúncia mesmo dolorsa a mim mesmo"

Spes Salvi. Bento XVI. Final do ponto 38

A esperança leva-nos a uma vida nova

"Quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova" (Final do ponto 2)

"(...) para nós, o encontro com aquele Deus (...) poderá ser «performativo» e não somente «informativo», ou seja se poderá transformar a nossa vida" (Início do ponto 4)

Spes Salvi. Papa Bento XVI

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Oferecer as nossas prioridades profissionais como holocausto

Perante a tentação de deixar de cumprir com um encontro com Deus, na oração ou na Eucarístia em favor do cumprimento de uma aparentemente mais urgente e mais importante obrigação de natureza familiar ou profissional, há que fazer um acto de entrega e holocausto.

Antes, colocava-se sobre o altar das oferendas animais ou alimentos para sacríficio. Agora Deus quer que lhe "preparemos um corpo" mas quer sobretudo o nosso coração e o nosso coração está onde estão os nossos pensamentos, ansiedades e acções.

Por isso, agora, no altar temos que colocar a renúncia ao trabalho profissional e outras sempre que estas se apresentam como algo a que devemos preferir em detrimento do encontro com Deus na palavra, na oração e no pão.

E isto, muitas vezes, não é nada fácil porque implica renunciar a algo que vemos e é palpável e aparentemente importante para o nosso sustento e o da nossa família em favor de algo que não vemos, não é palpável e é aparentemente acessório e secundário para a sustentabilidade do dia a dia.

Peçamos ao Senhor a Fé que precisamos para escolher o que, à partida, não seria de escolher.

Apressadamente

"Quando os anjos se afastaram deles (...), os pastores disseram uns aos outros "Vamos a Belém ver o que aconteceu que o Senhor nos deu a conhecer". Foram apressadamente (...) Lucas 2, 15-16."
(...)
E quantos cristãos se apressam hoje quando se trata das coisas de Deus ?
No entanto, se há algo que mereça pressa (...) são precisamente as coisas de Deus !"
 
Bento XVI. "Jesus de Nazaré. A Infância de Jesus". Principia. Página 69.
 
 

sábado, 15 de dezembro de 2012

Fora de Mim, nada existe.

"Olha de longe para tudo o que há no mundo, como se já o tivesses deixado e fosse algo estranho para ti. (...) tudo o que sentes fora de mim, estima-o em nada pois na verdade, fora de Mim, nada existe".

Johan Lanspergio. Carta de Jesus Cristo a uma alma devota. Editorial S. Esteban. Pagina 196

Há certas tentações que se ganham, fugindo

"não deves ignorar que o melhor modo de vencer as tentações da carne,como a gula e a luxuria, nao é lutar contra elas, senão evitá-las"

Johan Lanspergio. Carta de Jesus Cristo a uma alma devota. Página 123

Um contínuo principiante

"O remédio mais eficaz contra todos os vícios consiste em permanecer prostrada aos meus pés com profunda humildade em reconhecimento do teu próprio nada , entregar-te a mim com plena confiança , invocar-me com uma oração incessante e ser consciente de que, fora de mim, não encontrarás nenhuma outra ajuda. Assim (....) considera-te sempre um principiante que apenas deu os seus primeiros passos"

Johan  Lanspergio. Cartas de Jesus Cristo a uma alma devota. Editorial S. Esteban. Página 109

Persegue os vícios com ódio implacável

"Não desfaleças na tua luta contra as múltiplas tentações, não cedas, não te tornes tíbia, não te deixes vencer pela cobardia nem pelo desespero, mas persegue em ti todos os vícios com ódio implacável"

Johan Lanspergio, carta de Jesus Cristo a uma alma, San Esteban Editorial. Pagina 110

O valor regenerador das tentações

As tentações que surgem habitualmente pela carne, implicam a superação das limitações da própria carne e, ao superar essas limitações, a pessoa vai para além da carne e torna-se espírito.
Por isso, as tentações são uma forma, por vezes custosa, mas eficaz, de nos tornarmos espírito, assumirmos na plenitude a nossa condição de Filhos de Deus e herdeiros do Céu, tal como os filhos dos Reis ganhavam ainda maior credibilidade se participassem em guerras, ainda antes de serem reis, porque isso demonstrava de que condição eram feitos e reforçava a sua legitimidade de herdeiros do trono.
 
Por outro lado, as tentações são também uma oportunidade de transformar o "verbo em carne", isto é, de superarmos o conhecimento teórico da doutrina cristã que temos convertendo-o em acções concretas, "res non verba" porque nem todo o que diz Meu Deus, Meu Deus entrará no Reino dos Céus  (Cfr. Mateus, 7, 21)

Como viver bem o Advento e preparar bem o Natal

O Venerável D.Álvaro del Portillo, bispo, numa carta pastoral de Dezembro de 1992 diz que a melhor forma de viver o Advento e preparar o Natal passa por 5 situações em que nos devemos empenhar particularmente:

1)  "Cultivar a alegria de sair ao encontro de Cristo que vem".

2) "Cuidar de modo especial as pequenas motificações, internas e externas, com as que podemos dispor mais o nosso coração para dar acolhimento carinhoso ao Menino Jesus que nascerá em Belém".
E, a este propósito, pergunta mais adiante "Ocupas-te em preparar a tua alma para que o Senhora encontre bem limpa ?"

3) "Caminhar da mão da Virgem e de S.José que são os melhores mestres de vida interior"

4) Viver de forma mais intensa a caridade e o espírito de serviço para com os outros, citando S.José Maria Escrivá de Balaguer que dizia o seguinte "Em Belém não há lugar para os egoísmos para o próprio eu. Ali todos estão ao serviços dos outros com uma generosidade sem limites. Eu queria que assim fosse o nosso modo de proceder: Serviço a Deus, serviços à almas, também quando estejemos cansados"
 
5) Reparação e desagravo: "Ânsias de compensar a indiferença de tante gente as as magnalia Dei, maravilhas de Deus com ânsias de reparação também pelas nossas faltas pessoais de correspondência"

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Esquecimento de si

«Parece-me que a alma mais livre é a que mais se esquece de si mesma, e se me perguntassem o segredo da felicidade, diria que é o de não fazer caso nenhum de si e de negar-se sempre.
Eis uma boa maneira de fazer morrer o orgulho:
sujeitá-lo à fome!

O orgulho é o amor a nós mesmos;
por isso, é necessário que o amor de Deus seja tão forte, que extinga todo esse amor-próprio.»

Beata Isabel da Trindade, A grandeza da nossa vocação, 4

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Piedade de meninos

"A  vida de oração e de penitência e a consideração da nossa filiação divina transformam-nos em cristãos profundamente piedosos, como meninos pequenos diante de Deus.
A piedade é a virtude dos filhos e, para que o filho possa entregar-se nos braços do seu pai, há-de ser e sentir-se pequeno, necessitado.
Tenho meditado com frequência na vida de infância espiritual, que não se contrapõe à fortaleza, porque requer uma vontade rija, uma maturidade bem temperada, um carácter firme e aberto".

S.José Maria Escrivá de Balaguer.
É Cristo que passa, nº 10

sábado, 8 de dezembro de 2012

Avé Maria, Senhora do Advento

Avé Maria, Senhora do Advento
A misericórdia de Deus esplende em ti
Bendita és tu entre as mulheres
Em teu seio amadurece a manhã
Ó Mãe propícia
leve, magnífica e atenta
aos amplos pátios da nossa solidão
És aquela que melhor apascenta
a turbulenta forma da nossa sede:
Roga por nós que atravessamos o mundo agora
roga por nós que atravessamos esta hora
 
José Tolentino Mendonça
Padre e Poeta

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Considerar como pequenas as grandes obras

«No terceiro degrau,
devido ao fogo de amor que já vai ardendo,
a alma considera
como pequenas e poucas
as grandes e muitas obras
que faz pelo Amado,
e como pouco
o muito tempo que Lhe dedica…
Devido ao imenso amor que a alma sente para com Deus,
muito se lamenta e sofre
pelo pouco que faz por Ele;
se fosse lícito morrer mil vezes por Ele,
ficaria consolada.
Por isso considera-se como inútil
em tudo o que faz,
e julga viver em vão.»


S. João da Cruz, II Noite Escura 19,3

domingo, 25 de novembro de 2012

Viver pela Fé

"Também nós vivemos pela Fé"
Parte final ponto 13 Porta Fidei
Bento XVI

Esta frase do Papa Bento XVI não diz que vivemos em fé ou com fé, mas vivemos "pela" Fé.

A vida, em si mesmo, parece não ter qualquer sentido. Por si, seria motivo de angústia e depressão permanente.
Só se virmos a vida pelos olhos da fé é que poderemos vivê-la com sentido.

Por isso, tudo o que fazemos, em cada momento e em todas as circunstâncias, só tem sentido se se abre à Fé.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Porta da Fé: mais credibilidade & entrega total

"Simultaneamente esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade".
(Ponto 9)
 
"Queria agora delinear um percurso que ajude a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé e, juntamente com eles, também o acto pelo qual decidimos, com plena liberdade, entregar-nos totalmente a Deus."
(Início ponto 10).

Porta Fidei

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Temperado é não se deprimir com a ausência do prazer

"(...) é temperado quem não se deprimir com a ausência ou abstinência de prazer"
Ética a Nicómaco
Aristóteles

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Temperança

Sobre a virtude da temperança em S. Tomás de Aquino, segundo Josef Pieper, aqui

Eu creio, com fé, nas pequenas coisas do dia a dia

"(...) viver a fé cristã é algo que se expressa na simplicidade do dia a dia, com gestos que podem parecer prosaicos, mas são densos de sentido.
Não se trata, em primeiro lugar, de fazer grandes coisas, mas de realizar com alma grande os pequenos gestos.
(....)
Dizer “eu creio” é povoar o horizonte da existência com gestos que revelem esta radicalidade.
(...)
uma pobre viúva que versa no cofre das esmolas apenas duas moedinhas, tudo aquilo que tinha para viver (Mc 12,42-44). Deu mais porque deu tudo!
Jesus tem um modo radicalmente diferente para entender as pessoas e a vida.
Acreditar nele é mudar a mentalidade e enxergar o sentido profundo de gestos semelhantes ao da viúva. Provavelmente, só no Céu ela soube que sua atitude percorre os séculos e se torna referência para tantas gerações!
(...)
trata-se agora de converter-nos à simplicidade, olhar ao nosso redor, para que ninguém passe em vão ao nosso lado, não desperdiçar qualquer oportunidade para fazer o bem. E em relação a Deus, o olhar quase furtivo para o Sacrário, o sinal da Cruz bem feito, as orações mais simples que sabemos, o desabafo da oração espontânea, a renovação espontânea da fé, tudo conta, pois o Senhor acolhe os gestos mais singelos, já que no Céu estão escritos os nossos nomes! (cf. Lc 10,20).

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém

Um pedacinho de Deus

Na Missa "vai-se buscar um pedacinho de Deus",

Padre Hugo Santos

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Com humildade, sem medo de nada !

Why are we afraid?”
Do we not have a God that says, “Do not be afraid” over and over again in scripture (Lk 12:7, Is 41:13)? Does it not say, “The Lord Himself will fight for you, you have only to keep still” (Ex 14:14)? Does it not say, “There is no fear in love, but perfect love drives out fear because fear has to do with punishment, and so one who fears is not yet perfect in love” (1 Jn 4:18)?
Our Father in Heaven is the kind of Father who does not abandon us in our time of need. Rather, it says in Matthew 7:7-11:
“Ask and it will be given to you; seek and you will find; knock and the door will be opened to you. For everyone who asks, receives; and the one who seeks, finds; and to the one who knocks, the door will be opened. Which one of you would hand his son a stone when he asks for a loaf of bread, or a snake when he asks for a fish? If you then, who are wicked, know how to give good gifts to your children, how much more will your heavenly Father give good things to those who ask him.”
And another testament of how God provides for His children in Matthew 6:25-33:
“Therefore I tell you, do not worry about your life, what you will eat [or drink], or about your body, what you will wear. Is not life more than food and the body more than clothing? Look at the birds in the sky; they do not sow or reap, they gather nothing into barns, yet your heavenly Father feeds them. Are not you more important than they? Can any of you by worrying add a single moment to your life-span? Why are you anxious about clothes? Learn from the way the wild flowers grow. They do not work or spin. But I tell you that not even Solomon in all his splendor was clothed like one of them. If God so clothes the grass of the field, which grows today and is thrown into the oven tomorrow, will he not much more provide for you, O you of little faith? So do not worry and say, ‘What are we to eat?’ or ‘What are we to drink?’ or ‘What are we to wear?’ All these things the pagans seek. Your heavenly Father knows that you need them all. But seek first the kingdom (of God) and his righteousness, and all these things will be given you besides.
And yet another passage of how much God loves us from Jeremiah 29:11-14:
For I know well the plans I have in mind for you—says the LORD—plans for your welfare and not for woe, so as to give you a future of hope. When you call me, and come and pray to me, I will listen to you. When you look for me, you will find me. Yes, when you seek me with all your heart, I will let you find me—says the LORD—and I will change your lot.
Fear comes not from who God is or what He has done, but rather our lack of trust in who God is and what He has done. God has created us to be children who will shine like lights in a world that is crooked and perverse (Phil 2:15). He has created us to declare His glory and proclaim His praise (Jer 31:7-9). God did not give us a “spirit of cowardice, but rather of power and love and self-control” (2 Tim 1:7). Do we know this? Do we believe this? Or do we hear it in our heads and fail to let it dwell in our hearts?
One of my favorite quotations is from Nelson Mandela’s inaugural speech in 1994 where he quoted a passage from Marianne Williamson’s book Return to Love: Reflections on a Course in Miracles:
Our deepest fear is not that we are inadequate. Our deepest fear is that we are powerful beyond imagination. It is our light more than our darkness which scares us. We ask ourselves – who are we to be brilliant, beautiful, talented, and fabulous. But honestly, who are you to not be so?
You are a child of God, small games do not work in this world. For those around us to feel peace, it is not example to make ourselves small. We were born to express the glory of God that lives in us. It is not in some of us, it is in all of us. While we allow our light to shine, we unconsciously give permission for others to do the same. When we liberate ourselves from our own fears, simply our presence may liberate others.
If you want to apply this to your life and live this out, I invite you to pray a dangerous prayer. I invite you to know that God alone can satisfy the desires of your hearts and He alone can help you with every fear. God is the end and the beginning who created you and gave you every gift and talent, so you may brilliantly shine as the saint you were meant to be. To paraphrase St. Irenaeus, “Be fully alive and you will declare the glory of God!” or, as St. Catherine of Siena said, “If you are what you are meant to be, you will set the world on fire.” I invite you to pray the Ladainha da humildadehttp://www.lepanto.com.br/catolicismo/oracoes/ladainha-da-humildade/

Jackie  François

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O desejo de santidade deve arder em todo o Cristão

O desejo de se tornar santo deve arder em todo o cristão:
«O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade dirige-se a todos os que acreditam em Cristo, seja qual for o seu estado ou hierarquia» (C.I.C §2013).

Mas como experimentar esta «união sempre mais íntima com Cristo»?
 
«O caminho da perfeição passa pela cruz. Não há santidade sem renúncia e sem combate espiritual. Os filhos da nossa mãe, a Santa Igreja, esperam firmemente a graça da perseverança final e a recompensa de Deus, seu Pai, para as boas obras realizadas com a Sua graça e em comunhão com Jesus» (C.I.C §2015-2016).

domingo, 28 de outubro de 2012

A luta tem uma frente dentro de nós próprios

" A luta tem uma frente dentro de nós próprios, a frente das nossas paixões.
Vigia quem luta interiormente para afastar-se decididamente da ocasião do pecado, do que possa debilitar a fé, desvanecer a esperança e enfraquecer o Amor".

S.José Maria Escrivá de Balaguer

Carta pastoral 28-III-1973, nº10

 

Primeiro purificar-se, depois purificar

«Primero purificar-se e depois purificar
  Primeiro deixar-se instruir pela sabedoria e depois instruir
  Primero converter-se em luz e depois iluminar;
  Primero aproximar-se de Deus e depois levar aos outros a Ele;
  Primero ser santos e depois santificar»
 
 
San Gregorio Nacianceno,

Oración II, 71 (PG 35, 479); cit. en Beato Juan Pablo II, Exhort. apost.
Pastóres gregis




sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Trabalhai não pelo alimento que perece

"Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que perdura para a vida eterna"
João 6,27

Esta máxima contraria totalmente quer a lógica do dia de hoje, quer a nossa lógica pessoal na qual pomos invariavelmente o nosso trabalho e os nossos afazeres à frente do cumprimento das nossas obrigações para com Deus e o próximo.

Jesus não podia ser mais claro...

Veio para o que era Seu e os Seus não O receberam

"Veio para o que era Seu e os Seus não O receberam"
João I, 11

Deus espera-nos e entrega-se a nós como um Louco de Amor, na Eucaristia, nas orações marianas, no sacrifício escondido previsto e imprevisto, à noite e de dia, no trabalho ou no descanso e quantas vezes passámos ao lado, ignorámos, esquecemos ou, pior ainda, escarnecemos e ofendemos Deus que se apresenta de mãos abertas.

Perante isto, qualquer ato de penitência, de reparação, qualquer jejum, qualquer mortificação corporal, qualquer sacrifício feito em desagravo é muitíssimo pouco, incomensuravelmente pouco quer pela qualidade do Ofendido, quer pela gravidade da ofensa cometida em função da qualidade o Ofendido.

Na altura de reparar, mais generosidade e menos tacanhez.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Nada te perturbe

«Nada te perturbe
nada te espante,
tudo passa,
só Deus não muda.
A paciência
tudo alcança.
Quem a Deus tem,
nada lhe falta.
Só Deus basta.»

Santa Teresa de Jesus, Pequeno Poema que foi encontrado no seu Breviário, ao morrer em Alba de Tormes.

O que é útil para a Glória de Deus

"Não queiras ver nada, tocar em nada nem sentir nada, exceto o que seja útil para a tua alma e a Minha Glória" Johan Lanspergio. Carta de JesusCrito à alma devota e outros escritos. Coleccion Ariadna. Página 102

O domínio sobre o estômago

"Tem sobre o teu estômago tal domínio que lhe dês só o necessário. Não busques o prazer na comida, mas apenas o sustento da natureza por amor a Mim" Johan Lanspergio. Carta de JesusCrito à alma devota e outros escritos. Coleccion Ariadna. Página 102

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A quem entregarei o meu coração ?

Há uma frase vigorosa na Bíblia que diz: «Se Deus está por nós, quem pode estar contra nós?». É uma expressão veemente porque Deus está sempre connosco e por nós. Só há um problema: é que demasiadas vezes somos nós que não estamos com Deus, pelo menos não plenamente.
Há algo em nós que nos faz fugir das escolhas definitivas. Perante uma lista de opções que se excluem mutuamente, a nossa escolha preferida é frequentemente «todas as anteriores», o que, como é óbvio, não funciona.
Não podemos ir de avião para o Japão e de barco para o Brasil ao mesmo tempo. Não podemos dar o nosso coração a uma pessoa no casamento e continuar ativamente a explorar as alternativas. Temos de escolher. Em todas as dimensões da vida temos de decidir quais serão os nossos compromissos. E isso começa com o maior de todos: a quem darei, total e definitivamente, o meu coração? Tudo o resto decorre dessa escolha. Mas o que sucederá às outras opções de vida se esse compromisso primordial for ambivalente ou hesitante?
O evangelista Lucas dá a resposta: «Todo o reino, dividido contra si mesmo, será devastado e cairá casa sobre casa» (11, 17).
As nossas preferências dependem sempre da grande preferência: a quem darei o meu coração? A Deus ou a algumas das suas muitas pequenas criaturas? Se estiver tentada a ignorar esta pergunta ou a responder-lhe com evasivas, tenha bem presente a advertência de Jesus: «Quem não está comigo está contra mim» (Lucas 11, 23). Estas palavras cortam o nevoeiro e clarificam as opções. Está na hora de ir com Ele, inteiramente e sem vacilar.

P. Dennis Clark
In Catholic Exchange
Trad. e adapt.: rm 
© SNPC (trad.) | Atualizado em 09.10.12
 
ImagemS. João repousando no peito de Jesus
Autor desconhecido (c. 1320)
 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O Cristão não deve ser morno

No seu primeiro discurso na sala do Sínodo, o Papa frisou que “o cristão não deve ser morno”, afirmando mesmo que “este é o mais grave perigo para o cristianismo de hoje”.
 
Para Bento XVI, é importante recuperar o sentido da confissão (confessio, em latim) da fé, que implica um risco de morte e capacidade de sofrer por aquilo em que se acredita.
 
“Isto garante a credibilidade: a confissão implica a disponibilidade de dar a minha vida, de aceitar o sofrimento”, referiu.
 
Fonte. Ecclesia.

sábado, 6 de outubro de 2012

O valor e sentido da santidade

"Hoje não bastam mulheres ou homens bons. Além disso, não é suficientemente bom quem se contenta em ser quase... bom; é preciso ser "revolucionário". Ante o hedonismo, ante a carga pagã e materialista que nos oferecem, Cristo quer inconformistas! Rebeldes de Amor!"
Sulco, 128

"Se não for para construir uma obra muito grande, muito de Deus – a santidade –, não vale a pena entregar-se"
Sulco, 611

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Indulgências plenárias no Ano da Fé

O Papa Bento XVI decidiu conceder aos fiéis a indulgência plenária durante o Ano da Fé que que poderá ser obtida a partir do seu início no dia 11 de outubro de 2012, até o seu encerramento no dia 24 de novembro de 2013.

Assim o estipula o decreto divulgado hoje pelo Vaticano, assinado pelo Cardeal portugês Manuel Monteiro de Castro e pelo Bispo Krzysztof Nykiel, respectivamente Penitenciário Mor e Regente da Penitenciaria Apostólica.

O texto assinala que durante todo o ano do Ano da Fé, obterão a indulgência plenária "da pena temporária pelos próprios pecados repartida pela misericórdia de Deus, aplicável em sufrágio das almas dos fiéis defuntos, todos os fiéis verdadeiramente arrependidos, devidamente confessados, que tenham comungado sacramentalmente e que rezem segundo as orações do pontífice".

Segundo o Decreto "Urbis et Orbis", publicado pela Penitenciaria Apostólica, as condições para lucrar tal indulgência plenária são as seguintes:

a) participar pelo menos em três momentos de pregação durante as Missões, ou em três lições sobre as Atas do Concílio Vaticano II e sobre Artigos do Catecismo da Igreja Católica, em qualquer igreja ou lugar idôneo;
b) visitar em forma de peregrinação uma Basílica Papal, uma catacumba cristã, uma Catedral, ou um lugar santo designado pelo ordinário do lugar para o Ano da Fé (por exemplo entre as Basílicas Menores e os Santuários dedicados à Virgem Maria, aos Santos Apóstolos e aos Santos Patronos), participando aí em alguma sagrada celebração ou pelo menos recolhendo-se por algum tempo em meditação, concluindo com a recitação do Pai-Nosso, a Profissão de Fé em qualquer forma legítima, as invocações à Virgem Santa Maria e, segundo os casos, aos Santos Apóstolos e Patronos;
c) nos dias determinados pelo Ordinário do lugar para o Ano da Fé (por exemplo, nas solenidades do Senhor, da Virgem Maria, nas festas dos Santos Apóstolos e Patronos, na Cátedra de S. Pedro) participar num lugar sagrado numa solene eucaristia ou na liturgia das horas, juntando-lhe a Profissão de Fé em quaquer forma legítima;
d) renovar as promessas batismais em qualquer forma legítima num dia livremente escolhido, durante o Ano da Fé, por ocasião de uma a piedosa visita ao batistério ou outro lugar onde se recebeu o baptismo.

O decreto da Penitenciária Apostólica assinala também que os bispos diocesanos ou eparquiales e os que estão equiparados a eles por direito, nos dias oportunos ou com ocasião das celebrações principais, poderão repartir a Bênção Papal com a Indulgência plenária aos fiéis.

O documento conclui recordando que os fiéis que "por enfermidade ou justa causa" não possam sair de casa ou do lugar onde se encontrem, também poderão obter a indulgência plenária.

Para isso deverão estar "unidos com o espírito e o pensamento aos fiéis pressente, particularmente quando as palavras do Supremo Pontífice ou dos bispos diocesanos sejam transmitidas pelo rádio ou televisão, (e) rezem, ali onde se encontrem, o Pai Nosso, a Profissão de fé em qualquer forma legítima e outras orações conforme à finalidade do Ano da Fé oferecendo seus sofrimentos ou os problemas de sua vida".

domingo, 30 de setembro de 2012

Niguém que olha para trás, é apto ao Reino de Deus

"Ninguém que lança a mão do arado e olha para trás é apto  o Reino de Deus"
Lucas 8, 62

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

As pequenas ocasiões de servir a Deus

"As grandes ocasiões de servir a Deus são raras. As pequenas aparecem sempre".

S.Francisco de Sales

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Sacramento da Caridade

Exortação apostólica Sacramentum Caritatis de Bento XVI, aqui

domingo, 16 de setembro de 2012

sábado, 8 de setembro de 2012

Totus Tuus



Ao entrar e sair do quarto ou do escritório ou local de trabalho, ao iniciar uma atividade ou função, aprender a dizer muitas vezes

TOTUS TUUS

Consideremos que tudo o que façamos no e ao Senhor (os sacrifícios, apostolado, trabalho, família, etc..) será mais valioso se passar e for feito por intermédio da Virgem

E o mesmo que se passa na fase ascendente deverá também passar-se na fase descendente, no pós-batalhas, em que a acção de graças à Santíssima Trindade há-de passar por meio de Maria

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Mais apostolado se houver mais oração e mortificação

"Se se atrasa a expansão apostólica, se não influímos espiritualmente no ambiente é porque há que cuidar mais a oração e a mortificação pessoais"

Venerável Álvaro del Portillo. Bispo
Carta Pastoral de Setembro de 1993.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Oração de louvor

"Tudo isto nos ensina que a nossa oração, feita muitas vezes só de pedidos, deve, pelo contrário, ser sobretudo louvor a Deus pelo seu amor, pelo dom de Jesus Cristo, que nos trouxe força, esperança e salvação"

Papa Bento XVI
Audiência Geral sobre Oração de 5 de Setembro de 2012

De braços abertos


"Ao morrer, Jesus estende os braços. E
ste é, antes de mais, o gesto da Paixão: deixa-se cravar na Cruz por nós, para nos dar a Sua vida.
Mas os braços estendidos são ao mesmo tempo a atitude do orante, uma posição que o sacerdote assume quando, na oração, estende os braços: Jesus transformou a paixão, o Seu sofrimento e a Sua morte em oração, num ato de amor a Deus e aos homens.
Por isso os braços estendidos de Cristo crucificado são também um gesto de abraço, com o qual Ele nos atrai a Si, com o qual Ele nos quer apertar entre os Seus braços, com Amor.
Assim, Ele é imagem do Deus vivo, é o próprio Deus, e podemos pôr-nos nas Suas mãos".

Bento XVI, Homilia em Mariazell, 8-IX-2007

 

Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco

Neste post chamei à atenção para o facto de Jesus Cristo, no início da sua paixão, logo no Jardim de  Getsemani, "adiantou-se" aos próprios verdugos que o íam buscar.

Em Lucas 22, 15, Jesus Cristo, na véspera da sua paixão, confirma esse seu desejo da Cruz ao referer "Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco"

E, tu e eu, adiantamo-nos ao que nos custa ?
Ou fugimos, na 1ª oportunidade ?
Ou, pior ainda, deixamo-nos trucidar, sem oposição ou resistência ?

A cruz como trono da glória nas pequenas coisas do dia-a-dia


 A cruz é verdadeiramente o trono da Glória:

"Exercitamo-nos diariamente em assumir com diligência o que nos desagrada:
- a doença, o que é um obstáculo para os nossos projetos, as contrariedades do dia?
Se há visão sobrenatural, descobriremos em cada dia, bastantes ocasiões de nos unirmos a Jesus e à Virgem Maria, acolhendo com amor as pequenas contrariedades, talvez não tão pequenas, e oferecendo-as na Santa Missa.
Que tesouro tão grande podemos acumular para o Céu, à base de pequenos pormenores!

 D.Javier Echevarria. Bispo.
Carta pastoral de Setembro de 2012
 

 

sábado, 25 de agosto de 2012

Amar a Deus leva-nos a amar os outros

«Uma alma que deseja o verdadeiro amor de Deus
deseja que o bom Deus seja amado por todos.
Ela desejará para si todas as cruzes,
todos os sofrimentos, todas as provações;
ela aceita tudo por amor de Deus.
Ela procurará a felicidade dos outros.
Ela desejará ser feita em bocados para levar as almas a Deus,
ela se rejubila do bem que as almas recebem,
ela se rejubila que elas amem o bom Deus mais do que ela
e que elas sejam mais amadas por Deus mais do que ela mesma.
De seguida, se estas almas têm algo de bom nelas,
elas quererão dar tudo aos outros,
elas esquecem-se de si mesmas,
e não pensam mais nem no céu nem no inferno,
nem que as almas amem mais a Deus do que elas.
Então, ouvi uma voz a dizer-me:
Quando uma alma está com estas disposições,
Deus é obrigado pelo seu amor e misericórdia de a salvar
e a perdoar de todos os seus crimes,
mesmo que sejam maiores do que o mar».

B. Maria de Jesus Crucificado, Carta 11

Fé, confiança e entrega

Depois, Jesus obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões. Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali só. O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo. No mesmo instante, Jesus falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!» Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.» «Vem» - disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!» Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» E, quando entraram no barco, o vento amainou. (Mateus 14, 22-32)
Às primeiras horas da madrugada, o som de um alarme de incêndio interrompeu o silêncio e, no momento exato, despertou uma família para o choque de ver a sua casa envolvida pelas chamas. Sem tempo para salvar o que quer que fosse a não ser as suas próprias vidas, desceram as escadas a correr e escaparam para a escuridão. Ainda a recuperar o fôlego, o Pai contava os filhos: «João, Ana, Maria, Miguel... – onde está o Miguel?»
Naquele preciso momento, o Miguel, de cinco anos, chorava de uma das janelas do primeiro andar: «Mãe! Pai! Onde estão?»
Era demasiado tarde para voltar a entrar – a casa estava um inferno – pelo que o Pai respondeu: «Salta, Miguel, que eu seguro-te».
Entre soluços, a criança chorava: «Mas eu não consigo ver-te, papá!»
O pai respondeu-lhe calmamente: «Eu sei que não me consegues ver, filho, mas eu vejo-te. Salta!»
Durante alguns instantes não houve nada a não ser o silêncio. Então o rapaz saltou para a escuridão e encontrou a segurança nos braços do pai.
***
Nós somos aquela criança, todos nós, todos os dias: apanhados no escuro, precisando e querendo saltar, mas incapazes de ver onde vamos cair, sentindo-nos sós e assustados. Somos também Pedro, querendo andar sobre a água em direção a Jesus, mas hesitamos e deixamo-nos submergir.
“O medo é inútil», disse muitas vezes Jesus. “O que é preciso é fé”. Está certo, mas a fé de que Ele fala não é o que muitos de nós pensamos. Não se tratam de abstrações teológicas. Trata-se de nos confiarmos às mãos de Deus porque sabemos que Ele nos ama mais do que nós nos amamos a nós mesmos.
Mas ainda que esta ideia esteja clara, podemos ainda ficar desorientados por pensarmos que, ao confiar em Deus, Ele nos protege do fracasso e da dor. A promessa não é essa. A promessa de Deus para aqueles que nEle confiam é esta: Ele dar-nos-á a força para enfrentar todos os problemas que surgirem, e nunca deixará que sejamos destruídos por eles, ainda que morramos.
Mas a fé tem ainda outro lado: os talentos e dons que Deus nos deu porque Ele teve fé em nós. Pedro perdeu a fé nos dons que Deus lhe havia dado e esperou que Deus resolvesse o problema. Resultado: afundou-se! Confiar em Deus significa também confiar nos seus dons. E confiar nos seus dons significa usá-los.
Há uma antiga expressão que diz: Trabalha como se tudo dependesse de ti, e reza como se tudo dependesse de Deus. É precisamente o que é necessário, mas não é fácil aplicá-lo porque não conseguimos ver Deus, e demasiadas vezes não conseguimos ver os nossos dons. Pode ajudar recordar as palavras escritas há mais de 50 anos na parede do gueto de Varsóvia:
Acredito no sol, ainda que não brilhe.
Acredito no amor, ainda que não o sinta.
Acredito em Deus, ainda que não O veja.
Confie em Deus e confie nos dons que Ele lhe deu. Ou seja, use os seus dons. E então salte! E nunca olhe para trás!
 
Mons. Dennis Clark
In Catholic Exchange
Trad. / adapt.: rm
© SNPC (trad.) | 20.11.10 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Desconfiar de si próprio para só dar lugar a Deus

"Eu sou um Esposo tímido que não se atrave a aproximar-se de ti quando te encontra ocupada em assuntos estranhos ou inúteis.
Por isso, é importante que te encontres só"
(....)
Como gostaria que tivesses verdadeira e firme confiança em mim e que desejasses estar comigo tanto como eu desejo estar contigo!
«As minhas delicias são estar com os filhos dos homens» (Provérbios 8,31).
(...)
"A confiança em Mim e a desconfiança de ti nascem da mais preciosa de todas as pérolas: a pobreza de espírito"

In "Carta de Jesus Cristo a uma alma devota" de João Lanspergio
Págs.90 e 91

domingo, 19 de agosto de 2012

Vencer-se todos os dias nas pequenas coisas

Não é espírito de penitência fazer uns dias grandes mortificações e abandoná-las noutros. Espírito de penitência significa saber vencer-se todos os dias, oferecendo coisas – grandes e pequenas – por amor e sem espectáculo. (Forja, 784)

Mas ronda à nossa volta um potente inimigo, que se opõe ao nosso desejo de encarnar dum modo acabado a doutrina de Cristo: o orgulho que cresce quando não procuramos descobrir, depois dos fracassos e das derrotas, a mão benfeitora e misericordiosa do Senhor. Então a alma enche-se de penumbra – de triste obscuridade – crendo-se perdida. E a imaginação inventa obstáculos que não são reais, que desapareceriam se os encarássemos com um pouco de humildade. Com o orgulho e a imaginação, a alma mete-se por vezes em tortuosos calvários; mas nesses calvários não está Cristo, porque onde está o Senhor goza-se de paz e de alegria, mesmo que a alma esteja em carne viva e rodeada de trevas.

Outro inimigo hipócrita da nossa santificação: pensar que esta batalha interior tem de dirigir-se contra obstáculos extraordinários, contra dragões que respiram fogo. É outra manifestação de orgulho. Queremos lutar, mas estrondosamente, com clamores de trombetas e tremular de estandartes.

Temos de nos convencer de que o maior inimigo da pedra não é o picão ou o machado, nem o golpe de qualquer outro instrumento, por mais contundente que seja: é essa água miúda, que se mete, gota a gota, entre as gretas da fraga, até arruinar a sua estrutura. (Cristo que passa, 77)

S.José Maria Escrivá de Balaguer

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Oferecer a nossa vida a Deus nos braços da cruz de cada dia

«Nossa Senhora tanto nos recomendou a oração e o sacrifício pela conversão dos pecadores:
Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores.
Vão muitas almas para o Inferno, por não haver quem se sacrifique e peça por elas”»
(Fátima, 19 de Agosto de 1917).

«Sim, orar e sacrificarmo-nos, porque toda a nossa vida deve ser um holocausto oferecido a Deus nos braços da cruz de cada dia, em união com a Cruz de Cristo, pela salvação das almas, cooperando com Ele na obra redentora, como membros do Seu Corpo Místico, a Igreja, que trabalha, ora e sofre, unida intimamente à sua Cabeça, pelo resgate da humanidade.»
Serva de Deus Ir. Lúcia de Jesus, O Rosário com a Irmã Lúcia, Mistérios Luminosos 3º mistério

"Todos nós estamos muito necessitados da Misericórdia Divina !
Ofende-se tanto a N. Sr !
Como filhos que desejam dar alegrias ao seu Pai Deus, convencidos de que somos pobres homens.
Que seria de nós se Ele não nos sustentasse !?
Procurem amar pelos que não amam; pedir perdão pelos que não se arrependem, entregar-nos à corredenção"

D. Javier Echevarria. Bispo. Carta Pastoral de Agosto de 1994.

Aumenta-nos a Fé, a Esperança e a Caridade

"Adauge nobis Fidem, Spem, caritatem "

Mais, mais, mais

"Mais, mais, mais, interpelava S. José Maria Escrivá aos seus filhos.
Oxalá escutemos, cada uma, esse grito constantemente, no nosso afazer quotidiano"

D.Javier Echevarria. Bispo. Carta pastoral de Agosto de 1995

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Assunção da Virgem ao Céu

"Imaginar como foi  o ingresso triunfal de Nossa Senhora no Céu.
E tudo porque Nossa Senhora ter sido fiel, dia após dia, ao plano divino que a Santissima Trindade lhe assinalava.
Recorres a Nossa Senhora constantemente ?"

Venerável Álvaro del Portillo. Carta pastoral de Agosto de 1993

Pontualidade e heroicidade no horário

"O demónio sabe aproveitar a fragilidade da nossa natureza para insinuar no coração, de mil modos distintos, o convite a não cumprir perfeitamente a obrigação de cada instante.
Sabes ser pontual no teu horário ?
Vives o minuto heróico nas várias ocupações ?
O demónio pode sugerir-nos (..) "Põe-te, neste perigo, faz-me uma coisa extraordinária, não te conformes com o ordinário".
Por isso, nos esmeraremos mais na guarda dos sentidos, em fugir das ocasiões perigosas para a alma, nas renuncias e mortificações corporais, que (ainda que sejam de pouca monta) constituem uma excelente defesa nas tentações".

Carta Pastoral de Agosto de 1993. Venerável Álvaro del Portillo

domingo, 29 de julho de 2012

Converter o trabalho em oração e apostolado

Convencei-vos de que não se torna difícil converter o trabalho num diálogo de oração.
Basta oferecê-lo a Deus e meter mãos à obra, pois Ele já nos está a ouvir e a alentar.
Assim, nós, no meio do trabalho quotidiano, conquistamos o modo de ser das almas contemplativas, porque nos invade a certeza de que Deus nos olha, sempre que nos pede uma nova e pequena vitória: um pequeno sacrifício, um sorriso à pessoa importuna, começar pela tarefa menos agradável e mais urgente, ter cuidado com os pormenores de ordem, ser perseverante no dever quando era tão fácil abandoná-lo, não deixar para amanhã o que temos de terminar hoje...
E tudo isto para dar gosto ao Nosso Pai Deus!
Entretanto, talvez sobre a tua mesa ou num lugar discreto que não chame a atenção, para te servir de despertador do espírito contemplativo, pões o crucifixo, que já se tornou para a tua alma e para a tua mente o manual onde aprendes as lições de serviço.

Se te decidires – sem fazer coisas esquisitas, sem abandonar o mundo, no meio das tuas ocupações habituais – a entrar por estes caminhos de contemplação, sentir-te-ás imediatamente amigo do Mestre e com o encargo divino de abrir os caminhos divinos da terra a toda a humanidade.
Sim, com esse teu trabalho contribuirás para que se estenda o reinado de Cristo em todos os continentes e seguir-se-ão, uma atrás da outra, as horas de trabalho oferecidas pelas longínquas nações que nascem para a fé, pelos povos do leste barbaramente impedidos de professar com liberdade as suas crenças, pelos países de antiga tradição cristã onde parece que se obscureceu a luz do Evangelho e as almas se debatem nas sombras da ignorância...

Que valor adquire então essa hora de trabalho, esse continuar com o mesmo empenho durante um pouco mais de tempo, alguns minutos mais, até rematar a tarefa.
Convertes assim, de um modo prático e simples, a contemplação em apostolado, como necessidade imperiosa do coração, que pulsa em uníssono com o dulcíssimo e misericordioso Coração de Jesus, Nosso Senhor.
S.José Maria Escrivá de Balaguer
in "Amigos de Deus", ponto 67

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Esta é a voz do meu Amado

Esta é a voz do meu amado.
Ei-lo que vem saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros.
O meu amado é semelhante ao gamo, ou ao filho da gazela.
Eis que está detrás da nossa parede, olhando pelas janelas, espreitando pelas grades.
O meu amado fala e diz-me: ‘Levanta-te, meu amor, formosa minha, e vem.
Passou o inverno; a chuva cessou, e foi-se embora; Rebentam as flores na terra, o tempo das canções regressa, e a voz da rola ouve-se em nossa terra.
A figueira já deu os seus figos verdes, e as vides em flor exalam o seu aroma; levanta-te, meu amor, formosa minha, e vem.
Pomba minha, que andas pelas fendas dos penhascos, no oculto das ladeiras: mostra-me a tua face, faz-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e a tua face graciosa.’” (Cant. 2, 8-14)

Não me largues

"Senhor, que pouco valho!
Que cobarde tenho sido tantas vezes!
Quantos erros!
Nesta ocasião e naquela... nisto e naquilo...
E podemos exclamar também: ainda bem, Senhor, que me tens sustentado com a tua mão, porque eu sinto-me capaz de todas as infâmias...
Não me largues, não me deixes;
trata-me sempre como um menino.
Que eu seja forte, valente, íntegro.
Mas ajuda-me, como a uma criatura inexperiente.
Leva-me pela tua mão, Senhor, e faz com que tua Mãe esteja também a meu lado e me proteja.
E assim, possumus!, poderemos, seremos capazes de ter-Te por modelo! "

S.José Maria Escrivá de Balaguer in Cristo que passa, 15

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Saber "adiantar-se" em direção à Cruz

"Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre haviam de vir, ADIANTOU-SE, e disse-lhes: a quem buscais ?"
S.João cap. 18, 4

No início do processo da paixão de Cristo que culminará com a sua morte, Jesus "adiantou-se" ao início da cruz.

"Adiantou-se"

Se quisermos ser e que nos chamem "Cristãos" temos que :

- Nos adiantar no serviço à caridade para os que nos estão próximos,

- Nos adiantar no início, desenvolvimento e finalização de todos os trabalhos, mesmo os que mais nos custam

- Nos adiantar na prática das mortificações activas e passivas que espreitam em cada recanto do nosso dia-a-dia.

- Nos adiantar na renuncia de comodidades e caprichos desnecessários e não essenciais.

Cristo tem necessidade de pessoas que se ADIANTEM em direcção à Cruz salvadora e redentora, para que, desta forma, fazendo-nos participantes da redenção, muitos mais se salvem e muitas faltas passadas e presentes sejam desagravadas.

Senhor que eu, em cada momento, me possa adiantar no serviço à tua Cruz !

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Que pela ferida visível víssemos a ferida invisível do amor


Além da sua entrega na cruz, entregando a sua vida, Cristo entregou também o seu próprio coração, relembrando as palavras que Ele próprio disse "onde tens o teu coração, aí tens o teu tesouro".
Por isso, já depois de morto, o seu coração foi aberto pela lança do soldado, abrindo-se ao mundo e a nós.
Cristo deu-se por nós e abriu o seu coração (também fisicamente falando) a nós.

Ele mostra o seu coração vivo e como ferido e inflamado de um amor mais ardente do que quando, já exânime, o feriu a lança do soldado romano: "Por isto foi ferido (o teu coração), para que pela ferida visível víssemos a ferida invisível do amor "
(Cfr S. Boaventura, Opusc. X: Vitis mystica, c. III, n. 5: Opera Omnia, Ad Claras Aquas (Quaracchi), 1898, t. VIII, p. 164; cf, s. Tomás, Summa theol., III, q. 54, a. 4; ed. Leon., t. XI,1903, p. 513, citado no ponto 44, parte final da Encíclica Haurietis Aquas)

"Por conseguinte, não pode haver dúvida alguma de que, ante as súplicas de tão grande advogado, e feitas com tão veemente amor, o Pai celestial, "que não perdoou seu próprio filho, mas o entregou por todos nós" (Rm 8, 32), por meio dele derramará incessantemente sobre todos os homens a abundância das suas graças divinas". (Cfr. ponto 45 da Encíclica Haurietis Aquas)

domingo, 15 de julho de 2012

Saber escutar

A escuta talvez seja o sentido de verificação mais adequado para acolher a complexidade que uma vida é. Contudo, nós escutamo-nos tão pouco e, dentre as competências que desenvolvemos, raramente está a arte de escutar.
Na regra de São Bento há uma expressão essencial se queremos perceber como se ativa uma escuta autêntica: «abre o ouvido do teu coração».
Quer dizer: a escuta não se faz apenas com o ouvido exterior, mas com o sentido do coração.
A escuta não é apenas a recolha do discurso verbal.
Antes de tudo é atitude, é inclinar-se para o outro, é confiar-lhe a nossa atenção, é disponibilidade para acolher o dito e o não dito, o entusiasmo da história ou a sua dor mais ou menos ciciada, o sentimento de plenitude ou de frustração.
E fazer isto sem paternalismos e sem cair na tentação de se substituir ao outro.
Ouvir é oferecer um ombro, onde o outro possa colocar a mão, para rapidamente se levantar. Ouvir é colaborar amigavelmente num processo de discernimento cuja palavra derradeira cabe sempre à liberdade do próprio.
Padre José Tolentino Mendonça
In Diário de Notícias da Madeira
06.03.11 

domingo, 8 de julho de 2012

Caridade é um olhar afetuoso

Que cada um se saiba apoiado, protegido, pela oração e pelo cuidado fraterno dos outros.
Esmeremo-nos em servir, de maneira a que o convívio com os outros decorra de forma amável, agradável, com detalhes concretos.
Muitas vezes basta um sorriso, um olhar afetuoso, um saber escutar com verdadeiro interesse os problemas dos outros, para aliviar a situação de quem atravessa um período difícil.
Que atualidade conservam aquelas palavras de Caminho: Mais que em “dar”, a caridade está em “compreender”!(Caminho 463)
D.Javier Echevarria
Carta Pastoral de Julho de 2012

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Deus está por nós, se permanecemos no seu Amor

É muito reconfortante saber que Jesus Cristo, na véspera da sua Paixão e morte, rezou por nós. Não só pelos que estavam consigo naquela altura, para todos os que, em todas as épocas e tempos, estão por ele:

"E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hã-de crer em mim (...) para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.
(...) para que o amor com que me tens amado esteja neles e eu neles esteja".
João, cap. 17, vers. 20, 23 

Estar em Deus, é estar e viver o seu Amor, amor a Deus e amor ao próximo.

Esta oração de Jesus é, ao mesmo tempo, uma promessa e mais do que uma promessa, é uma garantia de que todos os cristãos que vivem a entrega aos outros e a Deus, no seu dia-a-dia, não perecerão e manter-se-ão firmes porque, como dizia S.Paulo, nem a morte, nem o cansaço, nem as traições, nem os ataques de fora poderão prevalecer contra o Amor de Deus que está em nós e que, por seu intermédio, nos diviniza.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Só saíndo de si mesmo, é que se é cristão


Tornar-se cristão não é algo que deriva de uma minha decisão: «Agora faço-me cristão».
(...)
só morrendo para o meu egoísmo, saindo de mim mesmo, posso ser cristão.


Tomou tudo para santificar tudo

Com maior concisão e não menor força estas passagens de s. João Damasceno atestam a doutrina da Igreja: "O Deus todo tomou todo o homem, e o todo se uniu ao todo para proporcionar a salvação do homem todo. De outra maneira não teria ele podido sanar aquilo que não assumiu".(21)
"Tomou, pois, tudo para santificar tudo".(22)

Papa Pio XII.Haurireis Águas, ponto 25 fim

Cristo assumiu a nossa condição humana, entristeceu-se, teve fome, suportava a sede e o suor, chorou, cansou-se, tinha sono, madrugava ou deitava-se mais tarde para poder rezar ao Pai, sentiu angústia e ansiedade, inquietou-se perante o cenário da morte, tal como qualquer um de nós.
Tinha compaixão pelos outros, mas também revolta pela exploração sacrílega dos vendilhões do templo.
Fez-se humano e perecível para que, através de Cristo, podermos nós próprios pegar em todas as nossas angústias, tristezas, ansiedades e mínguas diversas e ser Cristo.

domingo, 1 de julho de 2012

Deus é rico em misericórdia pelo excessivo amor com que nos ama

"(..) não sendo possível ao homem satisfazer pelo pecado, que manchava toda a natureza humana, deu-lhe Deus um reparador na pessoa de seu Filho.
Ora, isto foi, da parte de Deus, um gesto de mais generosa misericórdia (isto é, entregar o seu próprio filho, ou seja, uma parte do próprio Deus, para que os filhos menores pudessem ser salvos) do que se ele houvesse perdoado os pecados sem exigir qualquer satisfação. Por isso está escrito: 'Deus, que é rico em misericórdia, movido pelo excessivo amor com que nos amou quando estávamos mortos pelos pecados, deu-nos vida juntamente em Cristo'" (Ef 2, 4).

S.Tomás de Aquino. Summa Theol., III, q. 46, a. l ad 3; ed. Leon., t. XI,1903, p. 436

Esse Amor de Deus traduziu-se no facto do próprio Deus ter entregue o seu próprio Filho, para tomando as mesmas formas dos seus filhos da terra, os pudesse, assim, salvar:

"E por isso que os filhos têm comuns a carne e o sangue, ele também participou das mesmas coisas... Pelo que, em tudo teve de se assemelhar a seus irmãos, afim de ser um pontífice misericordioso e fiel para com Deus, em ordem a expiar os pecados do povo. Já que, em razão de haver ele mesmo padecido e de ter sido tentado, pode também dar a mão aos que são tentados"
Hb 2,11-14; 17-18.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Haurireis águas !



O Amor não é amado


S. Francisco de Assis (Séc. XI) entende o apelo radical do Evangelho de não ter mais nenhuma riqueza além do Amor de Cristo.
E diz: "O Amor de Deus só basta. Mas o Amor não é amado !"

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